Singularidade e universalidade nos processos de leitura de Kierkegaard
DOI:
https://doi.org/10.26512/rfmc.v2i1.12393Palabras clave:
Kierkegaard, Starobinski, Unidade, Singularidade, Universalidade, SubjectividadeResumen
Com muita frequência encontramos comentadores da obra de Søren Kierkegaard que procuram ultrapassar a diversidade e a heterogeneidade interna da produção kierkegaardiana mediante processos de redução à unidade, em particular transformando o filósofo dinamarquês exclusivamente num pensador religioso. A título de exemplo, o presente artigo começa por abordar a leitura que Jean Starobinski oferece desse tipo de redução. Subsequentemente o artigo procura caracterizar em pormenor a diversidade e a heterogeneidade kierkegaardianas e encontrar para elas um tipo de resposta baseado em pressupostos de natureza hermenêutica, designadamente numa teoria da singularidade e da universalidade da experiência que consiga ultrapassar os extremos de uma dicotomia radical entre unidade a todo o custo e multiplicidade inoperante. A última parte deste trabalho trata de exemplificar a aplicabilidade dos conceitos de singularidade e de universalidade numa sequência de casos concretos da produção de Kierkegaard, concluindo pela integração de tais conceitos numa compreensão da construção da subjectividade existencial do leitor dessa produção.
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