Educação linguística plural para consolidação dos direitos humanos para a diversidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/les.v22i2.40908

Palavras-chave:

Educação Linguística. Pluralidade. Diversidade. Direitos Humanos.

Resumo

Propomos, neste artigo, girar problematizações em torno do lugar e do espaço dos seres não contemplados com a humanidade, os excluídos do frame válido da modernidade, com suas línguas e epistemologias, a partir dos quais visamos refletir sobre as estratégias de manutenção do modelo de humano e de humanidade herdado à cristandade, e dos valores herdados à patriz de poder da modernidade conferidos às línguas e aos conhecimentos válidos. A discussão está ancorada no entrelaçamento dialógico de pensadores(as) da área ao dizer de uma mulher surda insurgente do silêncio moderno-cristão-colonial. Esse dizer é a potente palavra analética chamando à escuta.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Laura de Pina Ferreira Brito, Secretaria Municipal de Educação de Aparecida de Goiânia

Docente da Secretaria Municipal de Educação de Aparecida de Goiânia, atuando na educação básica como professora de Libras. Licenciatura em Letras: Libras e Especialização em Linguística das Línguas de Sinais pela Universidade Federal de Goiás. Atualmente é mestranda em Letras e Linguística, Área de Estudos Linguísticos pela mesma universidade. E-mail: lauradepina1@gmail.com.

Tânia Ferreira Rezende, Universidade Federal de Goiás

Docente do Departamento de Linguística e Língua Portuguesa e do Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás. Licenciatura em Letras: Português e Inglês pelo Centro Universitário UniEvangélica, Mestrado em Letras e Linguística, área de Estudos Linguísticos, pela Universidade Federal de Goiás, e Doutorado em Linguística pela Universidade Federal de Minas Gerais.  E-mail: taferez@ufg.br.

Hildomar José de Lima, Universidade Federal de Goiás

Docente do Departamento de Libras e Tradução da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás. Licenciatura em Letras Português/Inglês pela Faculdade de Filosofia do Vale do São Patrício de Ceres/GO, Especialização em Educação Inclusiva pela Universidade Salgado de Oliveira, de Goiânia/GO, Mestrado e Doutorado em Letras e Linguística, Área de Estudos Linguísticos, pela Universidade Federal de Goiás. E-mail: hildomar_lima@ufg.br.

Referências

ANZALDÚA, Gloria. Borderlands la frontera – the new mestiza. San Francisco: Aunt Lute Books, 2012.

ARENDT, Hannah. A promessa da política. Organização e introdução de Jerome Kohn; tradução de Pedro Jorgensen Jr. Rio de Janeiro: DIFEL, 2012.

ARENDT, Hannah. Liberdade para ser livre. Tradução de Pedro Duarte, beatriz Andreiuolo e Luciana Villas Bôas. Edição brasileira. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2018.

CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: CANDIDO, Antonio. Vários escritos. 5. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul. 2011, p. 171-193.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO. 1789. Universidade de São Paulo: Biblioteca Virtual de Direitos Humanos. Disponível em: http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Documentos-anteriores-%C3%A0-cria%C3%A7%C3%A3o-da-Sociedade-das-Na%C3%A7%C3%B5es-at%C3%A9-1919/declaracao-de-direitos-do-homem-e-do-cidadao-1789.html Acesso em: 30 ago. 2021.

DOS REIS, Maria Firmina dos. Úrsula. Porto Alegre: Zouk, 2018 [1959].

DUSSEL, D. Enrique. Para uma ética da libertação latino-americana. I – acesso ao ponto de partida da ética. Tradução de Luiz João Gaio. São Paulo: Loyola/Piracicapa: Unimep, 1977.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.

GOLDFELD, Marcia. A criança surda: linguagem e cognição numa perspectiva sociointeracionista. 3. ed. São Paulo: Plexus, 2002.

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, 1984, p. 223-244.

GROSFOGUEL, Ramón. A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Tradução de Fernanda Miguens, Maurício Barros de Castro e Rafael Maieiro. Revista Sociedade e Estado, v. 31, n. 1, jan./abr. 2016, p. 25-49.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação – episódios de racismo cotidiano. Trad. Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

KRENAK, Ailton. A vida não é útil. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

LA BOÉTIE, Étienne. Discurso sobre a servidão voluntária. Introdução e notas de Paul Bonnefon; Tradução de Evelyn Tesche. São Paulo: Edipro, 2017.

LUGONES, María. Rumo a um feminismo descolonial. Estudos Feministas, Florianópolis, n. 22, p. 935-952, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2014000300013. Acesso em: 3 set. 2021.

MBEMBE, Achille. Políticas da inimizade. Tradução de Marta Lança. Portugal: Antígona, 2017.

MBEMBE, Achille. Necropolítica. Tradução de Renata Santini. Arte & Ensaios, Rio de Janeiro, n. 32, p. 122-151, 2016. Disponível em: https://www.procomum.org/wp-content/uploads/2019/04/necropolitica.pdf. Acesso em: 22 jul. 2021.

MIGNOLO, Walter. Epistemic disobedience, independent thought and decolonial freedom. Theory, Culture & Society, Los Angeles, London, New Delhi and Singapore, vol. 26(7-8), p. 1-23. 2009. Disponível em: http://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0263276409349275. Acesso em: 01 set. 2021.

MUNDURUKU, Daniel. A escrita e a autoria fortalecendo a identidade, [s.d.]. Disponível em: A escrita e a autoria fortalecendo a identidade - Povos Indígenas no Brasil (socioambiental.org). Acesso em: 23 jul. 2021.

NEUMANN, Eduardo. Letra de índio – cultura escrita, comunicação e memória indígena nas Reduções do Paraguai. São Bernardo do Campo-SP: Nhanduti Editora, 2015.

OBIAH Grupo de Estudos Interculturais Decoloniais da Linguagem. Os compromissos da Sociolinguística [inédito].

OLIVEIRA, Gilvan Müller de. (Org.). Declaração Universal dos Direitos Linguísticos – novas perspectivas em políticas linguísticas. Campinas-SP: Mercado de Letras/Florianópolis-SC: Ipol/Campinas-SP: ALB, 2003.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948. Disponível em: <https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos>. Acesso em: 26 maio 2021.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (Org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010, p.84 -144.

SANTOS, Antônio (Nêgo) Bispo dos. Colonização, quilombos, modos e significados. Brasília-DF: INCT, 2015.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do pensamento abissal: das línguas globais a uma ecologia de saberes. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (Org.). Epistemologias do Sul. 2. ed. Coimbra: Almedina, 2010.

TSÕRÕPRÉ, Cristóvão Tserero’odi. Comunicação oral. Conferência Regional de Educação Escolar Indígena – Aruanã-GO. Dez. 2016.

WALLERSTEIN, Immanuel. The Modern World System. New York: Academic Press, 1974.

Downloads

Publicado

2021-12-19

Como Citar

Brito, L. de P. F. ., Rezende, T. F. ., & Lima, H. J. de. (2021). Educação linguística plural para consolidação dos direitos humanos para a diversidade. Cadernos De Linguagem E Sociedade, 22(2), 253–271. https://doi.org/10.26512/les.v22i2.40908

Edição

Seção

Dossiê Educação em Direitos Humanos e Diversidades: aspectos da linguagem