A ecolinguística como ideia europeia

Autores

  • Alwin Fill Universidade de Graz

Palavras-chave:

Ecologia da linguagem. Preservação de línguas. Crise ambiental; antropocentrismo. Crescimentismo.

Resumo

"A ecologia da linguagem", paradigma criado pelo sociolinguista americano Einar Haugen, investiga a interação entre línguas na mente humana e em sociedades multilíngues. No caso, “ecologia” funciona como uma metáfora que é usada por alguns autores para falar da ideia de “conservação” de pequenas línguas e da preservação da diversidade linguística neste planeta. Por outro lado, a “ecolinguística” europeia toma o conceito de ecologia literalmente a fim de explorar o papel das línguas na crise ambiental atual. Mediante o paradigma ecolinguístico, a linguística assume uma nova tarefa: provocar uma consciência sobre os problemas ecológicos e, ao mesmo tempo, recuperar o sentimento de comunhão com todos os seres vivos. Em vez de olhar para a língua como “símbolo dos humanos como seres especiais” (usando-a nesse sentido), os ecolinguistas acentuam “nossa continuidade com o resto da criação” (HALLIDAY, 1992, p. 89), revelando o antropocentrismo e o crescimentismo imbutidos na língua e em seu uso. Com essa consciência, a linguagem humana se torna um recurso na empreitada de manter o princípio de “viver e deixar viver” contra o da sobrevivência do mais forte e mais apto.

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Biografia do Autor

Alwin Fill, Universidade de Graz

Especialista em linguística aplicada e professor de inglês na Universidade de Graz (Áustria), onde se aposentou em 2010, mas continua ativo em pesquisas, publicações e participação em eventos. Já em 1987 Fill falava em ecolinguística, como no livro Wörter zu Pflugscharen: Versuch einer Ökologie der Sprache, Viena: Böhlau. É autor do primeiro livro de introdução à ecolinguística (Ökolinguistik: Eine Einführung, Tübingen: Gunter Narr, 1993), além de diversos outros livros individuais e coletâneas. Uma coletânea marcante é The ecolinguistics reader (Londres: Continuum, 2001), organizada com Peter Mühlhäusler. Uma de suas últimas obras é The language impact: evolution, system, discourse, Londres: Equinox, 2010. Esse livro é um apanhado geral da história das ideias linguísticas, com a finalidade de demonstrar a tese de que o surgimento da língua na espécie humana foi semelhante ao impacto de um meteoro na terra. Em ECO-REBEL v. 1, n. 2, 2015, p. 132-136, podemos ver minirresenhas de mais dois livros de Fill. São eles: 1) Kinder- und Jugendlinguistik. Sprachspiel - Sprachwelt ”“ Sprachkritik. Viena: LIT Verlag, 2014 (Criança e linguística dos jovens: jogos linguísticos, mundo da linguagem, crítica da linguagem); 2) Linguistische Promenade: eine vergnügliche Wanderung durch die Sprachwissenschaft von Platon zu Chomsky. Viena: LIT Verlag, 2013, 3ed. (Passeio linguístico: uma caminhada divertida pela linguística de Platão e Chomsky).

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Publicado

2019-10-17

Como Citar

Fill, A. (2019). A ecolinguística como ideia europeia. Ecolinguística: Revista Brasileira De Ecologia E Linguagem (ECO-REBEL), 5(2), 18–24. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/27659

Edição

Seção

Artigos