A criação do Complexo de Israel e sua relação com o crescimento do pentecostalismo em periferias – Rio de Janeiro, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.4000/11nfzPalavras-chave:
complexo de israel, favelas, evangelicos, crime violento, cultura pentecostalResumo
Há uma relação entre a difusão de uma cultura pentecostal em periferias e favelas e o uso de símbolos judaicos nessas localidades? Desde quando é possível identificar com maior intensidade a presença de símbolos judaicos e da bandeira de Israel na experiência religiosa e social de evangélicos residentes nessas áreas em cidades brasileiras? O que revela sobre este fenômeno social a formação do chamado Complexo de Israel (conjunto de cinco favelas na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro)? Essas são algumas das questões que animam a pesquisa que venho realizando com moradores de favelas e periferias no Rio de Janeiro e região metropolitana. Argumento que a formação de uma cultura pentecostal nessas localidades (Vital da Cunha 2021), ao contrário de reforçar um cristianismo que se contrapõe a Israel e ao judaísmo, produz uma relação tal que a experiência cristã pentecostal se atualiza e vivifica a partir da mobilização de símbolos, imagens e gramáticas judaicas. Um sentido de força e origem/tradição se anunciam em diferentes formulações que vão desde a questão racial até a “verdade da fé”.
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