O Uso De Indicadores Quantitativos E Descritores Qualitativos Na Pesquisa Em Psicoterapia
Resumo
Examinam-se as diferentes relações entre dados qualitativos e quantitativos no contexto da pesquisa em psicoterapia. No Estudo Qualitativo entrevistaram-se 20 adultos com educação superior e sem vínculos estudantis ou profissionais com psicologia ou psiquiatria. Os
resultados, que são consistentes com pesquisas anteriores, descrevem as diferentes perspectivas experienciais de estar em tratamento e trazem metáforas elucidativas sobre a relação terapêutica. Ainda, definem as variações, diversidade e intensidade das mudanças. No Estudo Quantitativo 133 estudantes de psicologia responderam a um questionário sobre a experiência retrospectiva de estar em psicoterapia. O questionário apresentou uma estrutura fatorial interpretável e definiu quatro aspectos relevantes e contrastantes da experiência terapêutica: o perfil da experiência positiva, considerações de julgamento afetivo, as características consideradas não determinantes e indicadores de intelectualização. Por fim, sugerem-se diferentes possibilidades de interpretação e contraste dos resultados obtidos nos dois estudos. No primeiro modelo, a interpretação foi uma função de escolha de contexto. A significação terapêutica para os respondentes foi entendida por variação de grau (e...e, lógica analógica). Por contraste, no segundo modelo, a interpretação foi uma função de escolha em contexto (ou...ou, lógica digital) na qual a relação de magnitude foi a base para a afirmação de resultados. A combinação dos dois modelos pode facilitar uma compreensão mais geral do processo terapêutico, já que considera tanto a verbalização dos sentimentos dos pacientes, enquanto informação descritiva primordial; e os achados de pesquisas tradicionais em psicoterapia, enquanto indicação objetiva de benefício terapêutico.