A criação do Complexo de Israel e sua relação com o crescimento do pentecostalismo em periferias – Rio de Janeiro, Brasil

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.4000/11nfz

Mots-clés :

complexo de israel, favelas, evangelicos, crime violento, cultura pentecostal

Résumé

Há uma relação entre a difusão de uma cultura pentecostal em periferias e favelas e o uso de símbolos judaicos nessas localidades? Desde quando é possível identificar com maior intensidade a presença de símbolos judaicos e da bandeira de Israel na experiência religiosa e social de evangélicos residentes nessas áreas em cidades brasileiras? O que revela sobre este fenômeno social a formação do chamado Complexo de Israel (conjunto de cinco favelas na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro)? Essas são algumas das questões que animam a pesquisa que venho realizando com moradores de favelas e periferias no Rio de Janeiro e região metropolitana. Argumento que a formação de uma cultura pentecostal nessas localidades (Vital da Cunha 2021), ao contrário de reforçar um cristianismo que se contrapõe a Israel e ao judaísmo, produz uma relação tal que a experiência cristã pentecostal se atualiza e vivifica a partir da mobilização de símbolos, imagens e gramáticas judaicas. Um sentido de força e origem/tradição se anunciam em diferentes formulações que vão desde a questão racial até a “verdade da fé”.

 

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur-e

Christina Vital da Cunha, Universidade Federal Fluminense

Professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia, LePar – Laboratório de Estudos Sócio Antropológicos em Política, Arte e Religião, da Universidade Federal Fluminense. Editora da revista Religião & Sociedade.

Références

Almeida, Ronaldo, e Paula Montero. 2001. “Trânsito religioso no Brasil”. São Paulo em Perspectiva 15, nº 3: 92-101. DOI : 10.1590/S0102-88392001000300012

Alves, Rubem. 1978. “A volta do sagrado: Os caminhos da sociologia da religião no Brasil”. Religião & Sociedade, nº 3: 109-41.

Bandeira, Olívia. 2017. “Música gospel no Brasil – Reflexões em torno da bibliografia sobre o tema”. Religião & Sociedade 37, nº 2: 200-228. DOI : 10.1590/0100-85872017v37n2cap08

Birman, Patricia, e Carly Machado. 2012. “A violência dos justos: Evangélicos, mídia e periferias da metrópole”. Revista Brasileira de Ciências Sociais 27, nº 80: 55-69.

Burity, Joanildo. 2020. “Sociologia da religião no Brasil: Artesania, fronteiras e horizontes”. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais – BIB, nº 93: 1-25.

Cano, Ignacio. 1997. Letalidade da ação policial no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: ISER.

Comeford, J. C. 1995. “Falando de luta: observações sobre a noção de luta entre trabalhadores rurais”. Antropologia Social, nº 5: 39-60.

Carpenedo, Manoela. 2019. “Vivendo a nossa ascendência marrana. Ritual e identidades judaicas entre os evangélicos judaizantes no Brasil”. Lusotopie, nº 18: 167-91. DOI : 10.1163/17683084-12341742

Carpenedo, Manoela. 2021. Becoming Jewish, Believing in Jesus Judaizing Evangelicals in Brazil. New York: Oxford University Press.

Costa, Viviane. 2023. Traficantes evangélicos: Quem são e a quem servem os novos bandidos de Deus. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil.

Cunha, Magali. 2014. “A interseção mídia religiosa e mercado e a ressignificação de signos bíblicos pelos evangélicos”. Relegens Thréskeia – Estudos e Pesquisa em Religião 3, nº 1: 1-23.

Cunha, Magali do Nascimento. 2007. Explosão Gospel. Um olhar das ciências humanas sobre o cenário evangélico contemporâneo no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad.

Feltran, Gabriel Sanctis. 2011. Fronteiras de tensão: Política e violência nas periferias de São Paulo. São Paulo: Editora Unesp/CEM.

Feltran, Gabriel Sanctis. 2013. “Sobre anjos e irmãos: Cinquenta anos de expressão política do crime numa tradição musical das periferias”. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros 56, nº 1: 43-72. DOI : 10.11606/issn.2316-901X.v0i56p43-72

Fernandes, Rubem C., Pierre Sanchis, Otávio G. Velho, Leandro Piquet, Cecília Mariz, Clara Mafra. 1988. Novo nascimento: Os evangélicos em casa, na política e na igreja. Rio de Janeiro: Mauad.

Fernandes, Rubem César. 1984. “Religiões populares: Uma visão parcial da literatura recente”. BIB – Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, nº 18: 3-26.

Freston, Paul. 2020. “Bolsonaro, o populismo, os evangélicos e América Latina”. In Novo ativismo político no Brasil: Os evangélicos do século XXI, organizado por José Luis Pérez Guadalupe, e Brenda Carranza, 371-91. Rio de Janeiro: Konrad Adenauer Stiftung.

Galdeano, Ana Paula. 2014. “Salmo 127, versículo 1: Ativismo religioso e ordenamentos da segurança nas periferias de São Paulo”. Religião & Sociedade 34, nº 1: 38-60.

Gell, Alfred. 1998. Art and agency: An anthropological theory. Oxford: Clarendon. DOI : 10.1093/oso/9780198280132.001.0001

Gherman, Michel. 2022. O não judeu judeu: A tentativa de colonização do judaísmo pelo bolsonarismo. São Paulo: Fósforo.

Giumbelli, Emerson, e Rodrigo Toniol. 2020. “Espiritualidade em perspectiva: Debates e aproximações do tema pelas ciências sociais”. Religião & Sociedade, nº 40: 11-9. DOI : 10.1590/0100-85872020v40n3editorial

Goffman, Erving. 1980. “Estigma e identidade social”. In Estigma – notas sobre a manipulação da identidade deteriorada, 3ª ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores.

Goffman, Erving. 1995. A representação do eu na vida cotidiana. Rio de Janeiro: Zahar.

Gomes, Edlaine. 2011. A era das catedrais: A autenticidade em exibição (uma etnogradia). Rio de Janeiro: Garamond; Faperj.

Jacob, César Romero. 2004. “Território, cidade e religião no Brasil”. Religião & Sociedade 24, nº 2: 126-51.

Jorge, Amanda Lacerda, André Augusto Pereira Brandão, e Christina Vital da Cunha. 2020. “Mapeando religião na cidade: Reflexões sobre a criação de templos religiosos na cidade do Rio de Janeiro entre 2006 e 2016”. Debates do NER (UFRGS), nº 2: 237-65. DOI : 10.22456/1982-8136.87631

Kalil, Isabela. 2022. “Do cidadão de bem ao patriota: Eleições, desinformação e extremismo”. In Democracia e eleições no Brasil: Para onde vamos?, organizado por Magna Inácio, e Vanessa Elias de Oliveira, v. 1: 237-51. São Paulo: Anpocs; Hucitec.

Larangeira, Emir. 2004. Cavalos corredores: A verdadeira história. Rio de Janeiro: Beto Brito.

Latour, Bruno. 2012. Reagregando o social: Uma introdução à teoria do ator-rede. Salvador; Bauru: EDUFBA; EDUSA.

Latour, Bruno. 2008. “O que é iconoclash? Ou, há um mundo além das guerras de imagem?”. Horizontes Antropológicos, nº 29: 111-50.

Latour, Bruno. 2004. “‘Não congelarás a imagem’, ou: Como não desentender o debate ciência-religião”. Mana 10, nº 2: 349-6.

Leeds, Anthony, e Elizabeth Leeds. 1978. A sociologia do Brasil urbano. Rio de Janeiro: Zahar. DOI : 10.7476/9788575415740

Leite, Márcia. 2000. “Para além da metáfora da guerra: Percepções sobre cidadania, violência e paz no Grajaú, um bairro carioca”. Tese de doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Lopes, Natânia. 2012. “Crime como religião”. In Anais da 28ª Reunião Brasileira de Antropologia. São Paulo: RBA.

Machado, Carly. 2013. “‘É muita mistura’: Projetos religiosos, políticos, sociais, midiáticos, de saúde e segurança pública nas periferias do Rio de Janeiro”. Religião & Sociedade 33, nº 2: 13-36.

Machado, Carly. 2020. “Samba Gospel: Sobre pentecostalismo, cultura, política e práticas de mediação nas periferias urbanas do Rio de Janeiro”. Novos Estudos CEBRAP 39, nº 1: 81-101.

Machado, Maria das Dores Campos, Cecília Mariz, e Brenda Carranza. 2022. “Genealogia do sionismo evangélico no Brasil”. Religião & Sociedade, nº 42: 225-48.

Maio, Marcos Chor, e Carlos Eduardo Calaça. 2000. “Cristãos-Novos e Judeus: Um Balanço da Bibliografia sobre o Anti-Semitismo no Brasil”. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais – BIB, nº 49: 15-50.

Maluf, Sonia. 2011. “Além do templo e do texto: Desafios e dilemas dos estudos de religião no Brasil”. In Antropologia em primeira mão, v. 124, 5-14. Florianópolis: Editora da UFSC.

Mizrahi, Mylene. 2018. “Mr. Catra e sua vontade pela margem: Judaísmo, negros e brancos na formação de um artista não erudito”. Religião & Sociedade 38, nº 3: 19-40. DOI : 10.1590/0100-85872018v38n3cap01

Montero, Paula. 1999. “Religiões e dilemas na sociedade brasileira”. In O que ler na Ciência Social brasileira, 327-67. São Paulo; Brasília: Sumaré; Anpocs.

Musil, Robert. (2006 [1946]). Monuments. Posthumous Papers of a Living Author. New York: Archipelago Books.

Novaes, Sylvia Caiuby. 2005. “O uso da imagem na Antropologia”. In O fotográfico, organizado por Etienne Samain, 2ª ed., 113-9. São Paulo: Hucitec; Senac, 2005.

Pinheiro, Márcia Leitão, e Carine Farias. 2019. “O funk abençoado: Apropriação musical, trajetória religiosa e carreira musical de MC Polliana Gospel Funk”. Religião & Sociedade 39, nº 3: 34-57. DOI : 10.1590/0100-85872019v39n3cap02

Reis, Lorena Mochel. 2017. “Erotismo gospel: Mercados e limites da sexualidade entre evangélicas(os) no Complexo do Alemão”. Religião & Sociedade 327, nº 1: 65-84. DOI : 10.1590/0100-85872017v37n1cap04

Sant’ana 2005. “O som da Marcha: Evangélicos e espaço público na Marcha para Jesus”. Religião & Sociedade 34, nº 2: 210-31.

SANSI, Roger. 2005. “Fetiches e monumentos. Arte pública, iconoclastia e agência no caso dos ‘orixás’ do Dique do Tororó”. Religião & Sociedade 25, nº 2: 62-81.

Steil, Carlos Alberto, e Rodrigo F. Toniol. 2013. “A trajetória das ciências sociais da religião no Brasil e as diferentes perspectivas sobre o religioso”. In Reconhecendo o Sagrado: Reflexões teórico-metodológicas dos estudos de religião e religiosidades, organizado por Eduardo Meinberg de Albuquerque Maranhão, v. 1, p. 173-95. São Paulo: Fonte Editorial.

Toniol, Rodrigo. 2021. “Reflexive Religion: The New Age in Brazil and Beyond by Anthony D’Andrea”. Magic, Ritual, and Witchcraft nº 15: 450-2. DOI : 10.1353/mrw.2021.0005

Toniol, Rodrigo. 2017. “O que faz a espiritualidade?”. Religião & Sociedade, nº 37: 144-175. DOI : 10.1590/0100-85872017v37n2cap06

Toniol, Rodrigo, Carlos Alberto Steil, e Renée de la Torre Castellanos. 2022. Entre trópicos: Diálogos de estudos sobre a Nova Era no Brasil e no México. Brasília: Aba Coleções.

Toniol, Rodrigo, e Renata de Castro Menezes. 2021. Religião e materialidades: Novos horizontes empíricos e desafios teóricos. Rio de Janeiro: Papéis Selvagens.

Toniol, Rodrigo, Emerson A. Giumbelli, João Rickli, e Birgit Meyer. 2019. Como as coisas importam: Uma abordagem material da religião. Porto Alegre: Editora da UFRGS.

Teixeira, Cesar Pinheiro. 2011. A construção social do “ex-bandido”: Um estudo sobre sujeição criminal e Pentecostalismo. Rio de Janeiro: 7Letras.

Teixeira, Cesar Pinheiro. 2013. “A teia do bandido: Um estudo sociológico sobre bandidos, policiais, evangélicos e agentes sociais”. Tese de doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Vital da Cunha, Christina. 2017. “Grafites do amor, da paz e da alegria na cidade Olímpica: Interfaces entre política, arte e religião no Rio”. Revista Ciências Sociais Unisinos 53, nº 3: 499-507.

Vital da Cunha, Christina. 2021. “Cultura pentecostal em periferias cariocas: Grafites e agenciamentos políticos nacionais”. Plural 28, nº 1: 80-108.

Vital da Cunha, Christina. 2020. “Retórica da Perda nas eleições presidenciais brasileiras em 2018: religião, medos sociais e tradição em foco”. Revista Plural – Antropologías desde América Latina Y del Caribe, Montevidéu, nº 6: 123-49.

Vital da Cunha, Christina. 2015. Oração de Traficantes: Uma etnografia. Rio de Janeiro: Garamond; FAPERJ.

Vital da Cunha, Christina. 2014a. “Religião e criminalidade: Traficantes e evangélicos entre os anos 1980 e 2000 nas favelas cariocas”. Religião & Sociedade 34, nº 1: 61-93.

Vital da Cunha, Christina. 2008. “Traficantes evangélicos”: Novas formas de experimentação do sagrado em favelas cariocas. Plural – Revista de Ciências Sociais, nº 15: 13-46.

Vital da Cunha, Christina. 2014b. “Religião, grafite e projetos de cidade: Embates entre ‘cristianismo da batalha’ e ‘cristianismo motivacional’ na arte efêmera urbana”. Ponto Urbe (USP), nº 15: 1-21.

Vital da Cunha, Christina. 2016. “Religion and the Artification of Graffiti in the Olympic City: A Look at the Walls of Rio de Janeiro”. StreetNotes 25: 44-60.

Téléchargements

Publié-e

2024-05-06

Comment citer

Cunha, Christina Vital da. 2024. « A criação Do Complexo De Israel E Sua relação Com O Crescimento Do Pentecostalismo Em Periferias – Rio De Janeiro, Brasil ». Anuário Antropológico 49 (1):250-73. https://doi.org/10.4000/11nfz.

Articles similaires

1 2 3 4 5 6 7 8 9 > >> 

Vous pouvez également Lancer une recherche avancée d’articles similaires à cet article.