Memórias presentes: autos de resistência e movimento de familiares de vítimas de violência de Estado
DOI:
https://doi.org/10.1590/s0102-6992-20254002e55515Palavras-chave:
Memória, testemunho, auto de resistencia, movimento de familiares, DitaduraResumo
O artigo busca analisar o dispositivo do “auto de resistência” como um dos que possibilita a manutenção a partir das polícias da mesma lógica de execução sumárias a supostos opositores como capitaneadas durante a ditadura empresarial-militar, tendo sido criado, justamente, em 1969. Entende-se aqui sua relevância porque é um elo fundamental que aponta a manutenção da exceção no presente, sustentando-a enquanto uma possibilidade e uma realidade permanente para determinados territórios. Não obstante, salvo alguns pesquisadores que serão citados durante o texto, há quase uma secção entre aqueles que analisam o período da ditadura e a violência policial em favelas e periferias. Assim, a partir da análise de bibliográfica, será traçado a história e usos do dispositivo, trazendo no testemunho e na política de memória, concretizada a partir dos movimentos de familiares, trazendo a possibilidade de apontar as manutenções autoritárias no presente.
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