La praxis negra frente a la captura legal: la inserción de la fabulación crítica en el Derecho

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.26512/revistainsurgncia.v10i1.49622

Palabras clave:

Esclavitud, Praxis negra, Fabulación crítica, Historia del Derecho, Captura Legal

Resumen

Esta investigación buscó retratar la praxis negra de los esclavizados contra el sistema jurídico de control y represión durante la esclavitud, utilizando el método de la fabulación crítica. A partir del análisis de documentos fragmentados como noticias, oficios, expedientes y mapas en los archivos oficiales, se utiliza la fabulación crítica como método de revisión histórica y de expresión contra los intentos de despersonalizar a las personas negras en la historia. Para ello, se fabularán cuatro historias de resistencia negra, basadas en los anuncios de "fugas de esclavizados" entre 1838 y 1888 en los periódicos de Sergipe, alojados en la Hemeroteca Digital. Estas historias mostrarán las diversas y sofisticadas estrategias de supervivencia de los esclavizados frente al marco jurídico de captura. Se concluye sobre el potencial de la fabulación crítica para rescatar las dinámicas de resistencia de los esclavizados, así como para realizar críticas y reconstrucciones en el campo de la historiografía jurídica.

Biografía del autor/a

Danilo dos Santos Rabelo, Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal, Brasil

Mestre em Direito pela Universidade Federal de Sergipe; Doutorando em Direito pela Universidade Brasília. Integrante do “Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas da Universidade Federal de Sergipe” (NEABI-UFS), e do “Núcleo de Estudos e Pesquisas em Cultura Jurídica e Atlântico Negro – Maré” da Universidade de Brasília.

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Publicado

31.01.2024

Cómo citar

RABELO, Danilo dos Santos. La praxis negra frente a la captura legal: la inserción de la fabulación crítica en el Derecho . InSURgência: revista de direitos e movimentos sociais [InSURgência: revista de derechos y movimientos sociales], Brasília, v. 10, n. 1, p. 283–323, 2024. DOI: 10.26512/revistainsurgncia.v10i1.49622. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/insurgencia/article/view/49622. Acesso em: 7 nov. 2024.