Autonomia e seus limites na vida pública
DOI:
https://doi.org/10.26512/rbb.v14iedsup.26311Palavras-chave:
Dignidade. Autonomia. Corpo social.Resumo
Com a evolução do pensamento moderno, cada dia mais se cristaliza o entendimento de que nenhum direito é absoluto, nem mesmo os personalíssimos. Quando observamos os direitos relativizados quanto à honra, à imagem, à informação, à liberdade e até à vida, não é possível imaginar uma autonomia que seja ilimitada. A questão é saber o que pode limitar a autonomia de alguém. A tradição Iluminista assevera que deva existir a separação entre os á‚mbitos público e privado, Estado e Igreja, no intuito de preservar e respeitar a diferença funcional do corpo social, imprescindível para o funcionamento adequado das sociedades complexas, dotadas de um pluralismo de interesses, valores e crenças. Nesse sentido, resta entendermos se a autodeterminação se insere na ideia de que todo ser humano deve decidir e deliberar sobre si mesmo, não relevando se sua conduta pareça justa ou boa, ou se não são passíveis de julgamento as razões que levam, levaram ou levarão uma pessoa a pensar ou agir de determinada forma. A dignidade do outro se apresenta como limitadora de nossa autonomia.
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Referências
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