Temos o direito de imaginar: Imaginação social a partir da intelectualidade negra diante da colonialidade

Autores

  • Rafaela Berger Pereira Universidade Federal do Paraná - UFPR

Palavras-chave:

Relações raciais, colonialismo, antinegritude, racismo socioespacial, imaginação social

Resumo

Este ensaio propõe um arranjo teórico atual ao discutir trabalhos recentes de intelectuais negros que abordam temas clássicos do campo das relações raciais, como Jaime Alves, João Costa Vargas, Hortense J. Spillers, Saidiya Hartman e Walidah Imarisha. A partir dos conceitos de biópolis, necrópolis e negrópolis, o ensaio reflete sobre o racismo espacial e a antinegritude. Diante das problemáticas tratadas, o texto propõe a abordagem da imaginação social como mecanismo de resistência ao racismo. Por fim, para relacionar as proposições dos diferentes autores discutidos ao longo do texto, o ensaio analisa a obra Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, reconhecendo a importância das contribuições da autora ao versar sobre temáticas caras aos estudos de relações raciais e demonstrar a operacionalização de conceitos relativos ao racismo na colonialidade.

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Referências

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Publicado

15-07-2024

Como Citar

Berger Pereira, R. (2024). Temos o direito de imaginar: Imaginação social a partir da intelectualidade negra diante da colonialidade. Revista Textos Graduados, 9(2), 34–42. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/tg/article/view/47152