Engajamento subjetivo e organização flexível do trabalho:
o caso dos trabalhadores da indústria do alumínio primário paraense
Palabras clave:
Trabalho e subjetividade, Flexibilização produtiva, Mudanças organizacionais, Indústria do alumínio primário, Albras S.A.Resumen
As empresas têm se aproveitado do ambiente de insegurança e de instabilidade que a lógica da flexibilização ”“ a qual elas seguem ”“ instaura no mundo do trabalho, para se apresentarem como “pontos de referência” nos quais os indivíduos que se “engajam” podem contar. Esta situação tende a criar certo alinhamento entre o ideário da empresa e a percepção dos trabalhadores. O objetivo deste artigo é esclarecer como essa situação é produzida. A pesquisa que lhe deu origem foi realizada entre os meses de fevereiro de 2007 e junho de 2009. A obtenção dos dados se deu por meio de entrevistas semiestruturadas com 30 trabalhadores ligados à s áreas operacionais e dois dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Barcarena. Outras fontes utilizadas foram os relatórios da administração e os informativos internos da empresa de 2003 a 2008. As mudanças organizacionais deflagradas pelo sistema Total Quality Control (TQC), no início dos anos 1990, introduziu um conjunto de práticas gerenciais que exercem forte influência sobre a subjetividade do trabalhador devido à implantação de um ideário organizacional que se estende para além do ambiente de trabalho. Este quadro atua no sentido de promover o “engajamento subjetivo” dos trabalhadores à organização flexível do trabalho.