Futuro Ancestral
Metalinguagem e intertextualidade na construção do discurso contra-hegemônico
DOI:
https://doi.org/10.26512/les.v26i1.58030Palavras-chave:
tecnologias de resistência, colaboração, linguística aplicada, sul globalResumo
Em um contexto de crises socioambientais, urge repensarmos as relações entre nós e o planeta. Aílton Krenak (2022) propõe o conceito Futuro Ancestral, valorizando saberes, linguagens e tradições de povos originários, em oposição à lógica hegemônica científico-capitalista. Este artigo objetiva analisar criticamente o conceito e sua rede de significações, com base nas categorias de intertextualidade temática e explícita (Dias, 2017; Koch et al., 2008) e estratégias discursivas de metalinguagem (Leite, 2006), enfatizando a necessidade de questionar, resistir e desconstruir discursos hegemônicos. Por fim, ressaltamos a resistência afro-indígena, buscando incorporar metalinguagem e suas significações na atuação da Linguística Aplicada do Sul Global.
Downloads
Referências
ACOSTA, Alberto. O Bem Viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. Tradução de Tadeu Breda. São Paulo: Elefante Editora, 2016.
BAUMAN, Richard.; BRIGGS, Charles Leslie. Voices of Modernity: Language Ideologies and the Politics of Inequality. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.
CARNEIRO, João Paulo. Tecnologias ancestrais: redes e conexões antirracistas. Revista Interinstitucional Artes de Educar, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 285-304, jan. 2024. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/riae/article/view/73849. Acesso em: 17 mar. 2025.
CRISTOVÃO, V. L. L.; FRANCESCON, P. K. Voices from the aboriginals: telling legends and oral stories. 1. ed. Curitiba: Editorial Casa, 2023. v. 1. 86p.
DIAS, Juliana. Tessituras multimidiáticas: linguagens, tecnologias e sexualidades. 2017. 179 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2017. Disponível em: http://www.ded.ufla.br/tessituras/os-fios-condutores/intertextualidadeinterdiscursividade-e-o-dialogo-entre-textosdiscursos/. Acesso em: 13 jun. 2024.
FARACO, Carlos Alberto. Norma-padrão brasileira: desembaraçando alguns nós. IN: BAGNO, Marcos (org.). Linguística da norma. São Paulo: Loyola, 2002, p. 36-61.
FIORIN, José Luiz. Interdiscursividade e intertextualidade. IN: BRAIT, Beth (org.). Bakhtin: outros conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2006, p. 161-193.
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. 9. ed. Campinas: Papirus, 2012.
KOCH, Ingedore Villaça; BENTES, Anna Christina; CAVALCANTE, Mônica Magalhães. Intertextualidade: diálogos possíveis. São Paulo: Cortez, 2008.
KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. Tradução de Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
KRENAK, Ailton. Futuro ancestral. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
LEITE, Marli Quadros. Metalinguagem e discurso: a configuração do purismo brasileiro. São Paulo: Humanitas, 2006.
LIMA, Antonio Carlos de Souza. Um grande cerco de paz: poder tutelar, indianidade e formação do Estado no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1995.
MAKONI, Sinfree; PENNYCOOK, Alastair. Disinventing and (Re)Constituting Languages. Critical Inquiry in Language Studies, v. 2, n. 3, p. 137-156, 2005. DOI: 10.1207/s15427595cils0203_1. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1207/s15427595cils0203_1. Acesso em 23 abr. 2025
MENEZES DE SOUZA, Lynn Mario Trindade; MONTE MOR, Walkyria. É Proibido Proibir: ambiguidades e enfrentamentos na/pela linguagem. Revista X, Curitiba, v. 15, n. 4, p. 6–14, 2020. DOI: 10.5380/rvx.v15i4.76536. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/revistax/article/view/76536. Acesso em 26 abr. 2025.
MUNDURUKU, D. Entrevista Daniel Munduruku e Fortuna. Arena Dos Saberes. TV Cultura. 20/03/2025. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RpXAqJHGt2E. Acesso em 13 abr. 2025.
OLIVEIRA, João Pacheco de; FREIRE, Carlos Augusto da Rocha. A Presença Indígena na Formação do Brasil. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, LACED/Museu Nacional, 2006. Disponível em: https://acervo.uniarp.edu.br/wp-content/uploads/livros/formacao-indigena.pdf. Acesso em 26 abr. 2025.
PORFÍRIO, Isabel; OLIVEIRA, Luana Tvardovskas. Antonio Bispo dos Santos. IN: MARQUES, Ana Cláudia Domingues et al. (org.). Enciclopédia de Antropologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, Departamento de Antropologia, 2021. Disponível em: https://ea.fflch.usp.br/autor/antonio-bispo-dos-santos. Acesso em: 29 abr. 2024.
SANTOS, Antonio Bispo dos. A terra dá, a terra quer. São Paulo: Ubu Editora PISEAGRAMA, 2023.
SANTOS, Antonio Bispo dos. Colonização, Quilombos, Modos e Significações. Brasília: INCTI/UnB, 2015.
THIONG’O, Ngũgĩ wa. Decolonizing the mind: the politics of language in African literature. London: J. Currey; Portsmouth: Heinemann, 1987.
TORRES, Sonia. O antropoceno e a antropo-cena pós-humana: narrativas de catástrofe e contaminação. Ilha do Desterro, Florianópolis, v. 70, n. 2, p. 093–105, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ides/a/8dFjr85xDGQZ7P4ZdkRXkKB/abstract/?lang=pt. Acesso em 26 abr. 2025.
VIEIRA, Bruna. Em bom pretuguês: Lélia Gonzalez, uma quilombola amefricana. Lutas Sociais, São Paulo, v. 19, n. 34, p. 214–218, 2015. DOI: 10.23925/ls.v19i34.25768. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/ls/article/view/25768. Acesso em 26 abr. 2025.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Prof., Prof. , Profa., Vera Lúcia Cristóvão

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores/as que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores/as mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution 4.0 International license que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
