Pulsões, capitalismo destrutivo e ecologia
Perspectivas marcusianas.
DOI:
https://doi.org/10.26512/dasquestoes.v14i1.40047Palavras-chave:
Marcuse, Pulsões, Capitalismo, EcologiaResumo
Herbert Marcuse se debruçou sobre a questão da ecologia e sobre a destruição da natureza especialmente em seus escritos da década de 70. Conforme o frankfurtiano, o problema da crise ecológica estaria diretamente ligado a sua leitura da subjetividade que corresponde, em grande parte, ao roteiro da metapsicologia freudiana, principalmente a teoria das pulsões. A hipótese de Marcuse é que na sociedade moderna, sobretudo em sua forma industrial avançada, há um predomínio em seus membros de uma estrutura de caráter destrutiva, ou seja, as forças de Thanatos estariam se sobrepondo às forças de Eros e sendo exteriorizadas, por exemplo, no processo de destruição do meio ambiente. Diante deste contexto, a argumentação marcusiana vai novamente na direção da necessidade de uma politização da energia erótica que, por conseguinte, contribuiria para com o cuidado e a proteção dos seres e das coisas vivas. O movimento ecológico, por sua vez, revelando-se como um movimento político e psicológico, é tido como um indício dessa politização capaz de provocar poderosas revoltas existenciais contra a realidade estabelecida e de projetar uma mudança radical na sociedade.
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