O princípio de delicadeza e a economia libidinosa em Sade

Autor/innen

  • Clara Carnicero de Castro Universidade de São Paulo - USP

DOI:

https://doi.org/10.26512/rfmc.v3i1.12500

Schlagworte:

Sade, Princípio de delicadeza, Delicadeza celerada, Economia libidinosa, Prodigalidade luxuriosa

Abstract

Numa carta para sua esposa, Sade elogia a bizarrice e a eleva a categoria estética sob o nome de "princípio de delicadeza". Como bem observou Michel Delon, pode parecer paradoxal que aquele que prega o dever de delicadeza seja aquele mesmo cujo nome se tornou sinônimo de brutalidade. O termo, com efeito, é ambíguo e possui na obra do Marquês vários sentidos: da troca de cuidados entre Juliette e sua amante favorita, La Durand, passando por uma simples mania sexual, até chegar à fantasia "mais bizarra e mais singular de todas", aquela que depende de uma riqueza faustosa e que termina com uma pilha de corpos banhados de sangue. Trata-se aqui de, primeiro, examinar os diferentes sentidos do termo em Sade; em seguida, analisar as interpretações que Roland Barthes, Annie Le Brun e Michel Delon propõem para a delicadeza celerada; e, por fim, precisar o termo na sua relação com a prodigalidade luxuriosa.

Downloads

Keine Nutzungsdaten vorhanden.

Autor/innen-Biografie

Clara Carnicero de Castro, Universidade de São Paulo - USP

Possui graduação em Letras pela Universidade Estadual de Campinas (2003), mestrado em Filosofia (2006) pela mesma instituição e doutorado também em Filosofia pela Universidade de São Paulo (2012), com estágio doutoral (2011) e pós-doutoral (2013) na Universidade Paris-Sorbonne (supervisão prof. Dr. Michel Delon). Atualmente é pós-doutoranda do Departamento de Filosofia da USP (supervisão prof. Dr. Maurício de Carvalho Ramos). Pesquisa a concepção da alma material segundo o libertino sadiano, através da fusão de duas correntes filosóficas distintas: o atomismo e o estoicismo. Possui experiência na área de História da Filosofia Moderna (século XVIII), atuando principalmente nos seguintes temas: Sade, materialismo francês, romance filosófico e literatura libertina.

Literaturhinweise

BARTHES, Roland. Sade, Fourier, Loyola. Paris: Les Éditions du Seuil, 1971.

DELON, Michel. Le savoir-vivre libertin. Paris:Hachette, 2004.

DELON, Michel. Le principe de délicatesse : libertinage et mélancolie au XVIIIe siècle. Paris: A. Michel, 2011.

HÉNAFF, Marcel. L'invention du corps libertin. Paris: PUF, 1978.

LE BRUN, Annie. Soudain un bloc d'abîme, Sade. Paris: Gallimard, 1986.

NAKAGAWA, Hisayasu. «Genèse d'une idée diderotienne: la sensibilité comme propriété générale de la matière», in: Béatrice Fink et Gerhart Stenger (dir.), Être matérialiste à l'âge des Lumières, Hommage offert à Roland Desné. Paris: PUF, 1999.

SADE, Donatien Alphonse François de. Œuvres, édition de Michel Delon en trois tomes. Paris: Gallimard, coll. « Bibliothèque de la Pléiade », 1990/95/98.

SADE, Donatien Alphonse François de. 50 lettres du marquis de Sade à sa femme, édition de Cécile Guilbert, Pierre Leroy, Jean-Christophe Abramovici et Patrick Graille. Paris: Flammarion, 2009.

Zitationsvorschlag

CASTRO, Clara Carnicero de. O princípio de delicadeza e a economia libidinosa em Sade. Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea, [S. l.], v. 3, n. 1, p. 180–189, 2015. DOI: 10.26512/rfmc.v3i1.12500. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/fmc/article/view/12500. Acesso em: 24 nov. 2024.

Ausgabe

Rubrik

Artigos