Dois tipos de relativas apositivas do português brasileiro
Palavras-chave:
comportamento sintático-semântico, relativas apositivas, adjetivo, substantivo, identificativa, atributivaResumo
Este artigo é voltado para a análise do comportamento sintático-semântico das orações relativas apositivas do português brasileiro. Essas sentenças, a princípio, apresentam-se como uma categoria homogênea. Entretanto, ao serem reduzidas a um sintagma simples, apresentam resultados distintos: ora o resultado é um substantivo, ora um adjetivo. Por serem consideradas como parte de uma construção apositiva e, ainda, tendo em vista que autores como De Vries (2006) e Quirk et al. (1985) tratam as aposições nominais como redução da sentença relativa apositiva, buscamos entender esse comportamento diferenciado dessas construções. Além disso, procuramos estabelecer uma comparação entre os tipos semânticos de aposições, tentando propor a possibilidade de existência de mais de um tipo de relativa apositiva para o Português Brasileiro. Por meio de um simples teste de redução, aplicado às relativas apositivas, chegamos à conclusão de que, quando essas relativas se reduzem em substantivo, estamos diante de uma oração relativa apositiva identificativa; quando se reduzem em adjetivo, estamos frente a outro tipo de oração relativa apositiva: a apositiva atributiva.
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