O ruído outra vez:

A dinâmica dos fluidos entre os Tupinambá da costa

Authors

  • Camila Becattini Pereira de Caux

Keywords:

Tupinambá;, body fluids;, war;, kinship.

Abstract

This article proposes one more visit to the 16th century accounts on the ritual murder of the
Tupinambá people from the coast, this time to bring to the foreground the ontology of substances
proper to the language of Amerindian corporeality. Following the few clues about female
menstruation, and in particular about the ritual that followed the menarche, it seems possible to
argue that the confinement of the killer was not only a warrior ritual, nor just a "rite of passage" to
the condition of an adult man. Juxtaposing the two ceremonies, that of the young man after the
murder and that of the girl after the menarche, I hope to speculate on a dynamic between blood and
semen in the creation of fertile mature bodies.

Downloads

Download data is not yet available.

References

ANÔNIMO. Vocabulário na Língua Brasílica, 1o Volume (A-I). 2a Edição Revisada e confrontada com o Ms. fg. 3144 da Bibl. Nacional de Lisboa por Carlos Drummond. Boletim n. 137 da Faculdade de Filosofia, da Universidade de São Paulo, n. 23 da Série "Etnografia e Língua Tupi-guarani”. 1952.

ANÔNIMO. Vocabulário na Língua Brasílica, 1o Volume (I-Z). 2a Edição Revisada e confrontada com o Ms. fg. 3144 da Bibl. Nacional de Lisboa por Carlos Drummond. Boletim n. 138 da Faculdade de Filosofia, da Universidade de São Paulo, n. 24 da Série "Etnografia e Língua Tupi-guarani”. 1953.

BELAUNDE, Luisa Elvira. "The Strength of Thoughts, the Stench of Blood: Amazonian Hematology and Gender," Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America: Vol. 4: Iss. 1, Article 7. 2006.

CARNEIRO DA CUNHA, Manuela; VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. ”Vingança e temporalidade: os Tupinambá". Journal de la Société des Américanistes, nº 71, pp. 191-208. 1985.

CAUX, Camila. “A Lua e o outro lado da Terra: menstruação, concepção e gestação entre as Araweté”. Mana, Rio de Janeiro , v. 24, n. 2, p. 9-36, Aug. 2018.

CLASTRES, Héléne. 1972, “Les beaux-frères ennemis. À propos du cannibalisme Tupinamba” Article publié dans “Destins du cannibalisme”, Nouvelle Revue de Psychanalyse, , n° 6, automne 1972. Paris: Gallimard.

CLASTRES, Héléne. La terre sans mal: le prophétisme tupi-guarani. Paris: Éditions du Seuil, 1975.

CLASTRES, Pierre. “O Arco e o Cesto”. In A Sociedade contra o Estado, São Paulo, Cosac & Naify. 2003.

CONKLIN, Beth A. “Women’s Blood, Warrior’s Blood, and the Conquest of Vitality in Amazonia” In: Gregor, Thomas A, and Donald Tuzin (eds.), Gender in Amazonia and Melanesia: an Exploration of the Comparative Method. Berkeley: University of California Press, 2001.

ÉVREUX, Yves d’. 2009. História das coisas mais memoráveis, ocorridas no Maranhão nos anos de 1613 e 1614. Coleção Franceses no Brasil. Vol. 4. Rio de Janeiro: Batel, Fundação Darcy Ribeiro.

FERNANDES, Florestan. 1989. Organização social dos Tupinambá. São Paulo: Ed. Hucitec.

FERNANDES, Florestan. A função social da guerra na sociedade tupinambá. Prefácio Roque de Barros Laraia. – 3. ed. – São Paulo : Globo, 2006.

FERNANDES, João Azevedo. De Cunhã a Mameluca: a mulher tupinambá e o nascimento do Brasil. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2003.

GÂNDAVO, Pero de Magalhães. Tratado da Terra do Brasil; História da Província Santa Cruz, Belo Horizonte: Itatiaia, 1980.

HUGH-JONES, Christine. From the Milk River: Spatial and Temporal Processes in Northwest Amazonia. Cambridge: Cambridge University Press. 1979.

KRISTEVA, Julia. “Women’s Time”. Signs, Vol 7, No. 1, 1981.

LIMA, Tânia Stolze. 2005. Um peixe olhou pra mim: o povo Yudjá e a perspectiva. 1a. ed. São Paulo/Rio de Janeiro: ISA/Editora Unesp/NuTI.

MATA, Roberto da. 1976. Um Mundo Dividido: a estrutura social dos Índios Apinayé. Petrópolis: Editora Vozes.

MCCALLUM, Cecilia. Gender and Sociality in Amazonia: How Real People are Made. Oxford: Berg. 2001.

MÉTRAUX, Alfred. 1979. A religião dos Tupinambás e suas relações com a das demais tribos tupi- guaranis. SP: Companhia Editora Nacional; Editora da Universidade de São Paulo.

ORTNER, Sherry. 1979. “Está a mulher para o homem assim como a natureza para a cultura?”. In: Rosaldo, Lamphere, A mulher, a Cultura e a sociedade. São Paulo: Paz e Terra.

RODGERS, David. 2002. “A soma anômala: a questão do suplemento no xamanismo e menstruação Ikpeng”. Mana, Rio de Janeiro , v. 8, n. 2, p. 91-125, Oct. 2002.

SCHNEIDER, David. A Critique of the Study of Kinship. University of Michigan Press, 1984

SEEGER, Anthony, Roberto da Matta & Eduardo B. V. de Castro. “A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras”. Boletim do Museu Nacional, Série Antropologia, n. 32, p. 2-19. 1979.

SOARES DE SOUSA, Gabriel. Tratado Descritivo do Brasil em 1587. Edição comentada por Francisco Adolfo de Varnhagen. São Paulo. Cia.Editora Nacional. 1971.

STRATHERN, Marilyn. O Gênero da Dádiva: problemas com as mulheres e problemas com a sociedade na Melanésia. Campinas: Editora Unicamp. 2006.

SZTUTMAN, Renato. “Cauim pepica – notas sobre os antigos festivais antropofágicos“. Campos 8(1):45-70, 2007.

SZTUTMAN, Renato. 2005. O profeta e o principal. A ação política ameríndia e seus personagens. Tese de doutorado. São Paulo: USP.

TAYLOR, Anne-Christine. 2000. "Le sexe de la proie: représentations jivaro du lien de parenté". L'Homme, 154-155:309-334.

THEVET, A. La Cosmographie Universelle d’André Thevet Cosmographe du Roy, illustrée de diverses figures des choses plus remarquables vevés par l’Auteur, & incogneuës de noz Anciens & Modernes. Tome Second. Paris: Guillaume Chaudière, 1575

THEVET, André. 2009. A cosmografia universal de André Thevet, cosmógrafo do Rei. Coleção Franceses no Brasil. Vol. 2. Rio de Janeiro: Batel, Fundação Darci Ribeiro.

TIBIRIÇA, Luiz Caldas. Dicionário Tupi Português. 2a ed. São Paulo: Traço, 1984.

VILAÇA, Aparecida. "Chronically unstable bodies". Journal of the Royal Anthropological Institute. Vol. 8. N. 2. 2005.

VILAÇA, Aparecida. Quem somos nós: os Wari' encontram os brancos. Rio de Janeiro: EdUFRJ. 608 pp. 2006.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo O mármore e a murta. In: A Inconstância da Alma Selvagem e Outros Ensaios de Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify. 2002.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 1986. Araweté, os Deuses Canibais. Rio de Janeiro: Zahar/Anpocs

WAGNER, Roy. A invenção da cultura. São Paulo: Cosac Naify. 2006.

Published

2021-04-04

How to Cite

CAUX, Camila Becattini Pereira de. O ruído outra vez:: A dinâmica dos fluidos entre os Tupinambá da costa. Das Questões, [S. l.], v. 11, n. 1, 2021. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/dasquestoes/article/view/37231. Acesso em: 18 may. 2024.