Sobre pandemias e os direitos (de todos) animais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.5921437

Palavras-chave:

Animais, Coronavírus, COVID-19, Direitos animais, Direitos humanos, NEDAI, Pandemia

Resumo

A tragédia sanitária causada por uma zoonose, que já matou mais de 3 milhões de pessoas em todo o mundo, coloca em evidência que falar de direitos animais é essencialmente falar de direitos humanos. O novo agente do coronavírus (COVID-19) nos impele ao reconhecimento da interdependência de todas as coisas vivas, e nos leva a refletir sobre a relação entre animais humanos e não humanos. À luz do propósito institucional do Núcleo de Estudos sobre Direitos Animais e Interseccionalidades (NEDAI/CEAM/UnB), faremos uma revisão bibliográfica a fim de identificar as possíveis relações entre violações de direitos animais e a proliferação de pandemias que acabam vitimando também os animais humanos. Discutiremos os efeitos programados da indústria capitalista da produção animal no meio ambiente e proliferação de doenças. E vamos examinar dois momentos em que a violação dos direitos animais acaba se voltando contra os animais humanos, favorecendo a proliferação de pandemias: a criação intensiva de animais de produção e a indústria de animais de estimação. Conforme veremos, como forma de se auto preservar, os animais humanos precisam encontrar uma forma harmoniosa de respeitar os direitos dos não humanos e da natureza.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Vanessa Negrini, Universidade de Brasília

Professora de Mobilização Pública e Direitos Animais na Universidade de Brasília (UnB), é comunicadora organizacional, mestre e doutora em Políticas de Comunicação e Cultura pela UnB. Coordenadora executiva do Núcleo de Estudos sobre Direitos Animais e Interseccionalidades da Universidade de Brasília (NEDAI/Ceam/UnB).

Elen Cristina Geraldes, Universidade de Brasília

Professora associada do curso de Comunicação Organizacional da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB), é jornalista e mestra em Comunicação pela Universidade de São Paulo, doutora em Sociologia pela UnB, e pós-doutora em Ciências da Informação pela Universidade de Brasília. Coordenadora-geral do NEDAI/Ceam/UnB. Orcid: 0000-0003-0073-2001. E-mail: elenger@ig.com.br

Kenia Figueiredo, Universidade de Brasília

Assistente Social, professora Adjunta do Departamento de Serviço Social e da Pós-Graduação em Política Social da Universidade de Brasília - UnB. Doutora pela Faculdade de Comunicação/UnB, na linha de pesquisa sobre Política de Comunicação e Cultura. Mestre em Serviço Social e políticas sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. Coordena o Grupo de pesquisa estudos, pesquisa e extensão sobre Comunicação pública e Assistência Social (Compass) vinculado ao Departamento de Serviço Social (SER/UnB). Participa do Grupo de Pesquisa Trabalho, Educação e Discriminação (TEDis/PPGPS/SER/UnB) e do Laboratório de Políticas de Comunicação (LapCom/Fac/UnB). Coordena o grupo interdepartamental de Extensão "FALAS-ICH", vinculado ao Instituto de Ciências Humanas da UnB. Integrante do Grupo de Estudos sobre Direitos Animais e Interseccionalidades (GEDAI) e colaboradora da disciplina Mobilização Pública e Direitos Animais. Realiza pesquisa sobre comunicação pública da política de Assistência Social em tempos do Corovid-19 no Brasil, com destaque para o Distrito Federal. 

Referências

EL PAÍS. (2020). Dinamarca sacrificará 17 milhões de animais para conter variante do coronavírus que infectou humanos. Fonte: https://brasil.elpais.com/ciencia/2020-11-05/dinamarca-sacrificara-17-milhoes-de-animais-para-conter-variante-do-coronavirus-que-infectou-humanos.html

FAO, I. U. (2020). El estado de la seguridad alimentaria y la nutrición en el mundo 2020. Acesso em 27 de 04 de 2021, disponível em FAO: http://www.fao.org/3/ca9692es/ca9692es.pdf

FAO/ONU. (2013). World Livestock 2013: Changing disease landscapes. Rome. Fonte: http://www.fao.org/3/i3440e/i3440e.pdf

FAO/ONU. (2016). El Estado de los bosques del mundo 2016. Los bosques y la agricultura: desafíos y oportunidades en relación con el uso de la tierra. Fonte: Organización de las Naciones Unidas para la Alimentación y la Agricultura: http://www.fao.org/3/i5588s/i5588s.pdf

FAO/ONU. (2019). FAOSTAT Datos sobre alimentación y agricultura. Fonte: Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação: http://www.fao.org/faostat/es/#data/QL

FELIPE, S. T. (2016). Galactolatria: mau deleite (2a. ed. rev. ed.). São José, SC: Edição da autora.

FISHCOUNT. (2007 - 2016). Estimated numbers of individuals in annual global capture tonnage (FAO) of fish species (2007 - 2016). Fonte: http://fishcount.org.uk/studydatascreens/2016/numbers-of-wild-fish-A0-2016.php?

FRANCIONE, G. L. (2013). Introdução aos Direitos Animais. (R. Rheda, Trad.) Campinas: Unicamp.

GATES, B. (2021). Como evitar um desastre climático: As soluções que temos e as inovações necessárias. São Paulo: Companhia das Letras.

GfK. (2016). Animaisde estimação. Pesquisaglobal GfK. Fonte: Growth from Knowledge (GfK): https://cdn2.hubspot.net/hubfs/2405078/cms-pdfs/fileadmin/user_upload/dyna_content/br/documents/reports/global-gfk-survey_pet-ownership_2016_por_v2.pdf

HAHARI, Y. N. (2016). Homo Deus: Uma breve história do amanhã. São Paulo: Companhia das Letras.

IAC. (s.d.). Cultura do gergelim. Acesso em 27 de fevereiro de 2019, disponível em Instituto Agronômico do Estado de São Paulo: http://www.iac.sp.gov.br/cultivares/inicio/Folders%5CGergelim%5CIACOuro.htm

IBGE. (2018). PPM 2017: Rebanho bovino predomina no Centro-Oeste e Mato Grosso lidera entre os estados. Acesso em 08 de fevereiro de 2019, disponível em https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/22648-ppm-2017-rebanho-bovino-predomina-no-centro-oeste-e-mato-grosso-lidera-entre-os-estados

IBOPE. (2018). Pesquisa de opinião pública sobre o vegetarianismo. Fonte: Sociedade Vegetariana Brasileira: https://www.svb.org.br/images/Documentos/JOB_0416_VEGETARIANISMO.pdf

IPEA. (2020). Produção e Consumo de Produtos Orgânicos no Mundo e no Brasil. Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada: https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_2538.pdf

LAPPÉ, F. M. (1981). Diet for a Small Planet (10 ed.). New York: Ballantine Books.

NEGRINI, V. (2019). Sobre veganos e outros bichos : as estratégias de comunicação pública do ativismo animal. Acesso em 08 de 06 de 2020, disponível em UnB: https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/35464/1/2019_VanessaNegrini.pdf

NEGRINI, V. (2019). Sobre Veganos e Outros Bichos: As estratégias de Comunicação Pública do Ativismo Animal. Brasília: PPG/FAC/UnB.

NEGRINI, V., GERALDES, E., & SOUSA, J. (2017). Comunicação e democracia: o impacto da cobertura televisiva nas manifestações de março no Brasil. Em J. G. SOUSA JR, & E. al., O Direito Achado na Rua: Introdução Crítica ao Direito à Comunicação e à Informação (Vol. 8). Brasília.

OKIN, G. (2017). Environmental impacts of food consumption by dogs and cats. Fonte: PLoS ONE: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0181301

ONU. (2020). Covid-19 mostrou que investimentos em água e saneamento são essenciais. Fonte: ONU News: https://news.un.org/pt/story/2020/08/1721771

OPAS. (2017). Folha informativa - Resistência aos antibióticos . Fonte: Organização Pan-Americana da Saúde : https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5664:folha-informativa-resistencia-aos-antibioticos&Itemid=812

QUAMMEN, D. (2020). Contágio, infecções de origem animal e a evolução das pandemias. Companhia das Letras.

SANTOS, B. d. (2008). A gramática do tempo (2 ed.). São Paulo, SP: Cortez.

SEBRAE-SP. (2016). Pesquisa Setor/Segmento Agropecuário de Leite. Acesso em 27 de fevereiro de 2019, disponível em Sebrae: http://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/SP/Pesquisas/Agropecua%CC%81ria%20de%20Leite.pdf

SINGER, P. (2013). Libertação Animal. (M. WINCKLER, & M. B. CIPOLLA, Trads.) São Paulo: WMF Martins Fontes.

TACO. (2011). Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação – NEPA da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP ) Acesso em 26 de fevereiro de 2019, disponível em Conselho Federal de Nutricionistas: http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada.pdf

WALLACE, R. (2020). Pandemia e agronegócio: Doenças infecciosas, capitalismo e ciência. Editora Elefante. Fonte: Pandemia e agronegócio: Doenças infecciosas, capitalismo e ciência.

Downloads

Publicado

2021-06-30

Como Citar

Negrini, V., Geraldes, E. C., & Figueiredo, K. (2021). Sobre pandemias e os direitos (de todos) animais. Revista Do CEAM, 7(1), 68–82. https://doi.org/10.5281/zenodo.5921437

Edição

Seção

Pesquisa original