Relacionamentos Afetivo-Familiares em Mulheres com Anorexia e Bulimia
Palavras-chave:
Tratamento psicológico, Transtornos alimentares, Relações afetivas, Família, Redes sociais, Interação interpessoalResumo
Este estudo teve por objetivo investigar a rede social de apoio de mulheres com anorexia e bulimia, com ênfase em suas relações afetivo-familiares. A amostra foi composta por 12 participantes atendidas em hospital universitário. Os instrumentos utilizados foram: roteiro de entrevista semiestruturada, Mapa de Rede e Genograma. Os resultados indicaram que as redes sociais das participantes têm configuração restrita, com proeminência de membros da família em sua composição. Contudo, as relações familiares oscilam entre turbulência e distanciamento afetivo. As relações de afeto mantidas com pais, cônjuges e namorados são marcadas por divergências e insatisfações. A baixa densidade da rede de amizades e o empobrecimento da vida social resultam em isolamento e dificuldades de dar início e/ou manter relacionamentos afetivos duradouros.
Downloads
Referências
nervosa: Abordagem cognitivo-construtivista de psicoterapia.
Revista de Psiquiatria Clínica, 31(4), 177-183.
Andrade, L. H. S. G., Viana, M. C., & Silveira, C. M. (2006).
Epidemiologia dos transtornos psiquiátricos na mulher. Revista
de Psiquiatria Clínica, 33(2), 43-54.
Associação Americana de Psiquiatria (2002). DSM-IV-TRTM
”“ Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais:
Texto revisado (C. O. Dornelles, Trad., 4ª ed. revisada). Porto
Alegre: Artmed.
Berge, J. M., Loth, K., Hanson, C., Croll-Lampert, J., & Neumark-
Sztainer, D. (2012). Family life cycle transitions and the onset
of eating disorders: A retrospective grounded theory approach.
Journal of Clinical Nursing, 21(9-10), 1355-1363.
Bogdan, R. C., & Biklen, S. K. (1994). Investigação qualitativa
em educação: uma introdução à teoria e aos métodos (M. J.
Alvarez, S. B. Santos, T. M. Batista, Trads.). Porto, Portugal:
Ciência da Educação.
Borges, N. J. B. G., Sicchieri, J. M. F., Ribeiro, R. P. P., Marchini,
J. S., & Santos, J. E. (2006), Transtornos alimentares: Quadro
clínico. Medicina (Ribeirão Preto), 39(3), 340-348.
Brusset, B. (2003). Introdução geral. In B. Brusset, C. Couvreur,
& A. Fine (Eds.), A bulimia (pp. 7-13). São Paulo: Escuta.
Bryant-Waugh, R., & Lask, B. (1995). Eating disorders: An
overview. Journal of Family Therapy, 17(1), 13-30.
Campana, A. N. N. B., Tavares, M. C. G. C. F., & Garcia Júnior, C.
(2012). Body dissatisfaction and concern, body checking and
avoidance behavior in people with eating disorders. Paidéia
(Ribeirão Preto), 22(53), 375-381.
Cassin, S. E., & Von Ranson, K. M. (2005). Personality and eating
disorders: A decade in review. Clinical Psychology Review,
25(7), 895-916.
Claudino, A. M., & Borges, M. B. F. (2002). Critérios diagnósticos
para os transtornos alimentares: Conceitos em evolução.
Revista Brasileira de Psiquiatria, 24(3), 7-12.
Cooper, M. J., Deepak, K., Grocutt, E., & Bailey, E. (2007). The
experience of ‘feeling fat’ in women with anorexia nervosa,
dieting and non-dieting women: An exploratory study.
European Eating Disorders Review, 15(5), 366-372.
Dallos, R., & Denford, S. (2008). A qualitative exploration of
relationship and attachment themes in families with an eating
disorder. Clinical Child Psychology and Psychiatry, 13(2),
305-322.
Dimitropoulos, G., Carter, J., Schachter, R., & Woodside, D. B.
(2008).Predictors of family functioning in carers of individuals
with anorexia nervosa. International Journal of Eating
Disorders, 41(8), 739-747.
Filho, N. G. V., & Nóbrega, S.M. (2004). A atenção psicossocial em
saúde mental: contribuição teórica para o trabalho terapêutico
em rede social. Estudos de Psicologia, 9(2), 373-379.
Kluck, A. S. (2008). Family factors in the development of disordered
eating: Integrating dynamic and behavioral explanations.
Eating Behaviors, 9(4), 471-483.
Lane, R. C. (2002). Anorexia, masochism, self-mutilation, and
autoerotism: The spider mother. Psychoanalitic Review, 89(1),
101-123.
Leonidas, C. (2012). Redes sociais e apoio social no contexto
dos transtornos alimentares. (Unpublished master’s thesis).
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
Leonidas, C., & Santos, M. A. (2012). Imagem corporal e hábitos
alimentares na Anorexia Nervosa: Uma revisão integrativa
da literatura. Psicologia: Reflexão e Crítica, 25(3), 550-558.
Leonidas, C., Crepaldi, M. A., & Santos, M. A. (2013). Bulimia
nervosa: uma articulação entre aspectos emocionais e rede
de apoio social. Psicologia: Teoria e Prática, 15(2), 62-75.
Limbert, C. (2010). Perceptions of social support and eating disorder
characteristics. Health Care for Women International, 31(2),
170-187.
Marcos, Y. Q., & Cantero, M. C. T. (2009). Assessment of social
support dimensions in patients with eating disorders. The
Spanish Journal of Psychology, 12(1), 226-235.
McGoldrick, M., Gerson, R., & Petry, S. (2008). Genograms:
assessment and intervention (3ª ed). Nova York: W. W. Norton
Co Inc.
McNamara, K., & Loveman, C. (1990). Differences in family
functioning among bulimics, repeat dieters, and nondieters.
Journal of Clinical Psychology, 46(3), 518-523.
Moré, C. L. O. O. (2005). As redes pessoais significativas
como instrumento de intervenção psicológica no contexto
comunitário. Paidéia (Ribeirão Preto), 15(31), 287-297.
Morgan, C. M., Vecchiatti, I. R., & Negrão, A. B. (2002). Etiologia
dos transtornos alimentares: aspectos biológicos, psicológicos e
socioculturais. Revista Brasileira de Psiquiatria, 24(3), 18-23.
Nilsson, K., Sundbom, E., & Häglöf, B. (2008). A longitudinal
study of perfectionism in adolescent onset anorexia nervosa,
restricting type. European Eating Disorders Review, 16(5),
386-394.
Oliveira, E. A., & Santos, M. A. (2006). Perfil psicológico de
pacientes com anorexia e bulimia nervosas: A ótica do
psicodiagnóstico. Medicina (Ribeirão Preto), 39(3), 353-360.
Oliveira, L. L., & Hutz, C. S. (2008). Padrões de interação em
famílias de adolescentes com anorexia nervosa restritiva e
bulímica: semelhanças e diferenças. Estudos e Pesquisas em
Psicologia, 8(3), 712-746.
Orlandi, R. (2011). Participação da rede social significativa de
mulheres que vivem e convivem com o HIV no enfrentamento
da soropositividade. (Unpublished doctoral dissertation).
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
Peres, R. S., & Santos, M. A. (2006). Contribuições do Desenho
da Figura Humana para a avaliação da imagem corporal na
anorexia nervosa. Medicina (Ribeirão Preto), 39(3), 361-370.
Pratta, E. M. M., & Santos, M. A. (2007). Lazer e uso de substâncias
psicoativas na adolescência: possíveis relações. Psicologia:
Teoria e Pesquisa, 23(1), 43-52.
Prisco, A. N. C., Araújo, T. M., Almeida, M. M. G., & Santos,
K. O. B. (2013). Prevalência de transtornos alimentares em
trabalhadores urbanos de município do Nordeste do Brasil.
Ciência & Saúde Coletiva, 18(4), 1109-1118.
Ramos, T. M. B., & Pedrão, L. J. (2013). User embracement and
bonding at a care service for patients with eating disorders.
Paidéia (Ribeirão Preto), 23(54), 113-120.
Resende, M. C., Bones, V. M, Souza, I. S., & Guimarães, N. K.
(2006). Rede de relações sociais e satisfação com a vida
de adultos e idosos. Psicologia para a América Latina, 5.
Retrieved from http://pepsic.homolog.bvsalud. org/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S187050X2006000100015&ln
g=pt&nrm=iso.
Rosa, B. P., & Santos, M. A. (2011). Comorbidade entre bulimia
nervosa e transtorno de personalidade borderline: Implicações
para o tratamento. Revisa Latinoamericana de Psicopatologia
Fundamental, 14(2), 268-282.
Scorsolini-Comin, F., Souza, L. V., & Santos, M. A. (2010). A
construção de si em um grupo de apoio para pessoas com
transtornos alimentares. Estudos em Psicologia (Campinas),
27(4), 467-478.
Souza, L. V., & Santos, M. A. (2009). A construção social de um
grupo multifamiliar no tratamento dos transtornos alimentares.
Psicologia: Reflexão e Crítica, 22(3), 317-26.
Souza, L. V., & Santos, M. A. (2010). A participação da família no
tratamento dos transtornos alimentares. Psicologia em Estudo
(Maringá), 15(2), 285-294.
Soenens, B., Vamsteenkiste, M., Vandereycken, W., Luyten, P.,
Sierens, E., & Gloossens, L. (2008). Perceived parental
psychological control and eating-disordered symptoms:
Maladaptative perfectionism as a possible intervening variable.
The Journal of Nervous and Mental Disease, 196(2), 144-152.
Sluzki, C. E. (1997). A rede social na prática sistêmica: Alternativas
terapêuticas (C. Berliner, Trad.). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Valdanha, E. D, Scorsolini-Comin, F., & Santos, M. A. (2013).
Anorexia nervosa e transmissão psíquica transgeracional.
Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental,
16(1), 71-78.
Wendt, N. C., & Crepaldi, M. A. (2008). A utilização do genograma
como instrumento de coleta de dados na pesquisa qualitativa.
Psicologia: Reflexão e Crítica, 21(2), 302-310.
Wright, L., & Leahy, M. (2002). Enfermeiras e família: um guia
para avaliação e intervenção na família. 3ª ed. São Paulo:
Roca.