Relações familiares e comportamento alimentar

Autores

  • Helena Martins Coelho Instituto de Psicologia Aplicada - Instituto Universitário (ISPA -IU)
  • António Prazo Pires Insitituto de Psicologia Aplicada - IU

Palavras-chave:

Obesidade; Obesidade infantil, Relação familiar, Comportamento alimentar, Excesso de peso

Resumo

O presente estudo pretende explorar a influência das relações familiares no comportamento alimentar das crianças e no seu ganho de peso. Participaram 147 crianças, com idades compreendidas entre os 8 e os 12 anos e respetivas famílias. Às crianças, foi aplicada a escala das Relações Familiares do Family Environmemt Scale (FES), operacionalizada em termos de coesão, expressividade e conflito, e ao principal cuidador o Child Eating Behaviour Questionnaire (CEBQ). Os resultados indicam que o Índice de Massa Corporal (IMC) dos pais será, por si só, um fraco preditor do estatuto de peso das crianças, sendo a relação familiar que mais contribui para o desenvolvimento do excesso de peso. Verifica-se ainda que uma maior resposta à comida e uma maior ingestão emocional, conduzem a um IMC mais elevado, em particular quando é associado a um estatuto de peso mais elevado dos pais e em díades do mesmo sexo. Por último, constata-se que as relações familiares são bastante significativas na determinação do estilo alimentar das crianças. Os resultados indicam que em famílias menos funcionais, os filhos têm comportamentos alimentares mais orientados para a atração pela comida.

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Publicado

2014-04-15

Como Citar

Coelho, H. M., & Pires, A. P. (2014). Relações familiares e comportamento alimentar. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 30(1), 45–52. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/17628