A diplomacia não tem rosto de mulher: o Itamaraty e a desigualdade de gênero

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20889/M47e22001

Palavras-chave:

mulher, diplomacia, desigualdade de gênero, visibilidade, Política Externa Brasileira

Resumo

Este artigo pretende elucidar como a imagem de diplomata foi construída e reproduzida no Itamaraty, desde a gênese dessa instituição no Brasil. A hipótese condutora da pesquisa é que tal imagem desenvolveu-se a partir da exclusão da mulher, devido ao ethos do MRE embasar-se no patrimonialismo, no elitismo e na desigualdade de gênero. Partindo de revisão bibliográfica e pesquisa documental, abordaremos os feminismos nas RI, as características do ethos itamaratiano e a questão da mulher no Itamaraty.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gabrielly Almeida Santos do Amparo, Universidade Federal do ABC

Universidade Federal do ABC, Departamento de Relações Internacionais

Julia Bertino Moreira, Universidade Federal do ABC

Universidade Federal do ABC, Departamento de Relações Internacionais

Referências

Alexijevich, Svetlana. A guerra não tem rosto de mulher. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

Alves, Ana Carla Farias; Alves, Ana Karina da Silva. “As trajetórias e lutas do movimento feminista no Brasil e o protagonismo social das mulheres.” In: IV SEMINÁRIO CETROS: Neodesenvolvimentismo, Trabalho e Questão Social, Fortaleza. Anais. Universidade Estadual do Ceará (2013): 113-121.

Balbino, Viviane Rios. Diplomata. Substantivo comum de dois gêneros: um estudo sobre a presença das mulheres na diplomacia brasileira. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2011.

Beauvoir, Simone. The second Sex. Nova York: Vintage, 1973.

Caetano, Ivone Ferreira. O feminismo brasileiro: uma análise a partir das três ondas do movimento feminista e a perspectiva da interseccionalidade. Rio de Janeiro: Escola da magistratura do estado do Rio de Janeiro (EMERJ), 2017.

Cheibub, Zairo. “Diplomacia e construção institucional: o Itamaraty em perspectiva histórica.”' Pensamento Iberoamericano Revista de Economia e Política, Madrid, v. 28, no. 1 (1985): 113-131.

Cheibub, Zairo. “A carreira diplomática no Brasil: o processo de burocratização do Itamarati.” Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 23, no. 2 (1989): 97-128.

Cockles, Mariana; Steiner, Andrea Quirino. “As mulheres na carreira diplomática brasileira: considerações sobre admissão, hierarquia e ascensão profissional.” Monções: Revista de Relações Internacionais da UFGD, v. 6, no. 11 (2017): 250-280. Disponível em: http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/moncoes/article/view/6918/3891. Acesso em: mar. 2020.

Crenshaw, Kimberlé Williams. “A Interseccionalidade na discriminação de raça e gênero.” In: VV.AA. Cruzamento: raça e gênero. Brasília: Unifem, 2004. Disponível em: http://www.acaoeducativa.org.br/fdh/wp-content/uploads/2012/09/Kimberle-Crenshaw.pdf. Acesso em: 25 maio 2019.

Delamobica, Laura Berdine Santos. Mulheres diplomatas brasileiras. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais). Universidade de Brasília, 2014. Disponível em: https://www.repositorio.unb.br/bitstream/10482/16802/1/2014_LauraBerdineSantosDalamonica.pdf. Acesso em: 10 mar. 2020.

Eloe, Cinthia. Feminism. In: GRIFFITHS, Martin (org.). International Relations Theory for the Twenty-First Century: An introduction. New York: Routledge (2007): 99-110.

Enloe, Cinthia. In: Schouten, P. & Dunham, H. Theory Talk #48: Cynthia Enloe on Militarization, Feminism, and the International Politics of Banana Boats, Theory Talks, maio 2012. Disponível em: https://www.files.ethz.ch/isn/155109/Theory%20Talk48_Enloe.pdf. Acesso em: 10 mar. 2020.

Exteriores: “Mulheres brasileiras na diplomacia.” Direção: Ivana Diniz. Brasília: Argonautas, 2018. Documentário (52 min.). Disponível em: https://vimeo.com/303550770. Acesso em: 27 fev. 2020.

Farias, Rogério; Carmo, Géssica. “As mulheres na carreira diplomática brasileira: uma análise do ponto de vista da literatura sobre mercado de trabalho e gênero.” Revista Mundorama, 15 jan. 2016. Disponível em: https://mundorama.net/?p=17746. Acesso em: 18 abril 2020.

Friaça, Guilherme José Roeder. Mulheres diplomatas no Itamaraty (1918-2011): uma análise de trajetórias, vitórias e desafios. Brasília: FUNAG, 2018.

Lopes, Dawisson Belém. Política Externa e democracia no Brasil: ensaio de interpretação histórica. São Paulo: Editora Unesp, 2013.

Lopes, Dawisson Belém. Política externa na Nova República: os primeiros 30 anos. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2017.

Mohanty, Chandra Talpade. “Under Western Eyes: Feminist Scholarship and Colonial Discourses.” In: On Humanism and the University I: The Discourse of Humanism, v. 12, no. 3 (1984): 333-358.

Monte, Izadora Xavier do. “O debate e os debates: abordagens feministas para as relações internacionais.” Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 21, no. 1 (2013): 59-80.

Moura, Cristina Patriota de. Rio Branco, a Monarquia e a República. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.

Moura, Cristina Patriota de. “O inglês, o parentesco e o elitismo na Casa de Rio Branco.” Cena Internacional, Brasília, ano 8, no. 1, jun. 2006. Disponível em: https://archive.org/stream/Cena20021/Cena_2006_1#page/n1/mode/2up. Acesso em: 25 mar. 20209.

Moura, Cristina Patriota de. O Instituto Rio Branco e a diplomacia brasileira: um estudo de carreira e socialização. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007.

Pinto, Céli Regina Jardim. “Feminismo, história e poder.” Revista de Sociologia e Política, Curitiba, vol. 18, no. 36 (2010): 15-23.

Queiroz, Maria Isaura Pereira de. As Regras do Método Sociológico. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.

Rodrigues, Kelen Cristina. “Em pauta o conceito de ethos: a movência do conceito da retórica aristotélica à sua ressignificação no campo da Análise do Discurso por Dominique Maingueneau.” SIGNUM: Estudos da Linguagem, Londrina, v. 11, no. 2 (2008): 195-206.

Saffioti, Heleieth. Gênero, Patriarcado, Violência. São Paulo: Expressão Popular, 2015.

Soares, Vera. “Movimento de mulheres e feminismo: evolução e novas tendências.” In: Revista Estudos feministas. Rio de Janeiro, ano 2 (1994): 11-24. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/16089/14633. Acesso em: maio 2020.

Souza, Hannah Guedes de. “O ethos do itamaraty: análise sobre a instituição e a socialização dos diplomatas.” Estudos Sociopolíticos e Internacionais da América do Sul, Espirales, v. 2, no. 3 (2018): 43-70.

Tickner, J. Ann. “You Just Don’t Understand: Troubled Engagements Between Feminists and IR Theorists.” International Studies Quarterly, v. 41, no. 4 (1997): 611-632.

Tickner, J. Ann; Sjoberg. “Feminism.” In: DUNNE, Tim Dunne; KURKI, Milja; SMITH, Steve. International Relations Theories: Discipline and Diversity. Reino Unido: Oxford University Press (2013): 205-222.

Downloads

Publicado

2021-04-20

Como Citar

Almeida Santos do Amparo, Gabrielly, e Julia Bertino Moreira. 2021. “A Diplomacia não Tem Rosto De Mulher: O Itamaraty E a Desigualdade De Gênero ”. Meridiano 47 - Journal of Global Studies 22 (abril). https://doi.org/10.20889/M47e22001.

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.