Vol. 13 Núm. 25 (2024): Arquitetura e Museus
O espaço seria o conjunto indissociável de sistemas de objetos, naturais ou fabricados, e de sistemas de ações, deliberadas ou não. A cada época, novos objetos e novas ações vêm juntar-se às outras, modificando o todo, tanto formal quanto substancialmente. (Milton Santos, Técnica, Espaço, Tempo, 2008, p. 46). A museologia, enquanto campo de conhecimento, se propõe a contribuir para compreensão da sociedade a partir de um olhar específico que contempla as relações entre seres, objetos e realidades. O campo de estudos e pesquisas se expande a cada dia com os aportes de reflexões descentradas dos antigos cânones, suscitando uma reconsideração dos agentes envolvidos nas diferentes etapas dos processos de musealização. De acordo com Brulon (2018), musealizar um objeto significa muda-lo de lugar, seja simbólico ou físico, e reapresenta-lo em uma nova forma que potencialize os seus sentidos. Os lugares e, portanto, a arquitetura são elementos incontornáveis para a discussão da museologia, não podendo ser considerados somente como os envoltórios físicos de uma instituição museológica. Por consequência, a realidade investigada passa a contar com objetos materiais e imateriais, a considerar seres humanos e não-humanos e também a examinar ambiências e paisagens.