A Vivência Materna da Função de Cuidar no Período de Dependência da Criança

Autores

  • Amanda Schöffel Sehn Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Rita de Cássia Sobreira Lopes Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.1590/0102.3772e35nspe8

Palavras-chave:

Função materna, Cuidar, Relação mãe-bebê, Desenvolvimento emocional

Resumo

Buscou-se investigar a vivência materna da função de cuidar no período de dependência da criança. Participaram desse estudo de caso múltiplo três duplas mãe-criança. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas em seis momentos do desenvolvimento infantil (6º, 12º, 18º, 24º, 36º, 48º mês), cujos dados foram analisados por meio do relato clínico. Evidenciou-se que a função de cuidar exige grande disponibilidade materna, especialmente quanto aos movimentos de dependência e independência da criança. Apesar da satisfação ao cuidar, as mães se depararam com dificuldades e cansaço. Ainda, encontraram a possibilidade de autocuidado e de reeditar os cuidados recebidos na infância ao cuidarem do bebê. Assim, destaca-se a importância de encorajar o saber materno e legitimar a vivência de sentimentos ambivalentes no cuidado com crianças.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Al-Maadadi, F., & Ikhlef, A. (2015). What mothers know about child development and parenting in Qatar: Parenting cognitions and practices. The Family Journal: Counseling and Therapy for Couples and Families, 23(1) 65-73. doi: 10.1177/1066480714555669

Azevedo, K. R., & Arrais, A. R. (2005). O mito da mãe exclusiva e seu impacto na depressão pós-parto. Psicologia: Reflexão e Crítica, 19(2), 269-276. doi: 10.1590/S0102-79722006000200013.

Barbosa, F. A., Machado, L. F. V., Vilela e Souza, L., & Scorsolini-Comin, F. (2010). Significados do cuidado materno em mães de crianças pequenas. Barbarói, 33, 28-49. Retirado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-65782010000200003

Bick, E. (1986). Further considerations of the function of the skin in early object relations - findings from infant observation into child and adult analysis. British Journal of Psychotherapy, 2, 292-299.

Caron, N. A., & Lopes, R. C. S. (2014). Aprendendo com as mães e os bebês sobre a natureza humana e a técnica analítica. Porto Alegre: Dublinense.

Dias, E. O. (2003).A teoria do amadurecimento de D. W. Winnicott. Rio de Janeiro: Imago.

Dias, E. O. (2010). O cuidado como cura e como ética. Winnicott e-prints, 5(2), 21-39. Retirado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-432X2010000 200002&lng=pt&tlng=pt.

Epstein, R. (2011). El relato y la realidad. In M. Vorchheimer (Coord.), XXXIII Simposio Anual: Relatos de la clínica. Buenos Aires: Asociación Psicoanalítica de Buenos Aires.

Felice, E. M. (2007). Transformação e “cura” através da experiência de ser mãe. Psychê, 11(21), 145-159. Retirado de: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid= S1415-11382007000200010

Freud, S. (1980). Leonardo da Vinci e uma lembrança de sua infância. In J. Strachey (Ed. e Trad.), Edição Standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 1). Rio de Janeiro: Imago . (Trabalho original publicado em 1910)

Haavind, H. (2011). Loving and caring for small children: Contested issues for everyday practices. Nordic Psychology, 63(2), 24-48. doi: 10.1027/1901-2276/a000031

Henriques, M. S. M. T., Falbo, A. R., Sampaio, M. A., Fonte, M. L. A., & Krause, D. F. (2015). O exercício da função materna em mães de filhos obesos na perspectiva da psicanálise. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 18(3), 461-475. doi: 10.1590/1415-4714.2015v18n3p461.4

Krippl, M., Ast-Scheitenberger, S., Bovenschen, I., & Spangler, G. (2010). Maternal perception of infants’ expressions of emotion. Journal of Psychophysiology, 24(3), 173-185. doi: 10.1027/0269-8803/a000008

Laney, E. K., Hall, M. E. L., Anderson, T. L., & Willingham, M. M. (2015). Becoming a mother: The influence of motherhood on women’s identity development. Identity: An International Journal of Theory and Research, 15 (2), 126-145. doi: 10.1080/15283488.2015.1023440

Lopes, R. C., Prochnow, L., & Piccinini, C. A. (2010). A relação da mãe com suas figuras de apoio femininas e os sentimentos em relação à maternidade. Psicologia em Estudo, 15 (2), 295-304. doi: 10.1590/S1413-73722010000200008

Lopes, R. C. S., Vivian, A. G., Oliveira, D. S., Silva, C. V., Piccinini, C. A., & Tudge, J. R. H. (2009). “Quando eles crescem, eles voam”: Percepções e sentimentos maternos frente ao desenvolvimento da criança dos 18 aos 20 meses.Psicologia em Estudo,14(2), 221-232. doi: 10.1590/s1413-73722009000200002

Lopes, R. C. S., Vivian, A. G., Oliveira, D. S., Deluchi, M., Tudge, J., & Piccinini, C. A. (2012). Sentimentos maternos frente ao desenvolvimento da criança entre 24 e 28 meses.Estudos de Psicologia, 29(1), 737-749. doi: 10.1590/S0103-166X2012000500010

Luthar, S. S., & Ciciolla, L. (2016). What it feels like to be a mother: Variations by children’s developmental stages. Developmental Psychology, 52(1), 143-154. doi: 10.1037/dev0000062

Mordcovich, N. (2011, novembro). Una contribución a la idea de “relato”. In M. Vorchheimer (Coord.), XXXIII Simposio Anual: Relatos de la clínica. Simpósio realizado pela Asociación Psicoanalítica de Buenos Aires, Buenos Aires, Argentina.

Murray, M. (2015). Back to work? Childcare negotiations and intensive mothering in Santiago de Chile. Journal of Family Issues, 36(9), 1171-1191. doi: 10.1177/0192513X14533543

Núcleo de Infância e Família/NUDIF/CRESCI. (2011a). Entrevista sobre a Maternidade - 6º mês. Instrumento não publicado. Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS.

Núcleo de Infância e Família/NUDIF/CRESCI. (2011b). Entrevista sobre o Desenvolvimento da Criança - 6º mês. Instrumento não publicado. Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS.

Núcleo de Infância e Família/NUDIF/CRESCI. (2012). Entrevista sobre a relação mãe-bebê aos 24 meses. Instrumento não publicado. Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS.

Piccinini, C. A., Becker, S. M. S., Martins, G. D. F., Lopes, R. C. S., & Sperb, T. (2011). Impacto da creche no desenvolvimento socioemocional e cognitivo infantil: Estudo longitudinal do sexto mês de vida do bebê ao final dos anos pré-escolares - CRESCI. Projeto de pesquisa não publicado. Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS.

Strapasson, M. R., & Nedel, M. N. B. (2010). Puerpério imediato: Desvendando o significado da maternidade. Revista Gaúcha de Enfermagem ., 31(3), 521-8. Retirado de http://seer.ufrgs.br/index.php/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/12897/10883

Stake, R. E. (2006).Multiple case study analysis. New York: The Guilford Press.

Stern, D. N. (1997). A constelação da maternidade: O panorama da psicoterápica pais-bebê. Porto Alegre: Artes Médicas.

Travassos-Rodriguez, F., & Féres-Carneiro, T. (2013). Maternidade tardia e ambivalência: Algumas reflexões. Tempo Psicanalítico,45(1), 111-121. Retirado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382013000100008&lng=pt&tlng=pt.

van der Pol, L. D., Groeneveld, M. G., van Berkel, S. R., Endendijk, J. J., Hallers-Haalboom, E.T, Bakermans- Kranenburg, M. J., Mesman, J. (2015). Fathers' and mothers' emotion talk with their girls and boys from toddlerhood to preschool age. Emotion, 15 (6), 854-864. doi: 10.1037/emo0000085

Winnicott, D. W. (1983). O ambiente e os processos de maturação. Porto Alegre: Artes Médicas. (Trabalho original publicado em 1965)

Winnicott, D. W. (1989). Tudo começa em casa. São Paulo: Martins Fontes. (Trabalho original publicado em 1970)

Winnicott, D. W. (1993). Textos selecionados: Da pediatria à psicanálise. Rio de Janeiro: Francisco Alves (Trabalho original publicado em 1951).

Winnicott, D. W. (2000). Da pediatria à psicanálise: Obras escolhidas. Rio de Janeiro: Imago . (Trabalho original publicado em 1958).

Winnicott, D. W. (2006). Os bebês e suas mães. São Paulo: Martins Fontes. (Trabalho original publicado em 1987).

Winnicott, D. W. (2011). A família e o desenvolvimento individual. São Paulo: Martins Fontes. (Trabalho original publicado em 1965).

Zanatta, E., & Pereira, C. R. R. (2015). “Ela enxerga em ti o mundo”: A experiência da maternidade pela primeira vez. Temas em Psicologia, 23(4), 959-972. doi: 10.9788/TP2015.4-12

Publicado

2019-03-11

Como Citar

Sehn, A. S., & Lopes, R. de C. S. (2019). A Vivência Materna da Função de Cuidar no Período de Dependência da Criança. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 35(Especial). https://doi.org/10.1590/0102.3772e35nspe8

Edição

Seção

Estudos Empíricos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)