O uso da cultura no Romantismo alemão
Main Article Content
Resumo
A diferença se torna um valor na sociedade contemporânea. Dessa forma, grupos minoritários buscam afirmar essa diferença em torno de preceitos identitários, a partir dos quais organizam suas ações e suas demandas. Embora isso seja típico de nosso tempo, elementos desse fenômeno se encontram em outras épocas. De fato, muitos autores chegam mesmo a perceber na valorização contemporânea da diferença uma correspondência com a época romântica, em que intelectuais articularam a diferença em oposição ao universalismo dos ilustrados. É evidente que há distâncias entre os dois tratamentos da diferença, mas me interessa pensar neste texto as possibilidades de relação em torno de um aspecto central: o uso que atores sociais fazem ou fizeram da diferença cultural para afirmar particularidades e, assim, empreenderem lutas contra processos percebidos com universalistas. Tendo essa constelação temporal em mente, volto-me, contudo, somente ao século XIX e ao espaço alemão. Meu foco é analisar os intelectuais daquele tempo-espaço que formam o romantismo e elementos de um discurso nacionalista alemão em oposição, especialmente, ao cosmopolitismo francês. Desejo mostrar as razões sociais e históricas para a ação desses intelectuais e seus modos de articulação da diferença.
Downloads
Métricas
Article Details

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Referências
Appadurai, A. (1996). Modernity at Large. Minnea-polis: University of Minnesota.
Bhabha, H. K. (1994). Location of Culture. New York, London: Routledge.
Bornheim, G. (1978). A Filosofia do Romantismo. In J. Guinsburg, O Romantismo. São Paulo: Editora Perspectiva .
Dann, O. (1993). Nation und Nationalismus in Deutschland 1770-1790. München: Beck.
DeJean, J. (2005). Antigos contra modernos: as guerras culturais e a construção de um fin de siècle. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira .
Derrida, J. (2007). Die différance. In P. Engelmann, Postmoderne und Dekonstruktion. Stuttgart: Re-clam
Duby, G. (1992). Die Zeit der Kathedralen: Kunst und Gesellschaft 980 - 1420. Frankfurt am Main: Suhrkamp.
Eagleton, T. (2005). A Idéia de Cultura. São Paulo: UNESP.
Echterkamp, J. (1998). Der Aufstieg des deutschen Nationalismus (1770-1840). Frankfurt/New York: Campus Verlag.
Fichte, J. G. (1957). Beiträge zur Berichtigung der Urteile des Publikums über die Französische Revo-lution. Leipzig: Philipp Reclam Verlag .
Fichte, J. G. (1986). Briefe. Leipzig: Philipp Reclam Verlag.
Fichte, J. G. (2013). Der geschlossene Handelsstaat. Berlin: Creat Space.
Fichte, J. G. (s/d). Reden an die Deutsche Nation. Leipzig: Philipp Reclam Verlag.
Gellner, E. (1996). Encounters with nationalism. Oxford, UK; Cambridge, USA: Blackwell.
Giddens, A. (1984). The Constitution of Society. Berkeley and Los Angeles: University of California Press.
Greenfeld, L. (1992). Nationalism: five roads to mo-dernity. Cambridge, Masschusets; London: Harvard University.
Herder, J. G. (1978). Stimmen der Völker in Liedern. Leipzig: Philipp Reclam Verlag.
Jameson, F. (2009). The Cultural Turn: Selected Writings on the Postmodern, 1983-1998. London: Verso.
Kiesewetter, H. (1989). Industrielle Revolution in Deutschland. Frankfurt am Main: Suhrkamp.
Luther, M. (1520). An den christlichen Adel deutscher Nation von des christlichen Standes Besserung. Dis-ponível em http://kw.uni-paderborn.de/fileadmin/kw/institute-einrichtungen/katholische-theologie/Personal/Fenger/Geschichte_und_Theologie_der_Reformation/An_den_christlichen_Adel_deuts-cher_Nation_von_des_christlichen_Standes_Bes-serung.pdf. Acesso em 9/10/2013.
Lyotard, J.-F. (2009). A Condição Pós-Moderna. Rio de Janeiro: José Olympio.
Mannheim, K. (1971). Essays on the Sociology of Cul-ture. London: Routledge & Kegan Paul.
McGowan, J. (1991). Portmodernism and its critics. Ithaca: Cornel University.
Minogue, K. R. (1970). Nationalismus. München: Nymphenburger Verlagshandlung.
Nicolau Netto, M. (2012). O Discurso da Diversida-de: a definição da diferença a partir da World Music. Campinas.
Parekh, B. (2000). Rethinking multiculturalism: cultural diversity and political theory. London: Mac-millan Press, 2000.
Ringer, F. K. (2000). O Declínio dos Mandarins Ale-mães: a comunidade acadêmica alemã, 1890 - 1933. São Paulo: Edusp.
Ringer, F. (2004). Max Weber: an intelectual biogra-phy. Chicago and London: The University of Chicago Press.
Safranski, R. (2007). Romantik: eine deutsche Affäre. München: Carl Hanser Verlag.
Taylor, C. (2009). Multikulturalismus und die Politik der Annerkennung. Frankfurt am Main: Suhrkamp.
Waizbort, L. (2000). As aventuras de Georg Simmel. São Paulo: Editora 34.
Winkler, H. A. (2000). Deutsche Geschichte vom Ende des Alten Reiches bis zum Untergang der Wei-marer Republik. Bonn: Bundeszentrale für politis-che Bildung.