POLÍTICAS DE C,T&I: UMA ANÁLISE REFLEXIVA A PARTIR DAS INFORMAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS E CONTÁBEIS DA EMBRAPA

Autores/as

  • Paulo Sergio Alves Pinto Universidade de Brasília
  • Andrea de Oliveira Gonçalves Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.18829/rp3.v0i1.9129

Palabras clave:

Gerencialismo público. Inovação. Incrementalismo. Institucionalismo. Orçamento público.

Resumen

Desde há algum tempo existe uma forte e justificada percepção de que os investimentos realizados em ciência, tecnologia e inovação atuam como alavanca para, em última instância, o desenvolvimento econômico e social das populações. No Brasil, essa percepção não é diferente, haja vista os posicionamentos oficiais expressos na forma de leis que foram publicadas, principalmente na última década, no sentido de incentivar a pesquisa científica e tecnológica em vários ambientes. A resposta dos agentes, no entanto, pode não ocorrer na velocidade esperada. Tomando por base a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), empresa pública dependente do orçamento federal e de grande conceito em seu ramo de atuação, a avaliação que se deseja realizar relaciona-se à  análise da efetividade dos regulamentos oficiais para modificar o seu perfil de financiamento e ao exame da dotação orçamentária como instrumento de estratégia alocativa. A empresa, também, assume um discurso francamente preocupado com a prospecção de parcerias que favoreçam a entrada de recursos, particularmente de fontes não governamentais. Os fatos relacionados moldam a questão que se quer avaliar, ou seja, se serviram às edições, na última década, dos dispositivos legais com a finalidade de promover a inovação, para tornar a atuação da empresa mais sistêmica e, portanto, para modificar o seu perfil de financiamento. Os resultados do estudo parecem mostrar na empresa a tendência a um comportamento incremental nas decisões orçamentárias e uma invariabilidade no seu perfil de financiamento. Embora se trate de um estudo de caso, em que somente foram avaliadas variáveis quantitativas, decorrendo daí as principais limitações, foi possível formular um protótipo para experimentos mais abrangentes que podem ser feitos por outros estudos, como os de caráter qualitativo.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Paulo Sergio Alves Pinto, Universidade de Brasília

Engenheiro Metalurgista pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (1981), com especialização em administração de empresas - Curso de Especialização em Administração para Graduados - CEAG - Economia de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas / SP (1986), Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade de Brasília - UNB (2008) e Mestre em Administração Pública e Políticas Públicas pela Universidade de Brasília - UNB (2012). Exerce o cargo de Analista de Planejamento e Orçamento do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão desde 2000, atualmente na função de Assistente Técnico da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação- SLTI / Ministério do Planejamento. Possui experiência na área financeira empresarial com conhecimentos dos produtos de aplicação e investimentos e, no setor público, o ciclo orçamentário, Plano Plurianual, Orçamento Público e Transferências Voluntárias da União.

Andrea de Oliveira Gonçalves, Universidade de Brasília

Possui doutorado em Integração da América Latina (área - Estado e Sociedade) pela Universidade de São Paulo - USP (2005); mestrado em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS (1999) e graduação em Ciências Sociais pela Universidade Vale do Rio Doce (1993). Atualmente é professora adjunta na Universidade de Brasília - UnB; no Programa de Pós Graduação em Administração; consultora ad hoc do Ministério da Educação. Tem experiência em Administração, com ênfase em Organizações Públicas, com atuação em gestão participativa, administração pública, empreendedorismo, desenvolvimento local e administração de empresas.

Citas

BRASIL. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Página principal do site da EMBRAPA. Descreve informações gerais sobre a empresa. Disponível em: <http://www.embrapa.br/a_embrapa/missao_e_atuacao>. Acesso em: jun. 2012. 2012a.

BRASIL. Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão. Secretaria de Orçamento Federal. Lei Orçamentária 2004. Volume IV. Disponível em: <http://sidornet.planejamento.gov.br/docs/lei2004/index.htm>. Acesso em: 16 jun. 2012. 2012b.

BRASIL. Embrapa. Processos de Contas Anuais. Disponível em: <http://www.embrapa.br/publicacoes/institucionais/processos-de-contas-anuais/>. Acesso em: 04 jul. 2012. 2012c.

BRASIL. Embrapa. Acesso à Informação. Disponível em: <http://hotsites.sct.embrapa.br/acessoainformacao.>. Acesso em: 09 jun. 2012. 2012d.

BRASIL. Embrapa. Relatório de Gestão da Embrapa. Exercício 2010. Secretaria de Gestão Estratégica. Brasília, março de 2011.

BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Livro Azul da 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável. Brasília. Centro de Gestão e Estudos Estratégicos. 2010.

BRASIL. Embrapa V Plano Diretor da Embrapa 2008 ”“ 2023. Aprovado pelo CONSAD em 01 de abril de 2008.

BRASIL. Lei nº 11.487, de 15 de junho de 2007. Altera a Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, para incluir novo incentivo à inovação tecnológica e modificar as regras relativas à amortização acelerada para investimentos vinculados à pesquisa e ao desenvolvimento. Diário Oficial da União, Brasília, 15 de jun. 2007.

BRASIL. Lei no 11.196, de 21 de novembro de 2005. Institui o Regime Especial de Tributação para a Plataforma de Exportação de Serviços de Tecnologia da Informação - REPES, o Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras - RECAP e o Programa de Inclusão Digital; dispõe sobre incentivos fiscais para a inovação tecnológica; altera [diversas legislações]; e dá outras providências. Vide texto compilado. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Legislativo, Brasília, DF, 22 nov. 2005.

BRASIL. Embrapa. Secretaria de Gestão e Estratégia. Relatório de Gestão Embrapa 2003 / Embrapa, Secretaria de Gestão e Estratégia. ”” Brasília, DF: Embrapa-SGE, 2004a. 113 p.

BRASIL. Lei nº 10.973, de 02 de dezembro de 2004. Dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 03 de dez. 2004b.

BRASIL. Embrapa. Secretaria de Administração e Estratégia. IV Plano Diretor da Embrapa: 2004-2007. / Embrapa. ”“ Brasília, DF, 2004c. 48 p.

BRASIL. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Lei de Responsabilidade Fiscal. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 05 de maio 2000.

CAVALCANTE, L. R. M. T. Políticas de ciência, tecnologia e inovação no Brasil: uma análise com base nos indicadores agregados. Texto para discussão nº 1458. Brasília: IPEA, 2009.

DAGNINO, R. A indústria de Defesa no Governo Lula. Ed. Expressão popular/ FAPESP, 2010.

DAGNINO, R. Ciência e tecnologia no Brasil. O processo decisório e a comunidade de pesquisa. Ed. Unicamp, 2007.

DAVIS, O.; DEMPSTER, M.; WILDAVSKY, A. A theory of the budgetary process. The American Political Science Review, v. 60, n. 3, p. 529-547, set. 1966.

FERRAZ, J. C., KUPFER, D. e HAGUENAUER, L. Made in Brazil, Desafios Competitivos para a Indústria. Rio de Janeiro: Campus. 1996.

FIELD, A. Descobrindo a estatística usando SPSS / Andy Field; tradução Lorí Vialli. 2 ed. ”“ Porto Alegre: Artmed, 2009. 688p.

JONES, B. D.; BAUMGARTNER, F. R. A model of choice for public policy. Journal of Public Administration Research and theory, vol. 15, nº 3. 2005.

MARCH, J. G. Como as decisões realmente acontecem: princípios da tomada de decisões nas organizações. São Paulo: Leopardo, 2009.

MARQUES, R. A.; OLIVEIRA, L. G. Sectoral system of innovation in Brazil: reflections about the accumulation in the aeronautic sector (1990-2002). In: MALERBA, F.; MANI, S. (orgs) Sectoral Systems of Innovation and Production in Developing Countries. Edward Elgar Publishing Limited. London/UK. 2009.

MORAIS, J. M. Uma avaliação dos programas de apoio financeiro à inovação tecnológica com base nos fundos setoriais e na lei de Inovação. In: DE NEGRI, J. A.; KUBOTA, L. C. (Org.). Políticas de incentivo à inovação tecnológica no Brasil. Brasília: Ipea, 2008.

NORTH, D. Institutions, Institutional Change and Economic performance, Cambridge University Press, Cambridge, 1990.

NORTH, D. Institutions. The Journal of Economic Perspectives, v.5, nº1, p. 97-112, 1991.

ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (OCDE). Manual de Oslo: diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 3. ed. Tradução: Finep, Rio de Janeiro, 2005.

_______, Managing National Innovattion Systems. Policy implications. OCDE, Paris, 1999.

SALERNO, M. S.; DAHER, T. Política industrial, tecnológica e de comércio exterior do Governo Federal (PITCE): balanço e perspectivas. 2006. Disponível em: <http://investimentos.desenvolvimento.gov.br/conteudo/index/item/67>. Acesso em: out. 2011.

SIMON, H. A. Comportamento administrativo: estudo dos processos decisórios nas organizações administrativas. Tradução do prof. Aluízio Loureiro Pinto. 2 ed. 311 p. Rio de Janeiro: USAID, 1965.

TRUE, J. L.; JONES, B .D.; BAUMGARTNER, F. R. Punctuated-Equilibrium Theory: explaining stability and change in public policy. In: SABATIER, P. A. (ed.) Theories of Policies Process.2ndedition.2006.

VIOTTI, E.B. Fundamentos e evolução dos indicadores de CT&I. In: VIOTTI, E.B.; MACEDO, M. M. (Org.). Indicadores de ciência, tecnologia e inovação no Brasil. Campinas: Unicamp, 2003.

Publicado

2013-06-25

Cómo citar

PINTO, Paulo Sergio Alves; GONÇALVES, Andrea de Oliveira. POLÍTICAS DE C,T&I: UMA ANÁLISE REFLEXIVA A PARTIR DAS INFORMAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS E CONTÁBEIS DA EMBRAPA. RP3 - Revista de Pesquisa em Políticas Públicas, [S. l.], n. 1, 2013. DOI: 10.18829/rp3.v0i1.9129. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/rp3/article/view/11996. Acesso em: 21 nov. 2024.