Giras e gingas periféricas: autoetnografia de um artista umbandista
DOI:
https://doi.org/10.26512/revistacalundu.v8i1.53924Palavras-chave:
Periferia, Arte, Cultura, Tradição de matriz africana, Saúde, Bem viverResumo
Esse artigo foi escrito a partir de uma autoetnografia, e faz parte de um mestrado concluído em 2023, no Programa de Pós Graduação em Educação da UFSCar, relacionando esse histórico com minha atuação no movimento cultural das periferias de São Paulo, a partir dos anos 2000. O objetivo é refletir como, nos anos recentes, a cena cultural periférica vem incorporando narrativas e ações sobre saúde, espiritualidade, autocuidado e o cuidado de si, assumindo como base as aprendizagens das tradições de matriz africana (Umbanda e Candomblé), a sabedoria de benzedeiras, as práticas de simpatia, rezas, o uso de ervas e plantas medicinais que constituem um fundamento histórico na busca por melhor qualidade de vida dessas comunidades, mas que, notadamente, está cada vez menos presente nesses territórios. Este processo acontece em uma dinâmica diferente das gerações anteriores, que iniciaram movimentos imprescindíveis de luta pela saúde, dentre outros direitos sociais, nas décadas de 1970/80 ou da geração que cresceu entre os anos de 1990 e 2000 sob forte influência do Rap e do movimento Hip Hop, denunciando as mazelas sociais, o racismo antinegro e anunciando seu caráter artístico, ativista e educador, que foi base para o surgimento das coletividades artísticas/culturais contemporâneas.
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