Discalculia do Desenvolvimento:

Avaliação da Representação Numérica pela ZAREKI-R

Autores

  • Paulo Adilson da Silva Universidade Estadual Paulista
  • Flavia Heloísa dos Santos Universidade Estadual Paulista

Palavras-chave:

Discalculia do Desenvolvimento, Matemática, Memória Operacional, Neuropsicologia, Transtornos de Aprendizagem

Resumo

O presente estudo investigou aspectos da representação numérica (processamento numérico e cálculo) e memória operacional de crianças com transtornos de aprendizagem. Participaram 30 crianças de idade entre 9 e 10 anos, ambos os gêneros, divididas em dois grupos: sem dificuldade em aritmética (SDA; N=11) e com dificuldade em aritmética (CDA; N=19), avaliadas pela ZAREKI-R, Matrizes Coloridas de Raven, o Blocos de Corsi e o BCPR. Crianças CDA exibiram escores levemente mais baixos que as SDA quanto ao nível intelectual e nos Blocos de Corsi. Na ZAREKI-R apresentaram prejuízo nos subtestes ditado de números, cálculo mental, problemas aritméticos e total. Crianças CDA apresentaram déficits específicos em memória operacional visuoespacial e comprometimento em processamento numérico e cálculo, compatível com discalculia do desenvolvimento.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Adams, J. W., & Hitch, G. J. (1997). Working memory and children’s mental addition. Journal of Experimental Child Psychology, 67 (1), 21-38.
Almeida, P. M., & Wickerhauser, H. (1991). O Critério ABA/ABIPEME - em Busca de Uma Atualização. Um estudo e uma proposta submetidos à ABA e à ABIPEME. Documento de circulação restrita da ABA e da ABIPEME, São Paulo.
American Psychiatric Association. (2002). DSM-IV-TR: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (4a ed. texto revisado). Porto Alegre: Artmed.
Baddeley, A. D. (1986). Working memory. Oxford: Oxford University Press.
Baddeley, A. D. (2000). The episodic buffer: a new component of working memory? Trends in Cognitive Sciences, 4 (11), 417-23.
Baddeley, A. D., & Hitch, G. J. (1974). Working Memory. In: Bower, G (Ed.). The Psychology of Learning and Motivation (pp. 44-90). London: Academic Press.
Chahon, M. (2006). Metacognição e resolução de problemas aritméticos verbais: teoria e implicações pedagógicas. Revista do Departamento de Psicologia UFF, 18(2), 163-176.
Ciasca, S. M. (1994). Distúrbios e Dificuldades de Aprendizagem em crianças: análise do diagnóstico interdisciplinar (Tese de Doutorado não publicada). Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
Dehaene, S. (2001). Précis of the number sense. Mind & Language, 16, 16”“36.
Dellatolas, G., von Aster, M., Braga, L.W., Meier, M., & Deloche, G. (2000). Number processing and mental calculation in school children aged 7 to 10 years: A transcultural comparison. European Child and Adolescent Psychiatry, 9(2), 102-110.
Dias, T. L., Enumo, S. R. F., Turini, F. A., & Ferrão, E. S. (2003). Dificuldade de Aprendizagem: avaliação do desempenho em provas acadêmicas e cognitivas. In S. R. F. Enumo, S. S. Queiroz, & A. Garcia (Eds.), Desenvolvimento humano e aprendizagem: algumas análises e pesquisas (pp. 59-78). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Fayol, M. (1996). A criança e o número: da contagem à resolução de problemas. Porto Alegre: Artes Médicas.
Feigenson, L., Dehaene, S., & Spelke, E. (2004). Core systems of number. Trends in Cognitive Sciences, 8, 307”“314.
Geary, D. C. (1995). Reflections of evolution and culture in children’s cognition: implications for mathematical development and instruction. American Psychologist, 50 (1), 24-37.
Geary, D. C. (2000). From infancy to adulthood: The development of numerical abilities. European Child and Adolescent Psychiatry, 9(2), 11-16.
Gross-Tsur, V., Manor, O., & Shalev, R. S. (1996). Developmental dyscalculia: prevalence and demographic features. Developmental Medicine and Child Neurology, 38, 25-33.
Haskell, S. H. (2000). The determinants of arithmetic skills in young children: some observations. European Child & Adolescent Psychiatry, 9(2), 77-86.
Haydu, V. B., Costa, L. P., & Pullin, E. M. M. P. (2006). Resolução de problemas aritméticos: efeitos de relações de equivalência entre três diferentes formas de apresentação dos problemas. Psicologia: Reflexão e Crítica, 19(1), 44-52.
Koumoula, A., Tsironi, V., Stamouli, V. Bardani, I., Siapati, S., Graham, A., & cols. (2004). An epidemiological study of number processing and mental calculation in Greek school children. Journal of Learning Disabilities, 37(5), 377- 388.
Lewis, C., Hitch, G. J., & Walker, P. (1994). The prevalence of specific arithmetic difficulties and specific reading difficulties in 9- to 10-year-old boys and girls. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 35, 283”“292.
McCloskey, M., Caramazza, A., & Basili, A. (1985). Cognitive mechanisms in number processing and calculation: Evidence from dyscalculia. Brain and Cognitive, 4, 171-196.
Mclean, J. F., & Hitch, G. J. (1999). Working memory impairments in children with specific arithmetic learning difficulties. Journal of Experimental Child Psychology, 74(3), 240”“260.
Mundy, E.; Gilmore, C. K. (2009). Children’s mapping between symbolic and nonsymbolic representations of number. Journal of Experimental Child Psychology, 103, 490”“502.
Noël, M.-P. (2005). Rôle de la mémoire de travail danos l’apprentissage du cálculo. In A. Van Hout, C. Meljac & J.-P. Fischer (Eds.), Troubles du cálculo e dyscálculoies chez l’criança (pp. 186-194). Paris: Masson.
Organização Mundial da Saúde (1993). Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas.
Raven, J. C. (1992). Teste de Matrices Progresivas: Escala especial. Buenos Aires: Editorial Paidos.
Rotzer, S., Loenneker, T., Kucian, K., Martin, E., Klaver, P., & von Aster, M. (2009). Dysfunctional neural network of spatial working memory contributes to developmental dyscalculia. Neuropsychologia, 47(13), 2859-2865.
Rubinsten, O., & Henik, A. (2009). Developmental Dyscalculia: heterogeneity might not mean different mechanisms. Trends in Cognitive Sciences, 13(2), 92-99.
Santos, F. H., & Bueno, O. F. A. (2003). Validation of the Brazilian children’s test of pseudoword repetition in portuguese speakers aged 4-10 years. Brazilian Journal Medical Biology Research, 36, 1533-1547.
Santos, F. H., Mello, C. B., Bueno, O. F. A., & Dellatolas, G. (2005). Cross-cultural differences for three visual memory tasks in Brazilian children. Perceptual and Motor Skills, 101, 421- 433.
Santos, F. H., Paschoalini, B., & Molina, J. (2006). Novos instrumentos para avaliação de habilidades matemáticas em crianças. In: A. L. Sennyey; L. I .Z. Mendonça; B. B. G. Schlecht; E. F. Santos, & E. C. Macedo. (Eds.), Neuropsicologia e Inclusão (1ed) (pp. 69-80). São Paulo: Artes Médicas, v.1.
Santos, F. H., & Silva, P. A. (2008). Avaliação da discalculia do desenvolvimento: uma questão sobre o processamento numérico e o cálculo. In: A. L. Sennyey, F. C. Capovilla, & J. M. Montiel (Eds.), Transtornos de Aprendizagem: da Avaliação à reabilitação (1ed) (pp. 125-137). São Paulo: Artes Médicas.
Santos, F. H., Silva, P. A., Ribeiro, F. S., & Kikuchi, R. S. (2010). Recomendações para professores sobre o “Transtorno da Matemática”. Revista Sinpro-Rio, nº 05, 19-33.
Schuchardt, K., Maehler, C., & Hasselhorn, M. (2008). Working memory deficits in children with specific learning disorders. Journal of Learning Disabilities, 41 (6), 514-523.
Shalev, R. S. (2004). Developmental dyscalculia: Review. Journal of Child Neurology, 19, 765”“771.
Shalev, R. S., Auerbach, J., Manor, O., & Gross-Tsur, V. (2000). Developmental dyscalculia: prevalence and prognosis. European Child & Adolescent Psychiatry, 9(2), 58- 64.
Shalev, R. S., Manor, O., Auerbach, J., & Gross-Tsur, V. (1998). Persistence of developmental dyscalculia: what counts? Results from a three year prospective follow-up study. Journal of Pediatrics, 133, 358-362.
Shalev, R. S., Manor, O., & Gross-Tsur, V. (2005). Developmental dyscalculia: a prospective six-year follow-up. Developmental Medicine and Child Neurology, 47, 121-125.
Shalev, R. S., & von Aster, M. G. (2008). Identification, classification, and prevalence of developmental dyscalculia. Encyclopedia of Language and Literacy Development (pp. 1-9). London, ON: Canadian Language and Literacy Research Network. Retirado em 05/12/2008, de http://www.literacyencyclopedia.ca/pdfs/ topic.php?topId=253.
StatSoft, Inc. (2004). STATISTICA (data analysis software system), version 7.
Stein, L. M. (1994). TDE: Teste de Desempenho Escolar: manual para aplicação e interpretação. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Swanson, H. L. (1993). Working Memory in Learning Disability Subgroups. Journal of Experimental Child Psychology, 56(1), 87-114.
von Aster, M., & Dellatolas, G. (2006). ZAREKI-R - Batterie pour l’évaluation du traitement des nombres et du calcul chez l’enfant. Paris: ECPA.
von Aster, M. G., & Shalev, R. S. (2007). Number development and developmental dyscalculia. Developmental Medicine & Child Neurology, 49, 868-873.
von Aster, M. G., Schweiter, M., & Weinhold Zulauf, M. (2007). Rechenstörungen bei Kindern. Vorläufer, Prävalenz und psychische Symptome. [Developmental dyscalculia: Precursors, prevalence and co morbidity.] Zeitschrift fürEntwicklungs Pädagogik, 39, 85-96.

Downloads

Publicado

2011-07-13

Como Citar

Adilson da Silva, P., & dos Santos, F. H. (2011). Discalculia do Desenvolvimento:: Avaliação da Representação Numérica pela ZAREKI-R. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 27(2), 169–177. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/17520

Edição

Seção

Estudos Empíricos