Autonomia em Política Externa Brasileira: o governo Geisel e o reconhecimento de Angola (1975)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20889/M47e24009

Palavras-chave:

Política Externa Brasileira, relações Brasil-Angola, pragmatismo, realismo

Resumo

Este artigo avaliará o reconhecimento de Angola pelo Brasil como símbolo de pragmatismo. A partir do binômio interno-externo, a política externa de Ernesto Geisel (1974-1979) será evidenciada por flexibilizar sua ideologia anticomunista, o que nos provocou a seguinte pergunta:  como a redução da ideologia na política externa pode beneficiar o interesse nacional? Demonstraremos com literatura especializada e discursos de atores-chave que redução ideológica possibilitou que o Brasil acessasse petróleo angolano.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luciano da Rosa Muñoz, Universidade de Brasília (UnB) e Centro Universitário de Brasília (CEUB)

Doutor em Relações Internacionais (IREL/UnB). Professor de Relações Internacionais na Universidade de Brasília (UnB) e no Centro Universitário de Brasília (CEUB).

Referências

Brandão, R. V. D. M. O negócio do século: o acordo de cooperação nuclear Brasil-Alemanha, 2008.

Britannica, The Editors of Encyclopaedia. "Arab oil embargo". Encyclopedia Britannica, 1 out. 2020. Disponível em: https://www.britannica.com/event/Arab-oil-embargo. Acesso em: 18 abr de 2023.

Campos, Bernardo Mageste Castelar. A aplicação do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR) à crise venezuelana de 2019. Revista Direito GV, v. 18, 2022.

Caraciki, Leonel. A aposta antissionista: a equação do sionismo como racismo na resolução 3379 da Assembléia Geral das Nações Unidas (1975) (tese de doutorado). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil, 2013.

Cavalcanti, Themístocles Brandão. Problemas jurídicos dos rios internacionais. Revista de Ciência Política, 23(3), 25-43, 1980.

Corrêa, André Rodrigues; Castro, Douglas de. . Transnacionalismo e paradiplomacia nas relações econômicas Brasil-Angola: o caso da construção de Capanda pela construtora Odebrecht. AUSTRAL: Brazilian Journal of Strategy & International Relations, 5(9), 2016.

Doratioto, Francisco. O Brasil no Rio da Prata (1822-1994). Fundação Alexandre de Gusmão, 2014.

Ferres, Virginia Perez. A solução do conflito de Itaipu como início da cooperação política argentino-brasileira na década de 80. Projeto História: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, v. 29, n. 02, 2004.

Figueiredo, Marcus Faria; Cheibub, José Antônio Borges. A abertura política de 1973 a 1981: Quem Disse o Quê, Quando—inventário de um debate. BIB-Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, n. 14, p. 29-61, 1982.

Fonseca Jr., Gelson. Mundos diversos, argumentos afins: notas sobre aspectos doutrinários da política externa independente e do pragmatismo responsável. Sessenta Anos de Política Externa Brasileira (1930-1990): Crescimento, Modernização e Política Externa. São Paulo: Annablume/NUPRI/USP, 2000.

Freixo, Adriano de. Repercussões da Revolução dos Cravos. Tensões mundiais, v. 5, n. 8, p. 247-264, 2009.

Goes, Fernanda Lira. Geopolítica brasileira do financiamento do BNDES para Odebrecht em Angola. Anais ENANPUR, v. 17, n. 1, 2017.

Granato, Leonardo. A autonomia como vetor da ação externa e da integração na América do Sul: postulações teóricas. OIKOS, Rio de janeiro, v. 13, n. 2, p. 78-90, 2014.

Hermann, Jennifer. Auge e declínio do modelo de crescimento com endividamento: o II PND e a crise da dívida externa (1974-1984). IN: Giambiagi, Fabio et. al. Economia Brasileira Contemporânea (1945-2004): São Paulo: Elsevier, 2005.

Humberto, Sílvio. As relações econômicas Brasil-Angola (1975-1988). Caderno CRH, v. 15, n. 36, 2002.

Jaguaribe, Helio. Autonomía periférica y hegemonía céntrica. Estudios internacionales, v. 12, n. 46, p. 91-130, 1979.

Jose, Joveta. Angola: independência, conflito e normalização. In: MACEDO, JR., org. Desvendando a história da África [online]. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008.

Julião, Taís Sandrim. A atuação multilateral do Brasil sob o governo de Ernesto Geisel: as dinâmicas do Pragmatismo Ecumênico e Responsável (1974-1979). História Social, n. 18, p. 199-218, 2010.

Kinzo, Maria D'alva G. A democratização brasileira: um balanço do processo político desde a transição. São Paulo em perspectiva, v. 15, p. 3-12, 2001.

Lessa, Antônio Carlos. A diplomacia universalista do Brasil: a construção do sistema contemporâneo de relações bilaterais. Revista brasileira de política internacional, v. 41, p. 29-41, 1998a.

Lessa, Antônio Carlos. A vertente perturbadora da política externa durante o governo Geisel: um estudo das relações Brasil-EUA (1974-1979), 1998b.

Lessa, Antônio Carlos. Instabilidade e mudanças: os condicionantes históricos da política externa brasileira sob Geisel (1974-1979), 1997.

Ligiéro, Luiz Fernando. A autonomia na política externa brasileira: a política externa independente e o pragmatismo responsável: momentos diferentes, políticas semelhantes?. Fundação Alexandre de Gusmão, 2011.

Lima, Maria Regina Soares de; Moura, Gerson. A trajetória do pragmatismo: uma análise da política externa brasileira. Dados, v. 25, n. 3, p. 349-64, 1982.

Lima, Sérgio Eduardo Moreira; Santos, Luís Cláudio Villafañe G. Quarenta anos das relações Brasil-Angola : documentos e depoimentos. Brasília : FUNAG, 2015.

Mariano, Marcelo Passini. Autonomia e desenvolvimento na política externa brasileira. A política externa brasileira e a integração regional: uma análise a partir do Mercosul [online]. São Paulo: Editora UNESP, p. 37-65, 2015.

Mendonça, Filipe Almeida do Prado; Miyamoto, Shiguenoli. A política externa do governo Geisel (1974-1979). SÉCULO XXI: Revista de Relações Internacionais-ESPM-POA, v. 2, n. 2, p. 11-29, 2011.

Ministério das Relações Exteriores. O Brasil em Punta del Este: Oitava Reunião de Consulta de Ministros das Relações Exteriores das Repúblicas Americanas. [s.l.], 1962.

Nye, Joseph S. 2004. Soft power: The means to success in world politics. Public affairs.

Oliveira, Henrique Altemani. O Conceito de Política Externa. In: OLIVEIRA, Henrique Altemani. Política Externa Brasileira. São Paulo: Saraiva, 2005.

Pinheiro, Letícia. “Ao vencedor, as batatas”: o reconhecimento da independência de Angola. Revista Estudos Históricos, v. 1, n. 39, p. 83-120, 2007.

Pinheiro, Letícia; Lima, Maria Regina Soares de. Between autonomy and dependency: the place of agency in Brazilian foreign policy. Brazilian Political Science Review, v. 12, 2018.

Pini, André Mendes. A descolonização da Namíbia: as negociações diplomáticas multilaterais e a guerra de independência. 2014. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais) — Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

Ricupero, Rubens. A diplomacia na construção do Brasil: 1750-2016. Versal, 2017.

Rizzi, Kamilla Raquel. Relações Brasil-Angola no Pós-Guerra Fria: os condicionantes internos e a via multilateral. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.

Rose, Gideon. Neoclassical realism and theories of foreign policy. World politics, v. 51, n. 1, p. 144-172, 1998.

Santana, Ivo de. Notas e comentários sobre a dinâmica do comércio Brasil-África nas décadas de 1970 a 1990. Revista Brasileira de Política Internacional, v. 46, p. 113-137, 2003.

Santos, Norma Breda dos; Uziel, Eduardo. Forty years of the United Nations general assembly resolution 3379 (XXX) on zionism and racism: the brazilian vote as an instance of United States-Brazil relations. Revista Brasileira de Política Internacional, v. 58, p. 80-97, 2015.

Saraiva, José Flavio Sombra (Ed.). História das Relações Internacionais Contemporâneas: da sociedade internacional do século XIX à era da globalização. Editora Saraiva, 2008.

Saraiva, José Flavio Sombra. O lugar da África: a dimensão atlântica da política externa brasileira de 1946 a nossos dias. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1996.

Secco, Lincoln. A Revolução dos Cravos: a dinâmica militar. Projeto História: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, v. 47, 2013.

Silva, Márcia Maro da. A independência de Angola. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2007.

Spektor, Matias. O Brasil e a Argentina entre a cordialidade oficial e o projeto de integração: a política externa do governo de Ernesto Geisel (1974-1979). Revista Brasileira de Política Internacional, v. 45, p. 117-145, 2002.

Spektor, Matias. Origens e direção do Pragmatismo Ecumênico e Responsável (1974-1979). Revista Brasileira de Política Internacional, v. 47, p. 191-222.

Törnudd, Klaus. 2005. Finnish neutrality policy during the Cold War. The SAIS Review of International Affairs, v. 25, n. 2, p. 43-52, 2004.

Vargas, FGV Fundação Getúlio. Atlas Histórico do Brasil. Barão do Rio Branco, 2016.

Vizentini, Paulo Fagundes. A política externa do regime militar brasileiro. Porto Alegre: UFRGS, 1998.

Vizentini, Paulo Fagundes. Política Exterior e Desenvolvimento (1951-1964): o nacionalismo e política externa independente. Revista brasileira de história, v. 14, n. 27, p. 99-111, 1994.

Vizentini, Paulo Fagundes. O Brasil e o Mundo: a política externa e suas fases. Ensaios FEE, v. 20, n. 1, p. 134-154, 1999.

Waltz, Kenneth. Theory of International Politics. 1. ed. Reading: Addison-Wesley, 1979.

Downloads

Publicado

2024-07-02

Como Citar

Gonçalves da Fonsêca, Felipe, e Luciano da Rosa Muñoz. 2024. “Autonomia Em Política Externa Brasileira: O Governo Geisel E O Reconhecimento De Angola (1975)”. Meridiano 47 - Journal of Global Studies 24 (julho). https://doi.org/10.20889/M47e24009.

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.