The validity of Aryon Dall’Igna Rodrigues reconstructive hypothesis of two proto-affricated phonemes for Proto-Tupí-Guaraní
DOI:
https://doi.org/10.26512/rbla.v17i1.61002Palavras-chave:
Proto-Tupí-Guaraní, Reconstrução fonológica, Classificação interna, Retenções, InovaçõesResumo
Este artigo discute a reconstrução de duas africadas para o Proto-Tupí-Guaraní (PTG) – *ts e *tʃ –, proposta por Aryon Dall’Igna Rodrigues (1984-1985), que foi criticada por alguns linguistas que sugerem a reconstrução de uma única africada *ts. Nosso objetivo é revisitar a reconstrução de Rodrigues e discutir sua validade, demonstrando porque as críticas feitas a ela são infundadas. Entre os argumentos que reunimos, destacamos a ausência de dados que sustentem a palatalização em PTG de *ts para *tʃ quando precedida por *i, um processo que teria dado origem a um alofone *tʃ do *ts do PTG, como proposto pelos oponentes da reconstrução em questão, para justificar a reconstrução de uma única africada *ts para o PTG (Schleicher 1998; Meira and Drude 2015). Nossos argumentos também incluem reflexões sobre o que teria sido uma africada alveopalatal no PTG em línguas dos sub-ramos IV e VIII, além de fortes evidências de contraste entre duas africadas que seriam reflexos de um contraste existente no PTG em línguas do sub-ramo I. Também mostramos problemas com as reconstruções propostas por Schleicher (1998), usadas como evidência para apoiar a reconstrução de uma única africada para o PTG. Uma prévia desse nosso estudo, desenvolvido desde 2019, foi apresentada em 2021 (https://www.youtube.com/watch?v=aKIU4NcNCcY).
Downloads
Referências
Boudin, M. H. 1966. Dicionário de Tupi-Moderno. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Presidente Prudente.
Boudin, M. H. 1978. Dicionário de Tupi-Moderno (dialeto Tembe-Tenetehara do alto rio Gurupi). São Paulo: Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas, 2 v.
Cabral, A. S. A. C. 1995. Contact Induced Language Change in the Western Amazon: The Non-Genetic Origin of the Kokama Language. Doctoral Dissertation, University of Pittsburgh, PITT, Estados Unidos.
Cabral, A. S. A. C. 1996a. Algumas evidências lingüísticas de parentesco genético do Jo’é com as línguas Tupi-Guarani. Moara, v. 4, p. 47-76.
Cabral, A. S. A. C. 1996b. Notas sobre a fonologia segmental do Jo’é. Moara, v. 4, p. 23-46.
Cabral, A. S. A. C. 2012. Contextualizando o povo Zo’é na cultura e biodiversidade da região tapajônica. In: Maria do Socorro Simões. (Org.). Revisitando Cultura e Biodiversidade: entre o rio e a floresta. 1.ed. Belém: UFPA, v. 1, pp. 271-284.
Cabral, A. S.; Rodrigues, A. D. 2003. Dicionário da língua Asuriní do Tocantins. Belém: UFPA; Brasília: UnB.
Cabral, A. S. A. C.; Solano, E. de J. B. 2006. Mais Fundamentos para a Hipótese de Proximidade Genética do Araweté com Línguas do sub-ramo V da Família Tupí-Guaraní (Further Foundations for the Hypothesis of Genetic Proximity of the Araweté Language to the Languages of sub-set V of the Tupí). Estudos da Língua(gem), [S. l.], 4(1), pp. 41-65.
Cabral, A. S. A. C.; Jennings, E.; Pinto, S. de B. 2019. Manual linguístico de apoio ao atendimento de saúde junto ao povo Zo’é. 1. ed. Brasília: LALLI, v. 1. 226p.
Cachine Jean-Marc, Couchili, Lucie; Maurel, Didier; Didier, Monerville, Eddy, panapuy, Jammes. 2020. Dictionnaire Teko – Français kaleta teko ‘awu panaitsi ‘awu ipope ma’ẽ. Disponível em: https://langues-de-guyane.ins.ac-guyane.fr/IMG/pdf/dictionnaire_teko-francais_2020_.pdf.
Caldas, Raimunda Benedita Cristina. 2009. Uma proposta de Dicionário para a Língua Ka’apór. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade de Brasília, Brasília.
Carvalho, Fernando Orphão. 2022. On the Guaranian evidence for two Proto-Tupi-Guarani affricates. Journal of Language Relationship, 10(1), pp. 81-112.
Carvalho, Rosileide Barbosa de. 2018. Análise morfológica da língua Kaiowá: fundamentos para uma gramática e dicionário bilíngue. 115 f., il. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade de Brasília, Brasília.
Curt Nimuendajú. 1925. As tribos do alto Madeira. In Journal de la Societé des Américanistes de Paris, tomo XVII, pp. 137-172.
Campbell, Lyle. 2013. Historical Linguistics: An Introduction, 3rd edn. Edinburgh: Edinburgh University Press, and Cambridge MA: The MIT Press.
Crowhurst, Megan J. 2000. A Flip-Flop in Siriono (Tupian): The Mutual Exchange of /i ɨ/. International Journal of American Linguistics, Vol. 66, No. 1 (Jan., 2000), pp. 57-75 http://www.jstor.org/stable/1265959, accessed in 17/05/2009 08:49.
Dietrich, Wolf. 1990. More Evidence for an Internal Classification of Tupí-Guaraní Languages. Berlin: Gebr. Mann Verlag.
Dooley, Robert A. 2006. Léxico Guarani, dialeto Mbyá com informações úteis para o ensino médio, a aprendizagem e a pesquisa lingüística. SIL, Guarani-Português, Versão de 9 de março de 2006, 11:32:00. no encontro da ANPOLL em Gramado, RS.
Jensen, C. J. S. 1990. O desenvolvimento histórico da língua Wayampí. (Série Línguas Indígenas). 2 ed. Campinas: Editora da UNICAMP.
Kamaiurá, Aisanain Páltu. 2015. O Kwaryp de Kanutari: uma abordagem linguística e etnográfica. 538 f., il. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade de Brasília, Brasília.
Lemle, Miriam. 1971. Internal Classification of the Tupi-Guarani Linguistic Family. Tupi Studies, (ed. by David Bendor-Samuel) vol. I, 107-129. Norman, Oklahoma: Summer Institute of Linguistics.
Loukotka, Cestmir. 1950. Les langues de la famille Tupí-Guaraní. Boletim de Etno-grafia e Língua Tupí-Guaraní, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. São Paulo: Universidade de São Paulo.
Magalhães, M. M. S. 2007. Sobre a morfologia e a sintaxe da língua Guajá. Tese de doutorado, Universidade de Brasília, Brasília.
Meira, Sérgio; Drude, Sebastian. 2015. A Summary Reconstruction of Proto-Maweti-Guarani Segmental Phonology. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, v. 10, n. 2, p. 275-296, maio-ago. 2015. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981-81222015000200005.
Monserrat, R. M. F.; Irmãzinhas de Jesus. 1998. Língua Asuriní do Xingu: Observações gramaticais. Altamira: Conselho Indigenista Missionário, [s.p.].
Ramirez, Henri, Valdir Vegini & Maria Cristina Victorino de França. 2017. O warázu do Guaporé (tupi-guarani): primeira descrição linguística. LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, v. 17 n. 2, p. 411-506.
Rodrigues, Aryon D. 1984/85. Relações internas na família lingüística Tupí-Guaraní. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 27/28, p. 33-53.
Rodrigues, Aryon D. 2007. As consoantes do Proto-Tupí. In: A. S. A. C. Cabral e A. D. Rodrigues (Orgs.), Línguas e culturas Tupí. Campinas: Ed. Curt Nimuendajú; Brasília: LALI, p. 167-203.
Rodrigues, A. D.; Cabral, A. S. A. C. 2002. Revendo a classificação interna da família Tupí-Guaraní. In: A. S. A. C. Cabral e A. D. Rodrigues (Orgs.). Línguas indígenas brasileiras: fonologia, gramática, história. v. I, Belém: EDUFPA, p. 327-337.
Rodrigues, Aryon Dall’lgna; Cabral, A. S. A. C.; Xetá, C. S.; Xetá, J. C. da S.; Rufino, R.; Mota, L.T. 2013. Vocabulário Ilustrado do Xetá. Maringá: Universidade Federal de Maringá, v.1. p.113.
Röessler, Eva-Maria. 2018. Syntactic effects of inflectional morphology restructuring in Aché: on language change and language contact in Tupí-Guaraní subgroup-1 = Efeitos sintáticos da reestruturação de morfologia flexional em Achê: um estudo de mudança linguística e fenômenos de contato no subgrupo-1 da família Tupí-Guaraní. 1 recurso online (252 p.). Tese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem, Campinas, SP.
Ruíz de Montoya, Antonio. Arte, y Bocabulario de la lengua Guaraní. 1640. Juan Sanchez, Madri (reprodução facsimilar por J. Platzmann, em dois volumes separados: Arte de la lengua Guaraní, B. G. Teubner, Leipzig, 1876, Bocabulario de la lengua Guaraní, B. G. Teubner, Leipzig. 1876. Nova edição pelo Visconde de Porto Seguro, Faesy y Frick, Viena; Maísonneuve y Cia., Paris, 1876.
Sabino, Wary Kamaiurá. 2016. Awetýza tiʔíngatú: construindo uma gramática da língua Awetý, com contribuições para o conhecimento do seu desenvolvimento histórico. 2016. 231 f., il. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade de Brasília, Brasília.
Schleicher, C. O. 1998. Comparative and internal reconstruction of the Tupi-Guarani language family. Ph.D. dissertation, University of Wisconsin, Madison, 1998.
Scuchard, Barbara. 1979. ñane ñe’e͂: gramática guarani para castellano hablantes, Ayuda para el Campesino del Oriente Boliviano (1APCOB) e Centro Bolivano de Investigación y Acción Educativas (Cebiae), Santa Cruz de la Sierra.
Silva, Ariel P. C. e. 2021. Contribuições para o conhecimento da história da língua e da cultura Avá-Canoeiro. Tese (Doutorado em Linguística). Brasília: Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Brasília.
Silva, Beatriz C. C da. 2011. Mawé/Awetí/Tupí-Guaraní: relações lingüísticas e implicações históricas. 2011. xxiv, 424 f., il. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade de Brasília, Brasília.
Solano, E. J. B. 2004. A posição do Araweté na Família Tupi-Guarani: considerações lingüísticas e históricas. [s.f] Dissertação (Mestrado em Letras) – Centro de Letras e Artes da Universidade Federal do Pará, Belém.
Swintha Danielsen; Gasparini, Noé. 2015. News on the Jorá (Tupí-Guaraní): sociolinguistics, description, and classification. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Hum., Belém, 10(2), pp. 441-466, maio-ago.
Villafañe, Lucrecia. 2004. Gramática Yuki: lengua Tupí-Guaraní de Bolivia. Tucamán, Argentina: Proefschrift Katholieke Universiteit Nijmegen.,13–22pp.
Weiss, H. E. 1998. Para um dicionário da língua Kayabí. 247f. Tese (Doutorado em Lingüística) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, São Paulo.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista Brasileira de Linguística Antropológica

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na RBLA concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a divulgar seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.




