Ensaios diagramáticos contra a manufatura
DOI:
https://doi.org/10.18830/issn2238-362X.v14.n2.2024.04Palavras-chave:
projeto, canteiro de obras, manufatura, diagrama, políticaResumo
O artigo busca contribuir no debate sobre a relação entre projeto, canteiro de obras e política organizativa a partir da obra de Sérgio Ferro. Apoiada em uma estética do diagrama, objetiva ensaiar questões de projeto de arquitetura como experiências crivadas de forças externas ao fazer arquitetural. Acompanhando a obra de Sérgio, o tema gira em torno da eliminação (ou redução da importância organizacional) do comando e da exploração na produção em geral e, em especial, do canteiro de obras. Parte da premissa de um alto grau de sobredeterminação do trabalho em canteiro sobre o desenho, dedicando-se, por isso, a uma análise que prioriza a agencia direta canteiro-desenho. Evoca, também, o pensamento deleuziano, que auxilia no estranhamento das segmentaridades (funções fixas) para provocar deslocamentos do saber-fazer enquanto fixidez organizacional. Tais movimentos são expressos em diagramas, cuja função é mapear as afecções envolvidas. A principal contribuição do texto é visibilizar certa sensibilidade organizacional e construtiva rebeldes. Aponta-se, como resultado do estudo, que o sucesso dessa tarefa pode ser medido principalmente pelo poder do trabalhador manual em decidir concretamente sobre a destinação da produção em que se envolve, entre outros fatores.
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