Relacionamentos Afetivo-Familiares em Mulheres com Anorexia e Bulimia

Autores

  • Carolina Leonidas Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
  • Manoel Antônio dos Santos Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Tratamento psicológico, Transtornos alimentares, Relações afetivas, Família, Redes sociais, Interação interpessoal

Resumo

Este estudo teve por objetivo investigar a rede social de apoio de mulheres com anorexia e bulimia, com ênfase em suas relações afetivo-familiares. A amostra foi composta por 12 participantes atendidas em hospital universitário. Os instrumentos utilizados foram: roteiro de entrevista semiestruturada, Mapa de Rede e Genograma. Os resultados indicaram que as redes sociais das participantes têm configuração restrita, com proeminência de membros da família em sua composição. Contudo, as relações familiares oscilam entre turbulência e distanciamento afetivo. As relações de afeto mantidas com pais, cônjuges e namorados são marcadas por divergências e insatisfações. A baixa densidade da rede de amizades e o empobrecimento da vida social resultam em isolamento e dificuldades de dar início e/ou manter relacionamentos afetivos duradouros.

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Publicado

2015-11-16

Como Citar

Leonidas, C., & Santos, M. A. dos. (2015). Relacionamentos Afetivo-Familiares em Mulheres com Anorexia e Bulimia. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 31(2), 181–191. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/18106

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