O Ensino de Sociologia se “descola” da escola: o surgimento das graduações e da pós-graduação em Ciências Sociais no Brasil e seu impacto na sociologia escolar (1930-1942)
Resumo
Este artigo analisa o surgimento da disciplina Sociologia a partir do processo de sistematização do conhecimento sociológico no Rio de Janeiro e em São Paulo, capturando, assim, os sentidos assumidos a partir de sua efetiva implementação na década de 1930. O artigo também explora sua consolidação no currículo escolar e a posterior saída da escola, indagando por que as sociologias escolar e acadêmica perdem o fio que as conectara na década de 1930. A investigação consiste no olhar acerca da institucionalização das Ciências Sociais – tendo como enfoque principal a sua consolidação escolar e acadêmica – para investigar o processo de descolamento entre elas no período 1930-1942. Nos dedicaremos a pensar a história do Ensino de Sociologia na região sudeste, em específico São Paulo, com a Universidade de São Paulo (USP) e a Escola Livre de Sociologia e Política (ELSP), e Rio de Janeiro, com a Universidade do Distrito Federal (UDF), e sua relevância para institucionalizar o Ensino de Sociologia na graduação e pós-graduação brasileiras. Partimos da hipótese de que estes entes foram relevantes para a institucionalizar o Ensino de Sociologia no país, uma vez que observamos um esforço sistemático de criar as “regras” do campo acadêmico, embora reconheçamos que tais instituições não podem ser lidas como representativas de todo o cenário nacional, dada a vasta e diversificada forma de inserção do ensino da disciplina no país. As fontes remetem a uma análise bibliográfica sobre os estudos da história das disciplinas escolares, realizados no âmbito de um estudo de doutoramento do qual este artigo é originado. Em suma, investigamos relação estabelecida entre a Sociologia escolar e a sua ciência de origem no Brasil e alguns dos rebatimentos desta no período recortado.
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