O morfema É› do Guató: De uma possível marca de ergatividade à marca de concordância.

Autores

  • Andérbio Márcio Silva Martins Universidade Federal da Grande Dourados (MS)

DOI:

https://doi.org/10.26512/rbla.v5i2.16274

Palavras-chave:

Linguística Antropológica

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo apresentar e discutir as informações disponíveis em Palácio (1984) que nos levam a pressupor que o Guató era uma língua de padrão ergativo; entretanto, por causa dos rearranjos estruturais sofridos ao longo do tempo, apenas alguns indícios desse alinhamento foram mantidos. Cogitamos, portanto, que uma possível marca de ergatividade que se combinava com agentes tenha desaparecido por conta das mudanças ocorridas na língua, mas sugerimos que a marca atual de terceira pessoa singular de verbo transitivo pode ter sido, no passado, o morfema que marcava o agente em construções transitivas. Para tanto, consideramos que esse morfema teria sobrevivido apenas na terceira pessoa que, por sua vez, possivelmente não possuía forma fonológica, propiciando uma suposta reanálise do marcador de agente como uma marca de terceira pessoa. Por fim, desenvolvemos também a hipótese de que o atual morfema de concordância de terceira pessoa de verbos transitivos do Guató seria cognato do morfema de ergatividade presente em Timbíra, Maxakalí, Mebengokré, Panará e Xavánte.

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Referências

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Publicado

2013-10-25

Como Citar

Martins, A. M. S. (2013). O morfema É› do Guató: De uma possível marca de ergatividade à marca de concordância. Revista Brasileira De Linguística Antropológica, 5(2), 435–451. https://doi.org/10.26512/rbla.v5i2.16274

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