A política de Assistência Social e o enfrentamento à violência sexual infanto-juvenil

Autores

  • Monique Soares Vieira Universidade Federal do Pampa
  • Patrícia Krieger Grossi Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.26512/ser_social.v19i41.14952

Palavras-chave:

Violência Sexual, Criança e Adolescente, Política de Assistência Social

Resumo

O presente artigo tem como objetivo analisar, a partir da realidade do Estado do Tocantins, como a Política de Assistência Social, por meio das ações dos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), vem se configurando para a promoção dos direitos das crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violência sexual. Para a coleta de dados, realizaram-se 17 entrevistas com famílias, profissionais e coordenadores/as de 5 CREAS e os dados foram submetidos à análise de conteúdo. Os resultados revelam a presença de valores calcados em uma cultura baseada na desigualdade socioeconômica, de gênero e geração bem como os impactos da precarização das políticas sociais nos processos interventivos dos profissionais junto a essa expressão da violência. Conclui-se que a construção da integralidade do atendimento às crianças, adolescentes e famílias em situação de violência sexual requer um movimento que promova o rompimento com respostas revitimizantes.

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Biografia do Autor

Monique Soares Vieira, Universidade Federal do Pampa

Professora do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Pampa. Mestre (2013) e Doutora (2015) em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Graduada em Serviço Social pela Universidade Federal do Pampa (2010). Pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Ética, Violência e Direitos Humanos (NEPEVEDH/PUCRS). Pós-Graduada em Impactos da Violência na Saúde pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Atuou como membro do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência na área da Política de Assistência Social, atuando principalmente nos seguintes temas: violência sexual, criança e adolescente, medidas socioeducativas em meio aberto, família e expressões da violência contra a mulher e idoso.

Patrícia Krieger Grossi, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1987), mestrado em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1994) e doutorado em Serviço Social - University of Toronto (1999). Estágio pós doutoral na Universidade de Toronto, Canadá (2010), com auxílio do Faculty Research Program da Embaixada Canadense. Atualmente é professora adjunta da Faculdade de Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e professora do corpo docente permanente do programa de pós- graduação em Serviço Social da PUCRS e do programa de pós-graduação em Geriatria e Gerontologia do Instituto de Geriatria e Gerontologia.Tem experiência na área de Serviço Social, com ênfase em Serviço Social da Saúde, atuando principalmente nos seguintes temas: violência de gênero e políticas públicas, violência contra idosos, violência nas escolas, bullying, práticas restaurativas e cultura de paz. Coordena o Grupo de Estudos e Pesquisa em Violência (NEPEVI) e o Grupo de Estudos da Paz (GEPAZ). Membro do comitê editorial da Revista Textos & Contextos. Pesquisador Destaque Gaúcho na área de Ciências Humanas e Sociais pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) em 2013. Membro do Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS e da UFRGS (Insituto de Psicologia).Membro fundador da Red de Trabajo Social/Servicio Social Iberoamericana (RTSSSI). Membro integrante da Latin American Studies Association (LASA).

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Publicado

02/06/2018

Como Citar

VIEIRA, Monique Soares; GROSSI, Patrícia Krieger. A política de Assistência Social e o enfrentamento à violência sexual infanto-juvenil. SER Social, [S. l.], v. 19, n. 41, p. 479–498, 2018. DOI: 10.26512/ser_social.v19i41.14952. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/14952. Acesso em: 29 mar. 2024.

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