O Uso Dos Testes Como Revelador De Modelos De Prática Psicológica:

Estudo Junto Dos Psicólogos Portugueses

Autores

  • Leandro S. Almeida Universidade do Porto, Portugal
  • Orlando M. S. R. Cruz Universidade do Porto, Portugal

Resumo

RESUMO - Após uma análise dos fatores explicativos do apogeu e declínio no uso dos testes psicológicos, descrevem-se alguns aspectos da sua utilização em Portugal. A generalidade dos psicólogos portugueses, designadamente os escolares, não dispende uma parte significativa do seu tempo com o uso dos testes, e apenas os psicólogos das organizações consideram desejável o incremento desse uso. Os resultados indicam uma relação positiva entre a maior utilização dos testes e uma atitude de aceitação por parte dos outros profissionais com quem o psicólogo trabalha. A existência de normas e a possibilidade de comparação dos sujeitos entre si são aspectos valorizados pelos psicólogos das organizações. Enquanto que os testes de inteligência e aptidões, e em parte os inquéritos e as escalas de personalidade, aparecem como os instrumentos mais valorizados pelos psicólogos, os testes de conhecimentos surgem como os menos valorizados. As técnicas projetivas são apenas apreciadas para a avaliação terapêutica e diagnóstico clínico. Finalmente, os psicólogos chamam a si parte significativa da responsabilidade, quer na decisão do uso dos testes, quer na decisão da entrega da informação recolhida. A maioria pensa, no entanto, que a salvaguarda dos aspectos deontológicos no uso dos testes deve ser da responsabilidade das associações científico-profissionais.

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Publicado

2012-07-12

Como Citar

Almeida, L. S., & M. S. R. Cruz, O. (2012). O Uso Dos Testes Como Revelador De Modelos De Prática Psicológica:: Estudo Junto Dos Psicólogos Portugueses. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 4(3), 207–224. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/17047