Umbanda Esotérica: uma etnografia sobre o encontro da religiosidade afro com a nova era em um terreiro de Belo Horizonte
DOI:
https://doi.org/10.26512/revistacalundu.v3i2.27048Keywords:
Umbanda Esotérica, Religiosidade Afroindígena, Nova Era, Antropologia da ReligiãoAbstract
No campo dos estudos religiosos, observa-se uma falta da produção acadêmica que busque compreender o espaço ocupado pelas religiões afro no contexto Nova Era. Autores como Magnani (2000) e Amaral (2000) entendem a Nova Era como um movimento intimamente influenciado pelo ocultismos europeu, Transcendentalismo americano do século XIX, teosofia de Helena Blavastsky, Espiritualismo, New Thought e Christian Science. O movimento Nova Era, em seu aspecto histórico, começou nos anos 60 e 70 em um contexto de contracultura e um fluxo crescente de intercâmbio entre Oriente e Ocidente (AMARAL, 2000). Este movimento apresenta ‘’um amplo leque de interesses, passando pela religião, filosofia, misticismo, saúde, psicologia, parapsicologia, arte, ecologia e o oculto’’ (AMARAL, 2000, p.29). Outros estudiosos da religião como o antropólogo Silas Guerriero (2006) já enquadram a Umbanda Esotérica dentro da categoria de Novos Movimentos Religiosos e Nova Era, afirmando que apesar de recente, doutrinas como essa buscam um vínculo com religiões e doutrinas muito antigas como o Hinduísmo e o próprio catolicismo. Há um entendimento de que, no Brasil, a Nova Era possui suas singularidades e que por isso doutrinas como a Umbanda Mística, as religiões ayahuasqueiras e o Vale do Amanhecer, por exemplo, podem ser entendidas como manifestações da New Age Popular (OLIVEIRA, A., 2009). Dessa forma,este trabalho também se propõe a pensar a Umbanda Esotérica, considerando as singularidades desta doutrina no contexto brasileiro.
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