CURRÍCULO E AFRICANIDADES: UM OLHAR PARA A FORMAÇÃO DE TRADUTORES E INTÉRPRETES DE LIBRAS PRETOS
DOI :
https://doi.org/10.26512/les.v23i2.43566Mots-clés :
Tradutor e Intérprete de língua de sinais, Etnia, História da África, CurrículoRésumé
O presente trabalho se dedica ao estudo de questões atinentes ao tradutor e intérprete de língua de sinais preto. A sua trajetória de formação, tanto acadêmica quanto no seio dos movimentos sociais, está impregnada de valores para o seu embranquecimento. A negação do ensino da história da África e da Cultura Africana e Afro-brasileira, no currículo de cursos de formação, ofertados em instituições de educação superior reflete o silenciamento característico do racismo institucional. Ao analisar o currículo de instituições brasileiras, se observou a lacuna formativa como um dos principais fatores relacionados à disseminação do preconceito racial.
Téléchargements
Références
ANGELOU, M. Eu sei por que o pássaro canta na gaiola. Tradução Regiane Winarski. Bauru: Astral Cultural, 2018.
BAUMAN, Z. Modernidade Líquida. Tradução Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
BISPO, J. R.; MARTINS, D. A. ;SANTOS, E.; Performance em língua de sinais: reflexões sobre a potência da surdez. 2020. Congresso Virtual UFBA 2020. Disponível em: https://youtu.be/XYPQOyjA1ZU. Acesso em 09/06/2022.
BRASIL. Lei n° 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências. Diário Oficial [da] União, Brasília, DF, Poder Legislativo, 25 abr. 2002.
BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 2003.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 1, de 17 de junho de 2004. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, p. 11, 22 jun. 2004a.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP 003/2004. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília: Ministério da Educação, 2004b.
BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Brasília: Presidência da República, 2008.
BRASIL. Lei nº 12.319, de 1º setembro de 2010. Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais – Libras. Diário Oficial [da] União, Brasília, DF, Poder Legislativo, 02 set. 2010.
BRITO, I. A., MEDERISO, J. R., BENTO, N. A., & RODRIGUES, N. (2021). Que corpo é esse? Literatura negra surda, interseccionalidades e violências. ODEERE, 6(01), p. 209-232.
CAMPOS, S. R. L. de, & BENTO, N. A. (2022). Nem todo surdo é igual: discussões interseccionais preliminares na educação de surdos. DELTA: Documentação E Estudos Em Linguística Teórica E Aplicada, 38(1).
CRUZ, L. S. II Congresso nacional africanidades e brasilidades: culturas e territorialidades. educação antirracista: Reflexões sobre Currículo e Práticas Pedagógicas nas Escolas Municipais de Paulistana. PI. 2014. (Congresso).
FERREIRA, P. L. A. O ensino de relações étnico-raciais nos percursos de escolarização de negros surdos na educação básica. [Dissertação de mestrado]. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.2018.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GIROUX, H. A. Escola Crítica e Política Cultural. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1988 (Coleção Polêmicas do Nosso Tempo).
GARCIA, O. Bilingual Education in the 21st Century: a global perspective. New Jersey: Wiley & Sons, 2008.
GILROY, P. O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. Rio de Janeiro: Editora 34, 2002.
HERNÁNDEZ, F.; VENTURA, M. A organização do currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. Porto Alegre: Artes Médicas, 2017.
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. 2019. Censo Escolar da Educação Básica 2018: notas estatísticas. Brasília: Autor. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/censo_escolar/notas_estatisticas/2018/notas_estatisticas_censo_escolar_2018.pdf. Acesso em: 11 mar. 2022.
KLONOFF, E. A.; LANDRINE, H. Is Skin Color a Marker for Racial Discrimination? Explaining the Skin Color – Hypertension Relationship. J Behav Med, v. 23, p. 329-338, 2000. DOI: https://doi.org/10.1023/A:1005580300128
LANDA, A.; FERNANDEZ, J.; COSTELLO, B. O sinalizante nativo não (existente): pesquisa em línguas de sinais em uma pequena população surda. In: VASCONCELOS ET AL. (ORG), M. L. B. Questões teóricas das pesquisas em línguas de sinais. 1. ed. Florianópolis: Arara Azul, v. 1, 2006.
LAVILLE, C.; DIONNE, J. A. A construção do saber – manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Belo Horizonte, Editora UFMG , 1999.
MAHER, T. M. Do casulo ao movimento: a suspensão das certezas na educação bilíngue e intercultural. In: CAVALCANTI, M.C.; BORTONI-RICARDO, S. M. (Org.). Transculturalidade, linguagem e educação. Campinas: Mercado das Letras, 2007.
MARTINS, D. A. ALMEIDA, J. C.; SANTOS, E.; NASCIMENTO, W. Criação e transcriação poética como forma de resistência do negro-surdo brasileiro. In: SOUZA, A. L. S. (Org.). Cultura política nas periferias: estratégias de reexistência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2021. v. 1, p. 257-272.
MARTINS, D. A. ALMEIDA, J. C.; Um estudo sobre a constituição identitária e os movimentos de resistência do negro-surdo em manifestações artísticas. Caderno de resumos X COPENE – Re(existência) intelectual negra ancestral. Congresso Brasileiro de Pesquisadore(as) Negros(as), Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) – Curitiba, 2018.
MARTINS, D. A; NUNES, E. S. . Ubuntu-Libras: Uma experiência construtiva agregando valores na diversidade. In: XI Copene, 2020, Curitiba. Negras escrevivências, interseccionalidades e engenhosidades : educação e políticas afirmativas /. ? XI COPENE - Congresso Brasileiro de Pesquisadores/ as Negros/as, 9 a 12 de novembro de 2020. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2020.
PERLIN, G. O ser e o estar sendo surdos: alteridade, diferença e identidade. 2003. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003.
SAMARA, E., TUPY, I. História & Documento e metodologia de pesquisa. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.
QUADROS, R. M. de; KARNOPP, L. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: ArtMed, 2004.
RIBEIRO, D. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento, 2017.
RUSSO, A. Intérprete de língua brasileira de sinais: uma posição discursiva em construção. 2010. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010.
SAMUEL, D. A democracia brasileira sob o governo de Lula e do PT. In ANGELO, V. A. de; VILLA, M. A. O partido dos trabalhadores e a política brasileira (1980-2006): uma história revisitada. São Carlos: EdUFSCar, 2009.
SKLIAR, C. (Org.) A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Editora Mediação.1998.
STENNING, T. The transgressive role of education: bell hooks’s legacy. 3 jan. 2022. Disponível em: https://news.northeastern.edu/2022/01/03/bell-hooks-education-thinking/. Acesso em: 13 fev. 2022.
VINEBALDO, A. Ensinar a transgredir: de bell hooks. Revista Periferias, n. 4, 2019. Disponível em: https://revistaperiferias.org/materia/resenha-ensinar-a-transgredir-bell-hooks/. Acesso em: 09 mar. 2022.
WATSON, M. Telling Their Stories: Black d/Deaf High School Students Graduating with Diplomas. A Case Study. 2017. Dissertation (Graduate Program in Education: Teaching & Learning) – The Ohio State University, Ohio, 2017.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Cadernos de Linguagem e Sociedade do Programa de Pós-Graduação em Linguística da UnB é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported. 2022
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.
Autores/as que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores/as mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.