Revisionismo histórico no Twitter de Jair Bolsonaro
ainda somos os mesmos
Parole chiave:
Justiça de Transição, Bolsonaro, ditadura civil-militar, revisionismoAbstract
Sabe-se que a conjuntura deve ser analisada amplamente, de forma que quando se fala no contexto sociopolítico atual, é preciso olhar ao passado e encará-lo como parte do todo. Nesse contexto, a ditadura civil-militar no Brasil certamente tem raízes que permitiram a construção de um discurso revisionista sobre o período. O papel deste trabalho, portanto, é propor uma crítica à justiça de transição, tendo em vista a negação da história que se observa atualmente e que permitiu a eleição de Jair Bolsonaro em 2018. Para isso, foi realizada a análise de conteúdo da conta verificada no Twitter (atual rede social X), de titularidade do ex-presidente, com palavras-chave sobre a ditadura, para avaliar a qual discurso ele se filia ideologicamente. O objetivo é refletir sobre esses dois pontos: a memória sobre a ditadura civil-militar, na implementação da justiça de transição, e o revisionismo de Bolsonaro. Dessa forma, foi possível concluir, dos resultados obtidos, que em termos de memória, verdade e justiça, foram deixados espaços em aberto que puderam ser preenchidos com discursos negacionistas. É o caso do Twitter de Bolsonaro, que apresenta revisionismo histórico e nega a ditadura civil-militar. Essa narrativa, endossada pelos eleitores em 2018, revela o sintoma vivo do período militar, que não pode ser superado completamente, como se espera, por meio da justiça transicional.
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