DESCAMINHOS DA REFORMA AGRÁRIA NO CONTEXTO DAS REFORMAS NEOLIBERAIS E DA CRISE INSTITUCIONAL NO BRASIL

Contenu principal de l'article

João CLEPS JUNIOR

Résumé

O ano de 2016 já se tornou o ano mais violento no campo desde 2003, com 61 assassinatos, 11 a mais que em 2015. Até o presente, já supera o ano de 2015 e possivelmente ultrapassará o ano passado,  com mais de 50 mortes. Em 2017 já ocorreram três grandes massacres no campo: o de Gamela, no  município de Viana (MA), contra povos indígenas; o de Colniza (MT), contra os sem terra e o de Pau d’arco (PA), conhecido como massacre de Redenção, que vitimou dez posseiros e o massacre de Redenção como ficou conhecido ocorrido no município de Pau d’Arco, no sudeste do Pará, com a chacina de dez trabalhadores.


Esse aumento da violência e, por conseguinte, da impunidade no campo, por meio das perseguições, ameaças de morte e assassinatos às lideranças camponesas se relacionam as disputas por território e recursos minerais e florestais, em grande parte concentrados nos estados da Amazônia. Mas também aumentou as prisões e indiciamentos de trabalhadores.


A crise agrária manifesta não restringe apenas a evolução do quadro de dos conflitos agrários, mas pelo desmonte do conjunto de políticas públicas sociais contra os trabalhadores do campo brasileiro e em especial voltadas para a Reforma Agrária. Por consequência do Golpe que levou Michel Temer ao poder, também aceleraram os conflitos institucionais e as pressões exercidas pelas forças políticas que o apoiaram, levando o país para tempos temerosos e de caos (CPT, 2017). Não há dúvidas de que o crescimento das ações da bancada ruralista no Congresso, a extinção do Ministério do Desenvolvimento  Agrário (MDA) e da Ouvidoria Agrária Nacional, consideradas como principais ofensivas contra os trabalhadores do campo.


*Este resumo foi gerado pela equipe editorial a partir de trechos copiados do texto, considerando que no presente momento em que a edição foi publicada a apresentação de resumo não fazia parte das normas da revista.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Renseignements sur l'article

Comment citer
CLEPS JUNIOR , J. (2017). DESCAMINHOS DA REFORMA AGRÁRIA NO CONTEXTO DAS REFORMAS NEOLIBERAIS E DA CRISE INSTITUCIONAL NO BRASIL. BOLETIM DATALUTA, 10(120). Consulté à l’adresse https://periodicos.unb.br/index.php/BD/article/view/52836
Rubrique
Artigos
Biographie de l'auteur-e

João CLEPS JUNIOR , Universidade Federal de Uberlândia - (UFU)

Professor do Instituto de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia - IG-PPGEO-UFU. Coordenador do Laboratório de Geografia Agrária (LAGEA) e da Pesquisa DATALUTA - Minas Gerais.

Références

BRUNO, Regina. Desigualdade, agronegócio, agricultura familiar no Brasil. Rio de Janeiro, UFFRJ/CPDA, 2016 – Disponível em http://r1.ufrrj.br/esa/V2/ojs/index.php/esa/article/viewFile/712/452 (Acesso em 02/10/2017).

CPT. Comissão Pastoral da Terra. Secretaria Nacional. Balanço da Reforma Agrária no ano de 2016. Disponível em https://www.cptnacional.org.br/index.php/publicacoes-2/destaque/3573-sugestao-de-pautabalanco- da-reforma-agraria-no-ano-de-2016. (Acesso em 23/01/2017).

CPT. Comissão Pastoral da Terra. Conflitos no Campo - Brasil 2016. Antônio Canuto, Cássia Regina da Silva Luz, Thiago Valentim Pinto Andrade (Coordenação): Goiânia: CPT Nacional, Brasil, 2016b.

EMATER-MG. Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais. Relatório Valor da Terra Nua (VTN) 2017. (Acesso em 08/10/2017) Disponível em http://www.emater.mg.gov.br/portal.cgi?flagweb=novosite_pagina_interna&id=19167

FERNANDES, Bernardo Mançano et al. A Questão Agrária na Segunda Fase Neoliberal no Brasil. Boletim Dataluta, no. 109. Pres. Prudente: NERA – Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária. Disponível em www.fct.unesp.br/nera Presidente Prudente, janeiro de 2017.

FREITAS, Ricardo L. Movimento dos atingidos pela reforma agrária de mercado - MARAM: conquistas e desafios dos mutuários do Projeto Banco da Terra no Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba / Ricardo Luis de Freitas. Dissertação de Mestrado: PPGG-UFU, Uberlândia, 2015. 252 p.

GUERRA, Renata; MAGALHÃES, Ana. Incra restringe recursos para assentamentos. Folha de São Paulo. Edição de 04.10.2017, p. 1-4. Disponível em https://tools.folha.com.br/print?site=emcimadahora&url=http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/10/1924119-incra-restringe-recursos-para-assen. (Acesso em 02/10/2017)

INCRA. Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Painel dos Assentamentos. Informações gerais sobre os assentamentos da reforma agrária. 2016. Brasília: INCRA. Disponível em: https://goo.gl/2YfSTb. (Acesso em 31/10/2017).

MITIDIERO JR., Marco A. et. al. Ataques aos direitos dos povos do campo: as ações do Legislativo e Executivo Federal. Conflitos no Campo - Brasil 2016. Goiânia: CPT, 2017, p.89-105.

SAUER, Sérgio; LEITE, Acácio Z. Medida Provisória 759: Descaminhos da Reforma Agrária e Legalização da Grilagem de Terras no Brasil. In: Revista Retratos de Assentamentos, Araraquara: UNIARA, v. 20, n.1, 2017, p. 14-40.

SENADO Federal. Padilha anuncia recriação do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Senado notícias, Brasília, 11 de agosto de 2016. Disponível em https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/08/11/padilha-anuncia-recriacao-do-ministerio-dodesenvolvimento- agrario. (Acesso em 07/11/2017).

TCU – Tribunal de Contas da União. Acórdão nº 775/2016 do Processo TC 000.517/2016-0. Brasília, TCU. Disponível em http://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId= 8A8182A253D4239E0153F24D7BAC2406&inline=1. (Acesso em 06/04/2016).

Articles les plus lus du,de la,des même-s auteur-e-s