Quando as musas vestem o hábito ”“ diálogo entre Antropologia, Museologia e História à soleira dos museus missionários

Autores

  • Aramis Luis Silva

DOI:

https://doi.org/10.26512/museologia.v4i7.16775

Palavras-chave:

museu missionário, coleção etnográfica, restos mortais, Bororo e salesianos

Resumo

Tomando como ponto de partida a questão do translado para uma nova sede museal dos restos mortais pertencentes à coleção bororo organizada e mantida pelos padres salesianos no Brasil, essa reflexão visa demonstrar que, a despeito das aparentes alterações de sentido do que é tido como etnográfico em um dado projeto museológico, a lógica que sustenta esse contínuo processo de reconfiguração e reatualização de significados de categorias pode ser elucidada a partir de um diálogo entre antropologia, museologia e história. Nele, veremos como coleções e museus missionários serviram como tecnologias para religiosos produzirem visualmente o sagrado enquanto uma categoria antropológica.

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Biografia do Autor

Aramis Luis Silva

Mestre e doutor em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é pós-
-doutorando do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e
pesquisador vinculado ao Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Fontes de financiamento:
Capes/Fapesp. E-mail: aramisluis@uol.com.br.

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Publicado

2015-10-30

Como Citar

Silva, A. L. (2015). Quando as musas vestem o hábito ”“ diálogo entre Antropologia, Museologia e História à soleira dos museus missionários. Museologia & Interdisciplinaridade, 4(7), 91–111. https://doi.org/10.26512/museologia.v4i7.16775

Edição

Seção

Dossiê: Comunicação, Recepção e Público