A potência oralizante da multidão:
por que os estudos culturais ajudam a compreender a experiência dos muitos na literatura contemporânea
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-4018447Abstract
Meu objetivo neste artigo é fazer um triplo movimento, tendo sempre como horizonte de partida e de chegada o conceito de multidão: i) compreender como as questões abertas pelos estudos culturais transformam os espaços de legitimação da literatura na medida em que são sintomas de transformações sociais importantes no pós-guerra e no próprio conceito de cultura; ii) demonstrar que a autonomia da literatura baseada em valores estético-identitários não consegue dar conta dos muitos devires do contemporâneo; e iii) considerar a literatura brasileira contemporânea como um espaço aberto para uma multiplicidade de formas de vida que têm na oralização da literatura seu processo de semiotização mais significativo.
Downloads
References
CEVASCO, Maria Elisa (2003). Dez lições sobre estudos culturais. São Paulo: Boitempo.
COCCO, Giuseppe (2009). MundoBraz: o devir-mundo do Brasil e o devir-Brasil do mundo. Rio de Janeiro: Record.
DE CERTEAU, Michel (1995). Etnografia: a oralidade e o espaço do outro. In: DE CERTEAU, Michel. A escrita da história. São Paulo: Forense.
DENNING, Michael (2005). O fim da cultura de massa. In: DENNING, Michael. A cultura na era dos três mundos. São Paulo: Francis.
DERRIDA, Jacques (1973). Gramatologia. São Paulo: Perspectiva.
DERIVE, Jean (2010). Literarização da oralidade, oralização da literatura nas culturas africanas. In: DERIVE, Jean. Oralidade, literarização e oralização da literatura. Belo Horizonte: Editora da UFMG. (Cadernos Viva Voz.)
GIROUX, Henry A. (2003). Atos impuros: a prática política dos estudos culturais. Porto Alegre: Artmed.
GLISSANT, Edouard (2005). O caos-mundo: por uma estética da relação. In: GLISSANT, Edouard. Introdução a uma poética da diversidade. Tradução de Enilce Albergaria Rocha. Juiz de Fora: EDUFJF.
GUATTARI, Félix (1992). Caosmose: um novo paradigma estético. São Paulo: Editora 34.
GUINSBURG, Carlo (1989). Sinais: raízes de um paradigma indiciário. In: GUINSBURG, Carlo Letras.
JOHNSON, Richard (2000). O que é, afinal, estudos culturais. In: SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.). O que é, afinal, estudos culturais. Belo Horizonte: Autêntica.
LAMAIRE, Ria (1994). Repensando a história literária. In: LAMAIRE, Ria. Tendências e impasses. Rio de Janeiro: Rocco.
LUDMER, Josefina (2007). Literaturas pós-autônomas. Revista de Crítica Literaria y de Cultura, n. 17. Disponível em: <http://culturaebarbarie.org/sopro/n20.pdf>.
MAFFESOLI, Michel (2001). A vivência. In: MAFFESOLI, Michel. Elogio da razão sensível. Petrópolis: Vozes.
MAINGUENEAU, Dominique (2006). Um posicionamento na interlíngua. In: MAINGUENEAU, Dominique. Discurso literário. São Paulo: Contexto.
MATTELART, Armand; NEVEU, Érik (2004). Introdução aos estudos culturais. São Paulo: Parábola.
NEGRI, Antonio (2010). Para uma definição ontológica da multidão. In: DIAS, Bruno Peixe; NEVES, José (Org.). A política dos muitos: povo, classes e multidão. Lisboa: Tinta da China.
CASANOVA, Pascale (2002). A república mundial das letras. São Paulo: Ateliê Editorial.
PIZARRO, Ana (1993). Palabra, literatura y cultura en las formaciones discursivas coloniales. In: PIZARRO, Ana. (Org.). América Latina: palavra, literatura e cultura. Campinas: UNICAMP.
RANCIÈRE, Jacques (2009). A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: 34.
RESENDE, Beatriz (2008). A literatura brasileira na era da multiplicidade. In: RESENDE, Beatriz. Contemporâneos: expressões da literatura brasileira no século XXI. Rio de Janeiro: Casa da Palavra; Biblioteca Nacional.
SCRAMIN, Susana (2007). Literatura do presente: história e anacronismo dos textos. Chapecó: Argos.
VOLOSHINOV (1997). Marxismo e filosofia da linguagem. 7. ed. São Paulo: Hucitec.
WILLIAMS, Raymond (2011). Cultura e sociedade: de Coleridge a Orwell. Petrópolis: Vozes.
WILLIS, Susan (1997). Cotidiano: para começo de conversa. Rio de Janeiro: Graal, 1997.
ZUMTHOR, Paul (1998). La poésie et le corps. In: ZUMTHOR, Paul. Écriture e nomadisme. Montreal: L”ŸHexagone.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
a) The authors maintain the copyright and grant the journal the right of first publication, the work being simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License-Non Commercial 4.0 which allows the sharing of the work with acknowledgment of the authorship of the work and publication this journal.
b) Authors are authorized to enter into additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (eg publish in institutional repository or as a book chapter), with authorship recognition and publication in this journal.
c) Authors are allowed and encouraged to publish and distribute their work online (eg in institutional repositories or on their personal page) after the editorial process, as this can generate productive changes, as well as increase the impact and citation of published work (See The Effect of Free Access).
d) The authors of the approved works authorize the magazine to, after publication, transfer its content for reproduction in content crawlers, virtual libraries and the like.
e) The authors assume that the texts submitted to the publication are of their original creation, being fully responsible for their content in the event of possible opposition by third parties.