Memórias presentes: autos de resistência e movimento de familiares de vítimas de violência de Estado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/s0102-6992-20254002e55515

Palavras-chave:

Memória, testemunho, auto de resistencia, movimento de familiares, Ditadura

Resumo

O artigo busca analisar o dispositivo do “auto de resistência” como um dos que possibilita a manutenção a partir das polícias da mesma lógica de execução sumárias a supostos opositores como capitaneadas durante a ditadura empresarial-militar, tendo sido criado, justamente, em 1969. Entende-se aqui sua relevância porque é um elo fundamental que aponta a manutenção da exceção no presente, sustentando-a enquanto uma possibilidade e uma realidade permanente para determinados territórios. Não obstante, salvo alguns pesquisadores que serão citados durante o texto, há quase uma secção entre aqueles que analisam o período da ditadura e a violência policial em favelas e periferias. Assim, a partir da análise de bibliográfica, será traçado a história e usos do dispositivo, trazendo no testemunho e na política de memória, concretizada a partir dos movimentos de familiares, trazendo a possibilidade de apontar as manutenções autoritárias no presente.

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Biografia do Autor

Natália Damazio Pinto Ferreira, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos Suely Souza de Almeida, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

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Publicado

09-10-2025

Como Citar

Damazio Pinto Ferreira, N. (2025). Memórias presentes: autos de resistência e movimento de familiares de vítimas de violência de Estado. Sociedade E Estado, 40(02), e55515. https://doi.org/10.1590/s0102-6992-20254002e55515

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