La guerra contra una expresión lingüística:

no más “violencia obstétrica”

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.26512/les.v24i2.46920

Palabras clave:

violencia obstétrica, análisis del discurso, guerra cultural

Resumen

En 2019, el Ministerio de Salud (MS) emitió una orden aboliendo la expresión “violencia obstétrica” de sus documentos oficiales. Esto sucedió después de que el Consejo Federal de Medicina (CFM), en 2018, ya hubiera adoptado esta posición Realizamos un análisis del discurso (AD) basado en Foucault y otros autores franco-brasileños de AD, con el objetivo de demostrar la existencia de una alineación ideológica entre MS y CFM; y mostrar cómo la sugerencia de abolir la expresión “violencia obstétrica” inserta este tema en el contexto de la guerra cultural, además de ser un intento de silenciar las discusiones sobre el tema.

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Biografía del autor/a

Carolina Aita Flores, Universidade Federal da Fronteira Sul

Doutoranda em Saúde Coletiva pelo IMS-UERJ. Mestre em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Pesquisa, através da perspectiva foucaultiana, temas como violência obstétrica, parto e nascimento, discurso médico, guerra cultural, entre outros. Atua como psicóloga clínica e perinatal. E-mail: caro.aflores@gmail.com

Eric Duarte Ferreira, Universidade Federal da Fronteira Sul

Doutor em Linguística e Professor do Curso de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó-SC. Pesquisador do Laboratório de Estudos do Discurso da UFFS, o FRONTEIRAS, e do Grupo de Pesquisa Lingua(gem), discurso e subjetividade (UFFS). Coordenou, junto com o prof. Dr. Atilio Butturi Junior (UFSC), a coletânea Análises no Campo do Discurso: Debates Interdisciplinares, publicada em 2017 pela Editora Mercado de Letras. E-mail: eric@uffs.edu.br

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Publicado

2023-12-28

Cómo citar

Aita Flores, C., & Duarte Ferreira, E. (2023). La guerra contra una expresión lingüística: : no más “violencia obstétrica”. Cadernos De Linguagem E Sociedade, 24(2), 160–178. https://doi.org/10.26512/les.v24i2.46920