EDUCAÇÃO INTEGRAL: IDEAL ACALENTADO E CONCEITO MALTRATADO

Autores

  • Paulo Moacir Godoy Pozzebon
  • Samuel Mendonça

DOI:

https://doi.org/10.26512/resafe.v1i32/33.35121

Palavras-chave:

Educação Integral, Políticas Públicas, Educação, Filosofia

Resumo

O ensaio objetiva discutir formas de apropriação conceitual do ideal de educação integral. A partir do método de revisão bibliográfica, contemplando referências históricas do pensamento pedagógico, a legislação educacional brasileira e a literatura educacional brasileira contemporânea, busca-se apreender em que consiste a educação integral. Os resultados evidenciam que não há homogeneidade na compreensão da educação integral, embora, paradoxalmente, exista consenso em sua busca. Além da necessidade de maior aprofundamento conceitual e contextualização histórica, as elaborações em torno da educação integral são muito divergentes e não aprofundam o seu sentido, fornecendo balizas superficiais para políticas públicas e assimilando-a a políticas de proteção social.  Por fim, o debate sobre o tema reivindica a fundamentação a partir de uma filosofia do ser humano que discuta, efetivamente, a integralidade de suas dimensões constitutivas e permita sua expressão em termos de necessidades educativas.

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Biografia do Autor

Paulo Moacir Godoy Pozzebon

Doutorando em Educação pela PUC-Campinas.

Samuel Mendonça

Professor Titular. Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC Campinas.

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Publicado

2020-11-11

Como Citar

Pozzebon, P. M. G. ., & Mendonça, S. . (2020). EDUCAÇÃO INTEGRAL: IDEAL ACALENTADO E CONCEITO MALTRATADO. Revista Sul-Americana De Filosofia E Educação (RESAFE), 1(32/33), 174–200. https://doi.org/10.26512/resafe.v1i32/33.35121