Análise do conhecimento de estudantes do curso médico de uma escola do nordeste brasileiro sobre a moralidade do aborto
DOI :
https://doi.org/10.26512/rbb.v16.2020.27158Mots-clés :
Abortamento. Embrião. Ensino médico. Bioética.Résumé
A legalização do aborto gera diversas discussões, especialmente com relação a aspectos deontológicos e/ou técnicos do campo da ginecologia e obstetrícia. O objetivo do estudo foi analisar concepções bioéticas dos estudantes sobre a moralidade do aborto e saber o que pensam sobre os direitos do feto. O estudo é quantitativo, transversal, realizado mediante aplicação de questionário aos alunos do 6º e 7º períodos de medicina. Um total de 132 alunos participou do estudo, sendo a maioria, (63,6%) do 7º período e o restante, do 6º período do curso médico (36,4%). Os participantes da pesquisa tinham em média 25 anos de idade; eram, em sua maioria, do sexo feminino (73,5%) e tinham orientação religiosa, predominantemente, católica (63%). A maior parte dos entrevistados informou ser a favor do aborto, porém 74% condicionaram a sua resposta a “depende”. Para os entrevistados o aborto deveria ser realizado quando fossem causados por: estupro em 44% dos casos, seguida pelo risco de morte à gestante com 22%, e, por último, a anencefalia com 18% dos casos; 16%, não citaram qual era o condicionante e apenas associaram à necessidade de se analisar cada situação para tomar uma decisão. Apenas 21% dos alunos disseram ser contra. A maioria reconhece o embrião como indivíduo, o que demonstra uma divergência na opinião em determinadas condições. Concluímos que há necessidade de discussão mais ampla e curricular do assunto, procurando fundamentar melhor o tema entre os estudantes, enfatizando os direitos do nascituro, valorizando, o imperativo da vida.
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