Transição para a Parentalidade no Contexto de Cardiopatia Congênita do Bebê

Autores

  • Cristina Saling Kruel Universidade Federal de Santa Maria Centro Universitário Franciscano
  • Rita de Cássia Sobreira Lopes Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Palavras-chave:

Maternidade, Paternidade, Cardiopatia, Hospitalização

Resumo

Oestudo objetivou investigar o processo de transição para a parentalidade no contexto de cardiopatia congênita do bebê. Participaram do estudo quatro casais, cujos filhos nasceram com malformação cardíaca. Utilizou-se delineamento de estudo de caso coletivo. Mãe e pai foram entrevistados sobre os primeiros momentos após o nascimento do bebê e a experiência da maternidade e da paternidade, respectivamente. Análise de conteúdo indicou que o diagnóstico de cardiopatia do bebê interfere no processo de parentalização. Destacou-se a intensa preocupação das mães com a sobrevivência dos bebês, evidenciada por meio da dedicação exclusiva a eles. Os pais demonstram-se envolvidos com seus filhos, assumindo também a tarefa de proteger as mães. Conclui-se que os sentimentos relativos à parentalidade focalizaram-se na sobrevivência do bebê.

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Publicado

2012-04-03

Como Citar

Kruel, C. S., & Lopes, R. de C. S. (2012). Transição para a Parentalidade no Contexto de Cardiopatia Congênita do Bebê. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 28(1), 35–43. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/17550

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