Expor a arte da performance
um laboratório historiográfico? A hipermídia, a heterotopia, o repertório e a paralaxe
DOI:
https://doi.org/10.26512/museologia.v5i10.17727Palavras-chave:
Arte da performance, Historiografia, ExposiçãoResumo
Alguns anos após a publicação de uma primeira História “Geral” da Arte da Performance em 1988, Performance Art: From Futurism to the Present de RoseLee Goldberg, várias instituições museais organizaram exposições de grande importância consagradas à s obras performativas de um passado recente ou mais remoto, provenientes dos centros hegemônicos, mas também locais ou periféricos. Isto porque a arte da performance desenvolveu-se em resistência à s histórias hegemônicas da arte e à s suas instituições, porque suas obras são efêmeras, porque elas envolvem o corpo, porque dependem do “vivo” e do “direto”, e as instituições curatoriais deparam-se com certas dificuldades e paradoxos. Elas não podem fazer a economia de uma reflexão de natureza historiográfica que questione as categorias, os métodos, os conceitos, os lugares, as fontes, as genealogias e as narrativas da história da arte. Por conseguinte, as questões levantadas são: uma reflexão de natureza historiográfica pode ser realizada no âmbito de uma exposição sobre a arte da performance? É da responsabilidade dos curadores? Que papel os artistas podem ter nesta fábrica das representações históricas? Observa-se uma reconfiguração da divisão das responsabilidades entre os historiadores e os teóricos da arte, os curadores de exposição e os artistas? A análise de quatro exposições recentes permite identificar tantas figuras experimentais que renovam de acordo com estratégias singulares, as maneiras de escrever as histórias da arte: a hipermídia, a heterotopia, o repertório e a paralaxe.
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