A dimensão relacional da governança na regionalização em saúde

perspectivas dos gestores regionais da Macrorregião de Saúde Sul

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/gs.v13i03.46067

Palavras-chave:

Governança em Saúde, Regionalização da Saúde, Serviços de Saúde, Gestão em Saúde, Autonomia Relacional

Resumo

O objetivo do presente estudo foi conhecer, a partir do olhar dos gestores de nível regional da Macrorregião de Saúde Sul do Rio Grande do Sul, quais são os elementos potencializadores e limitadores que impactam na governança regional, na dimensão relacional. Através de abordagem qualitativa foram realizadas entrevistas semiestruturadas com dois gestores regionais de saúde escolhidos intencionalmente pela sua trajetória no território. Como resultado, destacou-se a importância de gestores regionais de saúde que conheçam o Sistema Único de Saúde e a regionalização, que se entendam como parte do território e valorizem essa instância. O alto grau de comunicação e colaboração entre gestores regionais e municipais de saúde apareceu como um elemento facilitador da governança regional, assim como as reuniões itinerantes e os momentos informais. Por outro lado, a alta rotatividade de gestores emergiu como um limitador dos processos da regionalização, uma vez que a composição dos grupos de decisão influencia a dimensão relacional e reflete nas pactuações interfederativas. Os fenômenos micropolíticos encontrados constroem o cenário de pactuação e impactam no direcionamento das políticas públicas no território. Assim, a compreensão desses fatores relacionais pode ser uma ferramenta potente para nortear as estratégias de gestão e planejamento em saúde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mariana da Silva

Bacharela em Biomedicina pela Universidade Federal Do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente, participa do projeto "Análise de processo de regionalização, gestão e planejamento para a implementação das Redes de Atenção à Saúde no Rio Grande do Sul" na Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul, sob orientação do Diretor Cristian Fabiano Guimarães. Também participa do Núcleo de Pesquisa em Saúde e Gênero (SAGE), orientada pela Profª Andréa Fachel Leal. Possui experiência em patologia clínica (análises clínicas), tendo realizado estágio nesta área no Serviço de Patologia Clínica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Também possui experiência com cultivo celular e experimentação animal, adquirida em estágio em pesquisa no Centro de Pesquisa Experimental do HCPA.

Priscila Farfan Barroso, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Campus Vitória da Conquisa

é Bacharelada e Licenciada em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Mestra e Doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) . Entre 2018 e 2019, foi contemplada com bolsa PDSE-Capes para realizar mobilidade acadêmica no Centre de Recherche Médecine, Science, Santé et Société - CERMES 3, na França. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia Urbana, Antropologia da Política e Antropologia da Saúde. É parecerista de revistas acadêmicas relevantes na área de atuação. O foco atual é o estudo de políticas públicas sobre drogas, saúde pública, gestão em saúde e regionalização do SUS.

André Luis Alves de quevedo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Especialista em Saúde - Enfermeiro, na Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (SES/RS), lotado na Assessoria de Gestão e Planejamento (AGEPLAN). Atualmente Coordenador do Programa de Residência Multiprofissional em Gestão em Saúde, da Residência Integrada em Saúde, da Escola de Saúde Pública/SES/RS. Possui Mestrado em Epidemiologia pelo Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPG Epidemiologia/UFRGS) (2015), Graduação em Enfermagem pela Universidade Federal de Pelotas (2010), Graduação em Ciências Jurídicas e Sociais (UFRGS) (2021), Residência em Atenção Básica em Saúde Coletiva - Enfermagem - pelo Programa de Residência Integrada em Saúde, da Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (ESP/RS) (2013), Especialização em Avaliação em Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz-RJ) (2015), Especialização em Avaliação de Tecnologias em Saúde pelo Instituto de Avaliação de Tecnologias (IATS/UFRGS) (2015), Especialização em Economia da Saúde pelo Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (UFG) (2018), Especialização em Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) (2019). Tem experiência na área de Saúde Coletiva, atuando principalmente nos seguintes temas: Sistema Único de Saúde (SUS), gestão em saúde e formação em saúde.

Cristian Fabiano Guimarães, Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul

Psicólogo, Pós-doutor em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de São Paulo - Unifesp, Doutor em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS e Residência Multiprofissional em Saúde Mental Coletiva na Escola de Saúde Pública-RS. Atualmente desenvolve atividades de docência em Instituições de Ensino Superior para cursos de Pós-graduação. Pesquisador da Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul. Diretor de Planejamento da Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul.

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Manual de planejamento no SUS. Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz. 1. ed., rev. Brasília: Ministério da Saúde; 2016.

Albuquerque MV, Viana ALÁ. Perspectivas de região e redes na política de saúde brasileira. Saúde em Debate [Internet]. 2015;39(n.esp.):28-38.

Mello GA, Demarzo M, Viana ALD. O conceito de regionalização do Sistema Único de Saúde e seu tempo histórico. História Ciênc Saúde-Manguinhos [Internet]. 2019;26(4):1139-1150.

Santos M. O trabalho do geógrafo no terceiro mundo. 5. ed. São Paulo: EdUSP; 2008.

Brasil. Decreto n. 7.508, de 28 de junho de 2011. Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 28 jun. 2011. p. 1.

Franco TB, Merhy EE. Cartografias do Trabalho e Cuidado em Saúde. Tempus – Actas de Saúde Coletiva [Internet]. 2012;6(2):151-163.

Carneiro R, Menicucci TMG. Gestão pública no século XXI: as reformas pendentes. Rio de Janeiro: Fiocruz/Ipea/Ministério da Saúde/Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, 2013. A Saúde no Brasil em 2030: Desenvolvimento, Estado e Políticas de Saúde. v. 1; 133-194.

Silva RCF, Santos ERR, Martelli PJL, Sobrinho JEL, Souto CCL. A governança e o planejamento na perspectiva regional de saúde. Physis [Internet]. 2020;30(3): e300331.

Viana ALA, Ferreira MP, Cutrim MA, Fusaro ER, Souza MR, Mourão L, et al. O processo de Regionalização no Brasil: influência das dimensões Política, Estrutura e Organização. Rev Bras Saúde Mater Infant [Internet]. 2017;17(suppl. 1):S45-S61.

Lima LD, Viana ALA, Machado CV, Albuquerque MV, Oliveira RG, Scatena JHG, et al. Regionalização e acesso à saúde nos estados brasileiros: condicionantes históricos e político-institucionais. Cien Saude Colet [Internet]. 2012;17(11):2881-2892.

Viana ALD, Lima LD, Oliveira RG. Descentralização e federalismo: a política de saúde em novo contexto - lições do caso brasileiro. Cien Saude Colet [Internet]. 2002;7(3): 493-507.

Shimizu HE, Cruz MS, Bretas Júnior N, Schierholt SR, Ramalho WM, Ramos MC, et al. O protagonismo dos Conselhos de Secretários Municipais no processo de governança regional. Cien Saude Colet [Internet]. 2017;22(4):1131-1140.

Santos L, Campos GWS. SUS Brasil: a região de saúde como caminho. Saúde Soc [Internet]. 2015;24(2):438-446.

Pinafo E, Carvalho BG, Nunes EFPA. Descentralização da gestão: caminho percorrido, nós críticos e perspectivas. Cien Saude Colet [Internet]. 2016(5);21:1511-1524.

Mendes Á, Louvison MCP, Ianni AMZ, Leite MG, Feuerwerker LCM, Tanaka OY, et al. O processo de construção da gestão regional da saúde no estado de São Paulo: subsídios para a análise. Saúde Soc [Internet]. 2015;24(2):423-437.

Vasconcelos EM. Educação popular e atenção à saúde da família. 6 ed. São Paulo: Editora Hucitec; 2015.

Petry FB. O conceito de razão nos escritos de Max Horkheimer. Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade [Internet]. 2013;22:31-48.

Gonçalves MAS. Teoria da ação comunicativa de Habermas: possibilidades de uma ação educativa de cunho interdisciplinar na escola. Educ Soc [Internet]. 1999;20(66):125-140.

Tenório FG. A trajetória do Programa de Estudos em Gestão Social (Pegs). Rev Adm Pública [Internet]. 2006;40(6):1145-1162.

Habermas J. Teoría de La Acción Comunicativa. v. I. Madri:Taurus Humanidades; 1999.

Martines WRV, Machado AL. Produção de cuidado e subjetividade. Rev Bras Enferm [Internet]. 2010;63(2)328-333.

Downloads

Publicado

30-01-2023

Como Citar

1.
da Silva M, Farfan Barroso P, Alves de quevedo AL, Fabiano Guimarães C. A dimensão relacional da governança na regionalização em saúde: perspectivas dos gestores regionais da Macrorregião de Saúde Sul . Rev. G&S [Internet]. 30º de janeiro de 2023 [citado 17º de dezembro de 2024];13(03):76-90. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/rgs/article/view/46067

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa