A Era das Formas Urbanas Extremas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/rfmc.v9i3.42999

Palavras-chave:

Hiperurbanização. Transurbanização. “Paraísos do mal”. Mike Davis. Daniel Monk. Urbanismo militar.

Resumo

O presente texto busca analisar o que se pode denominar de “novo tempo das formas urbanas extremas”, que, consideradas em seu amplo espectro, incluem o “estágio Dubai do capitalismo”. Elas se organizam por dinâmicas de hiperurbanização e transurbanização que aprofundam e transcendem o diagnóstico de “fim de linha” do projeto moderno e podem ser vislumbradas em duas situações de extremos, os “paraísos do mal” de Mike Davis e Daniel Monk: a novas cidades asiáticas e as cidades favela, particularmente, Lagos. Ambos os casos fornecem um panorama não só dos contrastes monstruosos que definem o mundo contemporâneo, mas o cenário original do que viria ser chamado de “urbanismo militar” (tempo de cidades sitiadas, escaneadas, de populações-alvo rastreadas, vigiadas, preventivamente contidas e abordadas segundo perfis de risco).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Otília Beatriz Fiori Arantes, Universidade de São Paulo, USP

Professora livre-docente do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP). Doutora em Filosofia pela Université de Paris 1 Panthéon-Sorbonne (1972).

Referências

ARANTES, O. B. F. O lugar da arquitetura depois dos modernos. São Paulo: Edusp, 1993.

ARANTES, O. B. F. Urbanismo em fim de linha e outros estudos sobre o colapso da modernização arquitetônica. São Paulo: Edusp, 1998.

ARANTES, O. B. F. Chai-na. São Paulo: Edusp, 2011.

ARANTES, O. B. F. Berlim, Barcelona – duas imagens estratégicas, São Paulo: Annablume, 2012.

ARANTES, O. B. F., VAINER, C., MARICATO, E. Cidade do pensamento único. Petrópolis: Vozes, 2000.

BRITO, F., OLIVEIRA, P. R. (orgs.). Até o último homem. São Paulo: Boitempo, 2013.

CASTELLS, M. Fim de Milênio. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.

DAVIS, M. Planeta Favela. São Paulo: Boitempo, 2006.

DAVIS, M. Le stade Dubaï du capitalisme. Paris: Les Prairies Ordinaires, 2007.

FIORI, J. L. “Provavelmente, Deus não é africano”. Valor, 23/abr/2008.

GRAHAM, S., MARVIN, S. Splintering urbanism, networked infrastructures, technological mobilities and the urban condition. Londres, Nova Iorque: Rowtledge, 2001.

GRAHAM, S. Cities under siege: the new military urbanism. Londres: Verso, 2010.

HABLES GRAY, C. Postmodern war: the new politics of conflit, Nova York, Londres: The Guilford Press, 1997, cap. VIII.

JAMESON, F. Pós-modernismo – a lógica cultural do capitalismo tardio. Trad. de Maria Elisa Cevasco. São Paulo: Ática, 1996.

KOOLHAAS, R. et allí. Mutaciones. Barcelona: ACTAR, 2000.

MATHA, S. Bombaim: cidade máxima, São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

PACKER, G. A megacidade. Retrato do futuro urbano, Lagos, na Nigéria, é um aglomerado de 15 milhões de pessoas onde o lixo é mercadoria que mais circula. Piauí, fev/2007. Disponível em [http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-5/dossie-urbano/a-megacidade]: acesso em [30/out/2014].

PAWLEY, M. Terminal Architecture. Londres: Reaktion Books, 1998.

RUGGIERO, V., SOUTH, N., “The hate modern city as a bazar”. In: British Journal of Sociology, vol.48, n. 1, 1997.

TELLES, V da S., HIRATA, D. V. “Cidade e práticas urbanas: nas fronteiras incertas entre o ilegal, o informal e o ilícito”. Revista de Estudos Avançados da USP, vol. 21, n. 61, 2007.

THE ECONOMIST. “A ravenous dragon – A special report on China’s quest for resources”. The Economist, 15/mar/2008. Disponível em [https://www.economist.com/special-report/2008/03/15/a-ravenous-dragon]: acessado em [30/out/2014].

VAINER, C., “Quando as cidades vão às ruas”. In: SECCO, L., VIANA, S., ROLNIK, R. et al. Cidades rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo, 2013.

Downloads

Publicado

31-12-2021

Como Citar

ARANTES, Otília Beatriz Fiori. A Era das Formas Urbanas Extremas. Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea, [S. l.], v. 9, n. 3, p. 63–79, 2021. DOI: 10.26512/rfmc.v9i3.42999. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/fmc/article/view/42999. Acesso em: 18 abr. 2024.