Práticas Educativas Maternas e Paternas aos 24 e aos 72 Meses de Vida da Criança

Autores

  • Angela Helena Marin Universidade Luterana do Brasil
  • Cesar Augusto Piccinini Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Jonathan R. H. Tudge University of North Carolina at Greensboro

Palavras-chave:

Parentalidade, Práticas educativas maternas e paternas

Resumo

Este estudo investigou as práticas educativas indutivas, coercitivas e de não interferência maternas e paternas aos 24 e 72 meses de vida da criança. Participaram 24 mães e pais de um único filho/a, que responderam uma entrevista para avaliação dessas práticas. Análises estatísticas revelaram que as mães foram significativamente mais indutivas que os pais aos 24 meses, mas aos 72 meses não houve diferenças. Enfatiza-se que as mães tendem a conversar mais com seus filhos/as, expressar sentimentos, opiniões, estabelecer limites e elogiar comportamentos adequados. As mães também apresentaram médias mais elevadas no total de práticas relatadas, o que pode ser explicado pelo papel predominante que ainda exercem na socialização infantil, embora os pais venham participando mais da educação dos filhos/as.

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Biografia do Autor

Angela Helena Marin, Universidade Luterana do Brasil

Psicóloga pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Especialista em Psicologia Clínica, com ênfase em terapia familiar e conjugal (INFAPA). Mestre e Doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Docente do curso de psicologia da Universidade Luterana do Brasil/Campus Santa Maria. Atua na área de Psicologia, com ênfase em Família e Desenvolvimento Social e da Personalidade. 

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Publicado

2011-12-13

Como Citar

Marin, A. H., Piccinini, C. A., & Tudge, J. R. H. (2011). Práticas Educativas Maternas e Paternas aos 24 e aos 72 Meses de Vida da Criança. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 27(4), 419–427. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/18292

Edição

Seção

Estudos Empíricos

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