A Experiência filosófica de Merleau-Ponty com uma não-filosofia: por que um diálogo com a psicanálise?

Autores

  • Ronaldo Manzi Filho Universidade de São Paulo - USP

DOI:

https://doi.org/10.26512/rfmc.v1i1.8564

Palavras-chave:

Merleau Ponty, Não-filosofias, Estratégia filosófica, Psicanálise, Obscuro, Estrangeiro

Resumo

Este artigo tem por objetivo mostrar como o diálogo de Merleau-Ponty com a psicanálise foi fundamental em sua experiência filosófica. Para isso, devemos responder a uma questão anterior: por que um diálogo com as não-filosofias? Iremos destacar como este diálogo é constitutivo no seu modo de pensar. Trata-se no fundo de uma estratégia: de retomar o que as filosofias do seu tempo haviam excluído do seu interior. Entretanto, daremos privilégio ao diálogo com a psicanálise, isto porque o método psicanalítico e essa estratégia filosófica merleau-pontyana parece convergirem: uma busca arqueológica da relação do corpo consigo mesmo, com o mundo e com outrem. Iremos fazer um breve resumo de como o obscuro, o patológico, o mórbido etc., sempre estiveram presente na sua obra, destacando o papel da psicanálise neste percurso.

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Publicado

26-06-2013

Como Citar

MANZI FILHO, Ronaldo. A Experiência filosófica de Merleau-Ponty com uma não-filosofia: por que um diálogo com a psicanálise?. Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 87–121, 2013. DOI: 10.26512/rfmc.v1i1.8564. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/fmc/article/view/8564. Acesso em: 7 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos