A Interlocução de Narrativas

Um Estudo sobre Papéis de Gênero

Autores

  • Maria Helena Favero Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília.
  • Inara Linn Maracci Psicóloga Clínica da Universidade de Brasília - UNB

Palavras-chave:

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO; PSICOLOGIA DO GÊNERO, Gênero, Papéis de gênero, Narrativa, Grupo focal, Feminismo

Resumo

Investigou-se as concepções de mulheres sobre os papéis de gênero, através da narrativa e do grupo focal, tomando-se como unidade de análise a proposição e os atos da fala. Evidenciaram-se seis proposições articuladas a dois eixos principais. O primeiro focado na queixa sobre as condições de vida e ênfase nos aspectos negativos relacionados ao abandono dos homens ”“ seus pais e os pais de seus filhos. O segundo focado no desempenho da maternidade. Ambos são discutidos em referência ao papel da identificação e do apego na socialização de gênero das meninas, enfatizando-se a necessidade de se considerar, no estudo do desenvolvimento psicológico humano, as estruturas patriarcais que engendram a natureza dos microssistemas de interação entre crianças, entre adultos e entre ambos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Abrão, L. G. M. (2009). A participação política da mulher: Uma

análise do ponto de vista psicológico (Tese de doutorado não

publicada). Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília,

Brasília, Brasil.

Anzorena, C. (2008). Estado y división de trabajo: Las reaciones de

gênero em las nuevas condiciones del mercado laboral. Utopia

e Práxis Latinomericana, 13(41), 47-68.

Algranti, L. M. (1993). Honradas e devotas: Mulheres da Colônia.

Rio de Janeiro: José Olympio.

Arnot, M. (2006). Gender equality, pedagogy and citizenship.

Affirmative and transformative approaches in UK. Theory and

Research in Education, 2(4), 131-150.

Badinter, E. (1985). Um amor conquistado: O mito do amor materno

(W. Dutra, trans.). Rio de Janeiro: Nova Fronteira. (Trabalho

original publicado em 1980)

Barthes, R. (1977). Image, music, text (S. Health, trans.). New

York: Hill &Wang.

Beetham, G., & Demetriades, J. (2007). Feminist research

methodologies and development: Overview and practical

application. Gender & Development, 15(2), 199-216.

Bordini, G., & Sperb, T. M. (2012). Concepções de gênero nas

narrativas de adolescentes. Psicologia: Reflexão e Crítica,

(4), 738-746.

Brody, L. R. (2000). The socialization of gender differences in

emotional expression: Display rules, infant temperament, and

differentiation. In A. H. Fischer (Org.), Gender and Emotion:

Social Psychological Perspectives (pp. 24-47). United

Kingdom: Cambridge University Press.

Bruner, J. (1991). The narrative construction of reality. Critical

Inquiry, 1(18), 1-21.

Burns, A. (1999). Power between women: The constructed otherness

of “other women”. Feminism & Psychology, 4(9), 410-413.

Bruschini, C. (2006). Trabalho doméstico: Inatividade econômica

ou trabalho não remunerado? Revista Brasileira de Estudos de

População, 2(23), 331-353.

Câmara, S. G., & Carlotto, M. S. (2007). Coping e gênero em

adolescentes. Psicologia em Estudo, 12(1), 87-93. doi: 101590/

S1413-73722007000100011.

Chabrol, C., & Bromberg, M. (1999). Préalables à une classification

des actes de parole. Psychologie Française, 44(4), 291-306.

Chase, S. E. (2008). Narrative inquiry. Multiples lenses, approaches,

voices. In N. K. Denzin & Y. S. Lincoln (Eds.), Collecting

and interpreting qualitative materials (pp. 57-94; 3ª Ed.). Los

Angeles: SAGE Publications.

Chodorow, N. (1979). Estrutura familiar e personalidade feminina.

In M.Z. Rosaldo & L. Lamphère (Orgs.), A mulher, a cultura e

a sociedade. (pp. 65-93). Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Chodorow, N. (1999). The power of feelings: Personal meaning

in psychoanalysis, gender, and culture. New Haven: Yale

University Press.

Chodorow, N. (2002a). The cycle completed: Mother and children.

Feminism & Psychology, 1(12), 11-17.

Chodorow, N. (2002b). Response and afterword. Feminism &

Psychology, 1(12), 49-53.

Costa, F. G. (2006). A tomada de consciência e o grupo focal na

transformação das representações sociais do envelhecimento:

uma pesquisa de intervenção (Tese de doutorado não

publicada). Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília,

Brasília, Brasil.

Del Priore, M. (1993) Ao sul do corpo: Condição feminina,

maternidades e mentalidades no Brasil Colônia. Rio de

Janeiro: José Olympio.

Fávero, M. H. (1999, Março). O conceito de felicidade na

depressão: Relato de estudo de caso. Trabalho apresentado

no VI Latini Dies e II Congresso Brasileiro de Psicoterapias

Cognitivas, Rio de Janeiro. Retirado de www.fbtc.org.br/

Assets/Site/files/CBTC-II.pdf

Fávero, M. H. (2005). Desenvolvimento psicológico, mediação

semiótica e representações sociais: por uma articulação teórica

e metodológica. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 21(1), 17-25.

Fávero, M. H. (2007). Paradigme personnel et champ conceptuel:

Implications pour les situations didactiques. In M. Merri

(Org.), Activité Humaine et Conceptualisation (pp. 625-634).

Toulouse, France: Presses Universitaires du Mirail.

Fávero, M. H. (2010). Psicologia do gênero: Psicobiografia,

sociocultura e transformações. Curitiba, PR: UFPR.

Fávero, M. H. (2012). A pesquisa de intervenção na construção

de competências conceituais. Psicologia em Estudo, 1(17),

-110.

Fávero, M. H. (2015). Subjetividade e objetividade na psicologia

contemporânea: Apontamentos históricos, epistemológicos e

filosóficos. Psicologia em Estudo, 20(2), 189-200.

Fávero, M. H., & Abrão, L. G. M. (2006). “Malhando o gênero”:

O grupo focal e os atos da fala na interação de adolescentes

com a telenovela. Psicologia. Teoria e Pesquisa, 22, 175-182.

Fávero, M. H., & Abrão, L. G. M. (2012, Junho). Participação

das mulheres na política brasileira: As representações sociais

evocadas pelas suas vozes. Trabalho apresentado na 11ª

Conferência Internacional sobre Representações Sociais - As

Representações Sociais em Sociedades em Mudança, Évora,

Portugal.

Fávero, M. H., & Trajano, A. A. (1998). A leitura do adolescente:

Mediação semiótica e compreensão textual. Psicologia: Teoria

e Pesquisa, 14(3), 229-240.

Gergen, K. J. (1990). “If persons are texts”. In S. B. Messer,

L. A. Sass, & R. L. Woolfolk (Eds.), Hermeneutics and

Psychological Theory: Interpretative Perspectives on

Personality, Psychotherapy and Psychopathology (pp. 28-50).

New Brunswick: Rutger’s University Press.

Gergen, K. J. (2001). Psychological science in a postmodern context.

The American Psychologist, 56, 803-813.

Gergen, K. J. (2006). The relational self in historical context.

International Journal for Dialogical Science, 1(1), 119-124.

Leaper, C. (2000). The social construction and socialization of

gender during development. In P. H. Miller & E. K. Scholnick

(Eds.), Toward a feminist developmental psychology (pp. 127-

. London: Routledge.

Lotman, Y. M. (1988). The semiotics of culture and the concept of

a text. Soviet Psychology, 3(XXV), 52-58.

Lotman, Y. M. (1990). Universe of the mind. A Semiotic Theory of

Culture (A. Shukman, trans.). Bloomington: Indiana University

Press.

Mehta, C. M., & Strough, J. (2010). Gender segregation and gendertyping

in adolescence. Sex Roles, 63, 251-263. doi 10.1007/

s11199-010-9780-8.

Morawiski, J. G. (1997). The science behind feminist research

methods. Journal of Social Issues, 4(53), 667-681.

Morawiski, J. G. (2005). Reflexivity and the psychologist. History

of the Human Science, 18(4), 77-105.

Oliveira Vieira, D. (2008). A tomada de consciência no

desenvolvimento de competências conceituais em professoras:

uma pesquisa de intervenção com foco no autismo (Tese

de doutorado não publicada). Instituto de Psicologia,

Universidade de Brasília, Brasília, Brasil.

Perrot, M. (1998). Les femmes ou les silences de l’histoire. Paris:

Flammarion.

Pichevin, M.-F., & Hurtig, M. C. (2007). On the necessity

of distinguishing between sex and gender. Feminism &

Psychology, 17(4), 447”“452.

Rial, C., Souza Lago, M. C. de, & Grossi, M. P. (2005). Relações

sociais de sexo e relações de gênero: Entrevista com Michèle

Ferrand. Estudos Feministas, 13(3), 677-689.

Ricoeur, P. (1991). “Life in quest of narrative”. In D. Wood (Ed.),

On Paul Ricoeur: Narrative and Interpretation (pp. 20-33).

Routledge: London.

Richards, G. (2002). The psychology of psychology. A history

grounded sketch. Theory & Psychology, 12(1), 7-36.

Riger, S. (1992). Epistemological debates, feminist voices. Science,

social values, and the study of women. American Psychologist,

(47), 730-740.

Robinson, K. H. (2012). ‘Difficult citizenship’: The precarious

relationships between childhood, sexuality and access to

knowledge. Sexualities, 15(3/4), 257”“276.

Rocha-Coutinho, M. L. (1994). Tecendo por trás dos panos: A

mulher brasileira nas relações familiares. Rio de Janeiro:

Rocco.

Rosistolato, R. P. (2009). Gênero e cotidiano escolar: Dilemas e

perspectivas da intervenção escolar na socialização afetivosexual

dos adolescentes. Estudos Feministas, 17(1), 11-30.

Rutherford, A. (2011). From the ground up: Feminist approaches,

methods, and critiques. Psychology of Women Quarterly,

(1), 175-179.

Scott, J. W. (1988). Gender and the politics of history. New York:

Columbia University Press.

Smedslund, J. (2009). The mismatch between current research

methods and the nature of psychological phenomena. Theory

& Psychology, 19(6), 778-794.

Smedslund, J. (2012). What follows from what we all know about

human beings. Theory & Psychology, 22(5), 658-668.

Smith, R. (2005). Does reflexivity separate the human sciences

from the natural sciences? History of the Human Sciences,

(1), 01-25.

Tian, W., Jimarkon, P., & Singhasiri, W. (2011). Designing a

transcription system for face-to-face PhD Supervisory.

Doing Research in Applied Linguistics. Recuperado de

http://arts.kmutt.ac.th/dral/PDF%20CD%20on%20Web/108-

_Designing_a_Transcription_System_for_Face-to-face.pdf

West, C., & Zimmerman, D. H. (1987). Doing gender. Gender and

Society, 1, 125-151.

Unger, R. K. (1979). Toward a redefinition of sex and gender.

American Psychologist, 11(34), 1085-1094.

Unger, R. K. (1981). Sex as a social reality: Field and laboratory

research. Psychology of Women Quarterly, 5, 645-653.

Vespa, J. (2009) Gender ideology construction: A life course and

intersectional approach. Gender & Society, 3(23), 363-387.

Vion, R. (2000). La communication verbale. Analyse des

interactions. Paris: Hachette Livre.

Downloads

Publicado

2017-02-02

Como Citar

Favero, M. H., & Linn Maracci, I. (2017). A Interlocução de Narrativas: Um Estudo sobre Papéis de Gênero. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 32(2). Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/17986

Edição

Seção

Estudos Empíricos