A Moderna Tradição Brasileira

Cultura brasileira e Indústria Cultural, do Livro à Obra

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/cmd.v7i01.29624

Palavras-chave:

A Moderna Tradição Brasileira, Nacionalismo metodológico, Culturas nacionais

Resumo

O artigo apresenta a hipótese de que existe na obra de Renato Ortiz uma ruptura com certo nacionalismo metodológico. Ela toma corpo em sua pesquisa sobre a moderna tradição brasileira e se desenvolve ao longo dos trabalhos posteriores. Há a defesa de que no livro publicado em 1988 se estabelecem os princípios metodológicos que a identificam, isto é, na pesquisa empreendida sobre o processo de modernização cultural brasileiro o autor desnacionaliza questões e tradições intelectuais. Do livro à obra, a autonomia epistemológica conquistada não faz desaparecer o incansável exercício de exploração da dimensão transnacional da produção da cultura, quer quando esteja trabalhando com a construção das identidades nacionais, com os registros sobre a mundialização da cultura, quer quando reflita sobre o trabalho intelectual.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BARRETO, M. 2018. Por uma sociologia do artista popular. Política & Sociedade, 38 (17), p. 169-194.

BOSCHETTI, A. (Dir.). 2010. L'Espace Culturel Transnational. Paris, Nouveau Monde, 509 p.

BOURDIEU, P. 2009. Les conditions sociales de la circulation internationale des idées. In BRAUDEL, F. 1996. Civilização Material, Economia e Capitalismo Século XV-XVIII - O tempo do mundo. São Paulo, Martins Fontes, 632p.

CALVINO, I. 2007. Por que ler os clássicos. In CALVINO, I. (2007). Por que ler os clássicos (trad. Nilson Moulin), 2ª Edição, São Paulo, Companhia das Letras, p. 9-16.

CHAMPAGNE, P. 2013. Note sur quelques lectures du concept de champ. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, Théorie du Champ, 200, Décembre: 39-43.

COHN, G. 1973. Sociologia da Comunicação. Teoria e Ideologia. São Paulo, Pioneira, 170 p.

DE SWAAN, A. 1998. Pour une sociologie de la société transnationale. Revue de synthèse, 1 (4), p. 89-111.

HEILBRON, J. 2009. Repenser la question des traditions nationales en sciences sociales. In

LIZÉ, W., NAUDIER, D., e ROUEFF, O. 2011. Intermédiaires du Travail Artistique: Ã la Frontière de l'Art et du Commerce. Paris, Département des Études, de la Prospective et des Statistiques, 264p.

LEPERLIER, T. 2018. Un champ littéraire transnational. Le cas des écrivains algériens. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, Champs intellectuels transnationaux, Nº 224, Septembre: 12-33.

LÖFGREN, O. 1989. The nationalisation of culture. Ethnologia Europæa, n°XIX: 5-23.

MIRA, C. e BARRETO, M. 2018. O claro assombro de nossa moderna tradição. Ciências Sociais Unisinos, 54 (2): 148-154.

OLIVEIRA, L. L. 1988. Seja moderno, seja conservador. Estudos Históricos, 1 (2): 310-316.

ORTIZ, R. 2017. A problemática da cultura no mundo contemporâneo. Política & Sociedade, 35 (16), p. 17-66.

________. 2015. Universalismo e Diversidade - Contradições da modernidade-mundo. São Paulo, Boitempo, 175 p.

________. 2000. O Próximo e O Distante. Japão e modernidade-mundo. São Paulo, Brasiliense, 203 p.

________. 1996. Um Outro Território - Ensaios sobre a mundialização. 2ª Edição, São Paulo, Olho d’Água, 206 p.

________. 1994. Mundialização e Cultura. São Paulo, Brasiliense, 234 p.

________. 1992. Cultura Popular. Românticos e Folcloristas. São Paulo, Olho d’Água, 102 p.

________. 1991. Cultura e Modernidade. A França no século XIX. São Paulo, Brasiliense, 282 p.

________. 1988. A Moderna Tradição Brasileira. Cultura brasileira e indústria cultural. São Paulo, Brasiliense, 222 p.

SAPIRO, G.; LEPERLIER, T. E BRAHIMI, M.A. 2018. Qu’est-ce qu’un champ intellectuel transnational? Actes de la Recherche en Sciences Sociales, Champs intellectuels transnationaux, Nº 224, Septembre: 4-11.

SAPIRO, G. 2019. Repenser le concept d’autonomie pour la sociologie des biens symboliques. Biens Symboliques, 4, p. 2-50.

________. 2013. Le champ est-il national? La théorie de la différenciation social au prisme de l’histoire global. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, Théorie du Champ, 200, Décembre: 71 - 85.

________. (dir.). 2009. L’Espace Intellectuel en Europe - De la formation des États-nations à la mondialisation XIXe - XXIe siècle. Paris, La Découvert, 402p.

ROUEFF, O. 2013. Les homologies structurales: une magie sociale sans magique? La place des intermédiaires dans la fabrique des valeurs. In: COULANGEON, P. et al. 2013. Trente Ans Après La Distinction, de Pierre Bourdieu. Paris, La Découverte, p. 153-164.

SAYAD, A. 2010. La Doble Ausencia - De las ilusiones del emigrado a los padecimientos del inmigrado. Rubí (Bracelona), Anthropos Editorial, 429 p.

THIESSE, A. M. 1999. La Création des Identités Nationales. Europe XVIIIe ”“ XXe siècle. Paris, Seuil, 307 p.

VON SIMON, O.R de M.; QUEIROZ, M. I. P de.; MICELI, S. e ORTIZ, R. 1982. Esboço de um projeto de investigação da produção cultural no Brasil. In QUEIROZ, M. I. P. De e VON SIMON, O. R. de M. (Ed.). 1982. Centro de Estudos Rurais e Urbanos - Cadernos, 17, p.89-108.

WILFERT-PORTAL, B. 2010. L’internationalité d'un nationaliste de Paris: Paul Bourget entre Paris, Londres e Rome. In: BOSCHETTI, A. (Dir.). 2010. L’Espace Culturel Transnational. Paris, Nouveau Monde, p. 165-194.

Downloads

Publicado

2020-05-06

Como Citar

Barreto, M. (2020). A Moderna Tradição Brasileira : Cultura brasileira e Indústria Cultural, do Livro à Obra . Arquivos Do CMD, 7(01), 24–36. https://doi.org/10.26512/cmd.v7i01.29624

Edição

Seção

Artigos de Dossiê